Edição 1.393 página 3 conitnuação - Últimas n Henrique Caban morreu na madrugada desta quarta-feira (18/1), aos 82 anos, no Rio de Janeiro. Ele apresentava problemas de saúde desde meados do ano passado, mas a causa imediata da morte não foi informada pela família. A cremação do corpo deve ocorrer na quinta-feira (19/1), no Cemitério da Penitência, no Caju. Ele deixa duas filhas e cinco netos. u Caban era carioca, filho de judeus do Leste Europeu refugiados no Brasil durante a Segunda Guerra. Seu pai foi militante comunista e esteve preso durante o Estado Novo. Seguindo o exemplo do pai, participou de movimentos de esquerda na juventude. u Era ainda estudante de Direito quando começou como estagiário no jornal Última Hora, em 1959. Demitido, largou a faculdade e investiu na profissão de jornalista. Foi, como repórter, para a revista Intervalo, da Abril, e também para Máquinas e Motores e Transportes Modernos. Quando a Abril lançou a revista Realidade, em 1966, Caban foi convidado a chefiar a redação na sucursal Rio. Teve breve passagem como chefe de redação da revista Domingo Ilustrado, da Bloch. Em 1968, participou da equipe que fundou a revista Veja. u No final de 1971, foi convidado por Luís Lobo para trabalhar em O Globo, como editor de notícias. No ano seguinte, Evandro Carlos de Andrade assumiu a Diretoria de Redação, dando início a uma das parcerias mais produtivas da imprensa brasileira. Caban esteve emOGlobo por 27 anos, em postos de comando, e foi uma figura marcante na história do jornal. Respondeu pela reformulação da redação, que modernizou e profissionalizou. Também pela criação da Agência O Globo, a reestruturação de sucursais como Brasília, Recife, Belo Horizonte e Porto Alegre. Coordenou a cobertura de grandes eventos e fez de O Globo o primeiro jornal do País a circular nos dias de Natal e Ano Novo. Acompanhou o processo de informatização do veículo, a reforma gráfica, o advento do computador e da internet. u Em 1986, deixou O Globo para assumir como diretor de Operações da revista Veja, em São Paulo. Retornou ao jornal no ano seguinte, como superintendente da Redação, cargo que ocupou até 1997. Depois de um breve período, como diretor-executivo do Jornal do Brasil, em 1999, trabalhou na Ediouro como diretor-executivo da divisão de revistas. u Caban testemunhou o fimdos dias de autoritarismo, e liderou com pulso firme as transforman Kariane Costa foi empossada em 16/1 como nova presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Nomeada por decreto pelo presidente Lula em 13/1, ela foi duramente perseguida e ameaçada de demissão no ano passado, após denunciar casos de assédio e censura na empresa. À época, foi acusada pela empresa de cometer os crimes de injúria e difamação. A Comissão de Sindicância da EBC chegou a recomendar a demissão dela. Em novembro, a CGU assumiu o caso. u “Responsável pela transição para nova gestão, a ser implementada nos próximos meses, Kariane também assume, interinamente, a Diretoria-Geral com o desafio de restaurar o caráter público, democrático e plural da EBC”, diz nota da empresa, reafirmando o papel constitucional da EBC de colaborar para a complementaridade dos sistemas público, privado e estatal de comunicação. u ComKariane assumemoutras quatro mulheres para comandar a empresa pública durante o processo de transição: Rita Freire, presidente do Conselho Curador da EBC (cassado após a posse do presidente Michel Temer), Juliana Cézar Nunes, empregada concursada da empresa; e as jornalistas Nicole Briones e Flávia Filipini. O diretor de Conteúdo e Programação Denilson Morales da Silva foi mantido. u O ministro da Secom, Paulo Pimenta, disse em nota que “a composição do processo de transição, reunindo empregados concursados da empresa, mas também representantes da sociedade e profissionais da área, mostra nosso compromisso com a comunicação pública e com a integridade e o fortalecimento da EBC”. u Graduada em Jornalismo, Kariane Costa Silva Oliveira tem 41 anos e mais de 18 anos de experiência na área. Concursada da EBC desde 2012, atuou na Ouvidoria da empresa, foi repórter do radiojornalismo, atuando como setorista do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional. Foi finalista em 2018 do Prêmio Vladmir Herzog pela reportagem O Povo Venezuelano e a Crise. Ainda pela EBC, foi colaboradora na produção de matérias em espanhol para a Radioagência Nacional. Trabalhou como colaboradora da Rádio Nacional da Argentina, com entradas sobre a situação política e econômica do Brasil. Foi também correspondente e comentarista política para a Blu-Rádio e atuou no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da UnB. Alémdisso, foi integrante da Comissão de Empregados da EBC em 2016 e representante no Conselho de Administração desde 2021. Kariane Costa toma posse como nova presidente da EBC Ela comandará a equipe que conduzirá o processo de transição da empresa pública Marcelo Camargo/Agência Brasil Kariane e o ministro Paulo Pimenta Morre uma lenda Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro Henrique Caban
RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==