Edição 1.383 página 25 Jornalistas&CiaéuminformativosemanalproduzidopelaJornalistasEditoraLtda. •Diretor: EduardoRibeiro ([email protected]–11-99689-2230)•Editorexecutivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: FernandoSoares ([email protected] – 11-97290-777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Anna França ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-999151295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected] – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro ([email protected] – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) Foi nos pontos de checagem nas portas da capital que vimos movimentos da transição de governo, que não despertava debates e manifestações públicas. Mesmo assim, as aspirações de 1,3 bilhão de habitantes não deixavam de ser percebidas e até avaliadas pelas autoridades máximas. O orgulho geral com o crescimento recorde por quase 20 anos ininterruptos e os frutos dessa prosperidade era evidente. Com cortes de cabelo arrojados, roupas de grife e interesse em celebridades globais, os jovens das maiores cidades torciam por mais chances de consumo. Para resumir a aspiração da mocidade chinesa naquele ano histórico bastou fazermos pergunta direta e inquietante para os censores que nos acompanhavam: “Você é feliz?”. A resposta dada por um recém-formado em Letras foi tão clara quanto desconcertante: “Mais ou menos, como todo jovem chinês na atualidade”. A razão estava na renda limitada, se comparada com países de moeda mais forte que o seu desvalorizado yuan. “Com igual salário nominal, os brasileiros podem comprar seis vezes mais nos Estados Unidos”, resumiu ele. O avanço da classe média chinesa, que impulsionava o turismo interno e o varejo de marcas globais dava outra pista. Desde a simplicidade de um velho soltando pipa ao adolescente bem vestido da Apple Store, o profano do capitalismo convivia harmonicamente com o sagrado comunista. As romarias de milhões à Cidade Proibida mostravam que o status quo era popular, apesar da vigilância de câmeras de vídeo e barricadas, da insatisfação com o serviço de saúde pública, da preocupação com a previdência social e da constante censura à imprensa e à internet. Na Praça da Paz Celestial uma placa sinalizava 15 proibições: jogar futebol, tocar corneta, passear com cães etc. Na Era Xi a vigilância aumentou e bilionários ousados, como Jack Ma, ficaram mais contidos. Baile de guindastes em canteiros de obras espalhados por todo o território e a névoa seca das chaminés de fábricas e de usinas térmicas. O investimento no parque produtivo e na atração de capitais estrangeiros injetou recursos na propaganda oficial comunista e conferiu uma roupagem mais moderna à sua ação. Nem o mais saudosista militante de esquerda do Ocidente poderia sonhar em ver surgir uma burocracia tão vistosa, com suntuosas sedes em municípios de porte “médio” para os padrões locais (em torno de seis milhões de habitantes) e dona de uma rede de gigantescos painéis eletrônicos. O paradoxo entre o governo movido apenas por engrenagens internas e a agressividade de empresas locais para conquistar consumidores nos mercados interno e, sobretudo, externo é mesmo difícil de se compreender pelas lentes do estrangeiro. Basta dar uma volta por qualquer quarteirão para estranhar a repetida presença de policiais militares com suas fardas verdes. Sozinhos ou em duplas, circulando ou postados no chão ou em pedestais, eles são a segurança dada pelo Estado ao povo e a si mesmo. Ribas em Pequim (2012) Oferecimento (MediaTalks Partner): Parceiro: Apoio: O melhor acompanhamento do jornalismo internacional para uma audiência exigente, qualificada e formadora de opinião
RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==