Jornalistas&Cia 1400

Edição 1.400 - 8 a 14 de março de 2023 Acabou o nosso estoque do Memórias da Redação. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected]. n O Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) anunciou nesta quarta-feira (8/3) o início da campanha para a sexta edição do Atlas da Notícia, censo que analisa a presença do jornalismo local no Brasil. u Com patrocínio da Meta, a nova edição visa a atualizar o mapa dos veículos jornalísticos nos 5.570 municípios brasileiros, obter informações sobre a atividade jornalística no País e registrar abertura e fechamento de empresas de comunicação. u Os dados coletados e atualizados pelo censo são uma base consistente para que pesquisadores de todo o Brasil possam orientar novas investigações sobre o jornalismo no País. u O último censo, cujos dados foram divulgados em fevereiro de 2022, registrou a presença de 13.734 veículos jornalísticos em atividade no Brasil e apontou uma redução de 9,5%no número de municípios considerados desertos de notícias. Os desertos sãomunicípios que não dispõem de informação jornalística local e hoje são cinco em cada 10 municípios brasileiros. Nessa condição estão 2.968 cidades e nelas vivem 29,3 milhões de pessoas. u A organização, análise e publicação dos dados coletados pelo censo será realizada pelo Volt Data Lab, liderado por Sérgio Spagnuolo. A coordenação da pesquisa nas cinco regiões brasileiras estará a cargo de Sérgio Lüdtke, que contará com o apoio dos pesquisadores regionais Angela Werdemberg (Centro-Oeste), Dubes Sônego (Sudeste), Jéssica Botelho (Norte), Mariama Correia (Nordeste) e Marcelo Fontoura (Sul). u O censo do jornalismo local brasileiro conta também com o apoio de professores e estudantes de escolas de Jornalismo das cinco regiões e de voluntários que colaboram com a coleta dos dados. Na última edição, o Atlas da Notícia contou com 174 colaboradores voluntários. Pessoas interessadas em se somar ao esforço da equipe do Atlas e colaborar coma pesquisa devem preencher este formulário de adesão. Numa sociedade decimal, como a do Ocidente, efemérides com essa característica sempre nos remetem a celebrações, quaisquer que sejam. Assim celebram-se dez, vinte, cem, mil... e também 1.400 (por que não?), o número desta edição de Jornalistas&- Cia, newsletter nascida na primavera de 1995, na então revolucionária “plataforma” ou “app”... o fax! Ao chegar à edição 1.400 e a caminho de nosso 28º aniversário, que será em setembro, temos boas razões para celebrar, entre elas a poderosa exposição inaugurada em 3/3 pelo MIS de São Paulo sobre o Padre Landell de Moura – O homem que inventou o futuro, coroando uma campanha que iniciamos no distante janeiro de 2010, que dá a esse herói brasileiro uma dimensão nunca vista em terras brasileiras. Outra razão é que nesta edição damos início ao segundo turno dos +Admirados da Imprensa Automotiva, abrindo a série que também abrangerá Agronegócio; Tecnologia; Saúde, Ciência e Bem-Estar; e Economia, Negócios e Finanças. Também celebramos esta semana a renovação do patrocínio da XP Inc e a chegada do novo patrocinador, a Bayer. E por fim, vemos nascer a segunda etapa do projeto #diversifica, que dá sequência ao ativismo antirracista da família J&Cia. Por óbvio, igualmente não poderíamos deixar de celebrar o fato de o Brasil ter voltado à normalidade democrática, tendo em vista que, como veículo de imprensa e jornalistas que somos, respirar novamente ares democráticos nos faz um bem que não tem tamanho. Vamos em frente, porque o 1.500 está logo ali, dobrando a esquina. Projor e Volt Data Lab anunciam sexta edição do Atlas da Notícia

Edição 1.400 página 2 Últimas n Morreu na manhã 4/3 o cartunista Paulo Caruso, aos 73 anos, em São Paulo. Ele estava internado noHospital 9 de Julho e lutava contra um câncer no intestino. Paulodeixao irmãogêmeo Chico Caruso, também cartunista, e o filho Paulinho Caruso, diretor de videoclipes, filmes e programas de TV. u Paulo José Hespanha Caruso nasceu em 6 de dezembro de 1949, em São Paulo. Formou-se em Arquitetura na USP, no início dos anos 1970, mas não chegou a exercer a profissão. Antes, em 1960, havia iniciado a trajetória de chargista no Diário Popular, de São Paulo. Na década seguinte, trabalhou para O Pasquim, ao lado de ícones do cartum brasileiro como Ziraldo, Jaguar, Henfil, Millôr Fernandes, Fortuna e Reinaldo Figueiredo. u Em 1981, inaugurou a página de humor Bar Brasil, na Revista Careta, que posteriormente migrou para a revista Senhor. Em 1988, passou a publicar a coluna de humor Avenida Brasil na revista Isto É. Em 2015, foi para a revista Época. Também colaborou com outros veículos, como Folha de S.Paulo e revista Veja, e publicações especializadas em humor, como Circo, Chiclete com Banana, Geraldão e Pasquim 21. u Paulo notabilizou-se pelas charges que fazia ao vivo durante o Roda Viva, da TVCultura, desde a estreia do programa, em 1986. Os desenhos eram sobre os entrevistados ou os entrevistadores da bancada, acompanhados de frases marcantes ditas nas entrevistas. u Publicou livros como As origens do Capitão Bandeira (1983), Ecos do Ipiranga (1984), Bar Brasil (1985) e Bar Brasil na Nova República (1986). Em 1989, passou a publicar uma série de livros que reúnemas charges da antiga Avenida Brasil. Ao longo da carreira, recebeu diversos prêmios por seu trabalho como cartunista, entre eles o de melhor desenhista pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1994. u Repór ter do Estadão em Brasília, onde cobre Política e Poder Judiciário, Weslley Galzo disse que teve a honra de ter duas caricaturas assinadas por Paulo Caruso. Em rede social ele escreveu: “Minha cachorra de estimação, porém, não tem ligação emocional com o jornalismo e decidiu comer o desenho que o mestre fez de mim. Mesmo mastigado, o valor de um registro do Caruso é imenso e merece moldura”. n A Igreja Universal, liderada pelo bispo Edir Macedo, entrou na Justiça contra o Intercept Brasil após a publicação de uma reportagem que revela que está em curso no Ministério Público de São Paulo uma investigação sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro da igreja. u A repor tagem, publ icada em julho de 2022, revelou um levantamento sigiloso do MPSP quemostra que a Igreja Universal recebeu, entre 2011 e 2015, cerca de R$ 33 bilhões apenas em depósitos bancários, “que nem de longe são a principal fonte de captação da Universal”, destaca o Intercept. Entre os depósitos estão transações sob suspeita. O Intercept analisou centenas de documentos e detectou que omaior beneficiado dessas operações foi o círculomais próximo do bispo Edir Macedo. u A Igreja Universal foi procurada pela reportagem para se pronunciar sobre o caso, mas não deu retorno ao Intercept Brasil. Agora no final de fevereiro, a igreja entrou na justiça contra o veículo pedindo abertura de uma investigação policial por “divulgação sem justa causa” e “quebra de sigilo dos documentos revelados”. u O Intercept Brasil comentou sobre o caso: “Nossa equipe esmiuçou transações bancárias entre as mais de 100 empresas que compõem o império econômico de Edir Macedo. Mostramos como funciona a arquitetura financeira secreta da Universal, e não será um processo que irá nos impedir de continuar nossas investigações sobre o tema. A igreja tem um histórico de ações contra jornalistas por todo o Brasil, mas não vamos nos calar, nem dar um passo sequer para trás. Esta ação é mais um exemplo de quanto nosso trabalho incomoda”. u Entidades defensoras da liberdade de imprensa repudiaram a ação da igreja. O Instituto Vladimir Herzog classificou o ocorrido como “uma inaceitável forma de perseguição e de tentativa de intimidação a um veículo jornalístico que traz informações relevantes, verificadas e de inegável interesse público. (…) É absolutamente fundamental, portanto, que a Justiça não dê vazão ao pedido arbitrário perpetrado pela Igreja Universal e faça valer os preceitos constitucionais que assegurama liberdade de imprensa e o direito à informação a todos os cidadãos brasileiros”. Paulo Caruso, 73 anos. Que falta ele vai fazer! Paulo Caruso Igreja Universal processa o Intercept por reportagem sobre lavagem de dinheiro Fred Chalub/Folhapress

Edição 1.400 página 3 conitnuação - Últimas n A Agência Pública publicou nessa terça-feira (7/3) a primeira edição do Brasilia a Quente, nova newslet ter de Rubens Valente. A publicação trará semanalmente a visão do premiado repórter sobre eventos que marcaram o noticiário, ou que deveriam ter marcado, mas ficaram esquecidos nas manchetes. Inscreva-se! n Circulou nesta quarta-feira (8/3) a edição especial com os principais destaques da segunda temporada do videocast #diversifica. Coordenada por Luana Ibelli, a publicação traz questionamentos sobre como o jornalismo e o mercado de comunicação estão se ajustando para se tornaremambientesmais diversos e inclusivos. u O especial é resultado de uma série de entrevistas realizadas com profissionais do setor que estão enfrentando o desafio de criar ambientes de trabalho mais inclusivos e diversos. Participaram dos encontros, transmitidos pelo canal do Portal dos Jornalistas no YouTube, Elaíze Farias (Amazônia Real), Ellen Bileski (Ecomunica), Joana Suarez (Redação Virtual), Sanara Santos (Énois Conteúdo) e Sheila Farah (Grupo InPress). u Confira! n A RedeTV anunciou Stephanie Freitas como a nova superintendente de Jornalismo da emissora. Ela substitui a Franz Vacek, que deixou a empresa no final de fevereiro. Na nova gestão, Stephanie desenvolverá um trabalho conjunto com Kennedy Alencar, conselheiro editorial e diretor da Sucursal de Brasília. u Stephanie teve uma passagem anterior pela RedeTV em 2015, trabalhando no programa É Notícia. Tornou-se editora do telejornal e atuou na chefia de Redação, coordenação de rede e reportagem em outros programas da casa, como RedeTV News e Leitura Dinâmica. Foi responsável pela produção do debate eleitoral de 2018 e de toda a programação voltada às eleições daquele ano. u Em 2021, deixou a emissora e foi para Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, onde atuou como assessora executiva. No mesmo ano, foi para a TV Jovem Pan News, produzindo e coordenando entrevistas políticas de programas jornalísticos. No ano passado, voltou à RedeTV, como chefe de Política, e coordenou toda a cobertura das últimas eleições. Posteriormente, assumiu a chefia de Redação e, neste ano, interinamente, a Superintendência de Jornalismo. Stephanie Freitas assume a Superintendência de Jornalismo da RedeTV Stephanie Freitas Rubens Valente estreia newsletter pela Agência Pública Especial #diversifica destaca práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão no Jornalismo Realização: Ano II – No 2 – Março/2023 Elaíze Farias (Amazônia Real) Ellen Bileski (Ecomunica) Joana Suarez (Redação Virtual) Sanara Santos (Énois Conteúdo) Sheila Farah (Grupo InPress) Entrevistas com: Diversidade, Equidade e Inclusão na prática Como o jornalismo e o merca do de comunicação estão se ajustando para se tornarem a mbientes mais diversos e inclusivos Hélio Doyle: “Vamos valorizar o jornalismo público e governamental, sem temas proibidos” Por Kátia Morais, editora de J&Cia em Brasília n Aos 72 anos, além de ter um extenso currículo em redações de diversos veículos, HélioDoyle, novo presidente da EBC, foi dirigente sindical (presidiu o Sindicatodos Jornalistas doDF e a Fenaj), aposentou-se como professor da UnB e atuou em assessorias de comunicação e política. Antes de ser nomeado para comandar a EBC, ele participou do grupo de transição formado pelo governo federal e assessorou a presidente interina da empresa, KarianeCosta, juntamente com uma equipe de comunicação escalada pelo governo Lula. J&Cia conversou com Doyle sobre os primeiros planos dele para a EBC. Jornalistas&Cia – Você é um dos fundadores do PT no Distrito Federal e atuoumuito no enfrentamento aos ataques da ditadura contra a UnB e a imprensa. Como foi recebeu o convite para presidir a EBC? HélioDoyle – Eu tenho alguma trajetória acadêmica, digamos assim, embora não tenha sido um acadêmico stricto sensu. Passei 28 anos, como professor, na universidade, mas tenho uma trajetória política que se manifestou de diversas maneiras e em diversos contextos. Fiquei muito satisfeito em ser convidado para presidir a EBC, uma empresa grande, importante por seu papel na comunicação e no País, embora não esperasse receber esse convite. No momento em que fui chamado para o grupo de transição de comunicação, coloquei-me à disposição do governo. Emoutromomento, talvez não topasse. OLula foi presidente durante oito anos, depois a Dilma (Rousseff), e eu nunca atuei no governo federal. Na verdade, no final de 2012, passei pouco mais de um ano na EPL – Empresa de Nacionais Hélio Doyle Joedson Alves/Agência Brasil

Edição 1.400 página 4 conitnuação - Nacionais Planejamento e Logística, minha única participação no governo. Fui assessor do presidente da empresa, que era meu amigo, e participei com ele da criação do órgão. Mas agora achei que o momento era outro, pelas atuais circunstâncias. Só soube da possibilidade de ir para a EBCquando PauloPimenta (ministro-chefe da Secom) me ligou. J&Cia – Quais são as primeiras medidas que estão sendo tomadas na empresa, do ponto de vista administrativo? Doyle – Primeiro, foi preciso tomar pé das circunstâncias, conhecer e observar a empresa e suas condições gerais, para ver o que seria necessário fazer. Isso foi feito na fase de transição. Cheguei à EBC antes de ser anunciado presidente. Quando veio o convite fiquei numa gestão quase que compartilhada, porque havia uma presidente, Kariane Costa, nomeada para o cargo interinamente. Em resumo: o que é preciso fazer agora é retomar o que já havia sido iniciado na EBC, além de outras iniciativas que coloquem a empresa em um patamar onde se produza uma comunicação pública de qualidade. Esse conceito ainda é pouco conhecido no Brasil, é preciso discutir melhor o tema, e mostrar na prática o que é comunicação pública. Ao mesmo tempo, a gente quer apresentar ao governo, que é, vamos dizer, o proprietário da empresa, uma informação governamental de qualidade. E para isso, para ficar muito claro esse papel, queremos retomar a existência de dois canais na EBC: o canal público e o governamental. O público deve ser totalmente recriado, e o governamental será criado. O antigo, NBR, foi extinto com o governo Temer. Até então, a EBC tinha umrumo. Depois foi o início da destruição do que a empresa havia começado a construir. Houve um desmantelamento e a gente precisa reverter esse processo. J&Cia – Inclusive houve a extinção doConselhoCurador da empresa, depois do impeachment da ex-presidente Dilma. O órgão também deverá ser retomado? Doyle – Na verdade, o conselho nunca foi implantado, nunca funcionou na prática. Mas estamos pensando em como retomar o papel da sociedade no funcionamento da EBC. Mas para retomar de imediato émuito difícil, dependemos de lei para isto. No que depender de nós, será imediato. J&Cia – O que a imprensa, os jornalistas e a sociedade poderão esperar dos veículos da EBC daqui por diante? Haverá mudança substancial na parte editorial e na programação dos canais de comunicação? Doyle – A mudança será total, inclusive com a valorização do jornalismo público e do governamental, sem temas proibidos. J&Cia – Tem algo mais que você gostaria de destacar para a imprensa, os comunicadores? Doyle – Acho que o Brasil está mudando e a EBC tem que mudar junto. Nós sabemos a importância da boa comunicação hoje, sobretudo num momento de propagação de notícias falsas, de polarização no País, de desinformação deliberada. O Estado tem seu papel, não podemos fazer tudo, mas pretendemos ajudar, fazer o melhor que pudermos. n O repórter Caco Barcellos, do Profissão Repórter (TV Globo), será o homenageado da 18ª edição do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a ser realizado de 29 junho a 2 de julho, em São Paulo. u A decisão de homenagear Caco Barcellos foi tomada pela diretoria da Abraji, considerando sua relevância jornalística, por ser muito influente entre colegas mais experientes e uma fonte de inspiração para novos jornalistas. Ele se junta a outros nomes que já foram homenageados no evento, como JoséHamilton Ribeiro, Lúcio Flávio Pinto, Rosental Calmon Alves, Zuenir Ventura, Tim Lopes, Clóvis Rossi, Elio Gaspari, Elvira Lobato, Miriam Leitão, entre outros. A premiação ocorrerá durante a programação do evento, e incluirá a exibição de um documentário. O local e o dia da homenagemainda serão anunciados pela Abraji. Caco Barcellos será homenageado no 18º Congresso da Abraji Confira os episódios da 1ª temporada em: Jairo Marques (Folha de S.Paulo) Caê Vasconcelos (UOL) Luciana Barreto (CNN Brasil) Nayara Felizardo (The Intercept BR) Luciene Kaxinawá (Amazônia Real) Erick Mota (Regra dos Terços)

Edição 1.400 página 5 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. O Dia Internacional da Mulher está sendo comemorado com eventos, campanhas, discursos sobre desigualdade de gênero, que resiste firme porque mudar mentalidades e quebrar estruturas de poder é mais difícil do que parece. Uma fala de António Guterres, secretário-geral da ONU, quantificou a extensão do problema. Ele disse que a igualdade de gênero está a 300 anos de distância. Pode ser mais, pode ser menos. Mas a frase repercutiu no mundo, alertando sobre as barreiras que bloqueiamou atrasam avanços. Há muitas áreas em que a igualdade de gênero parece um sonho distante. A mídia e a tecnologia estão entre elas. Mulheres seguemfora dos cargos de liderança de empresas jornalísticas em vários países, incluindo o Brasil, apesar de serem maioria nas redações. São sub-representadas na mídia, e sofremmais ataques online. Nas entrevistas e análises de correspondentes brasileiras para a edição especial sobre representação de mulheres na mídia que está sendo preparada pelo MediaTalks, vemos que os problemas se repetem em todos os países, apesar das diferenças sociais, econômicas e culturais. Segundo a ONU, as mulheres são mais sujeitas à exclusão digital e têmmenos oportunidades no mundo da tecnologia. O tema escolhido pela organização para celebrar a data este ano foi DigitALL: Inovação e tecnologia para a igualdade de gênero. Os números justificam a escolha, com uma lista interminável de desigualdades destacadas na campanha. Nem a inteligência artificial escapou: apenas 22% de mulheres no mundo trabalham na área. Pode ser coincidência, mas 44% dos sistemas de IA analisados em uma pesquisa citada pela ONU demonstraram preconceito de gênero. Em tecnologia, as mulheres ocupammenos cargos e enfrenDia da Mulher: o alerta da ONU sobre exclusão digital, assédio e falta de oportunidades em tecnologia tam diferença salarial de 21%, diz a ONU. E quase metade delas já enfrentou assédio no ambiente profissional. Entrando no mundo das pessoas comuns, Sima Bahous, subsecretária-geral da ONU e diretora executiva da ONU Mulheres, apresentou um quadro sombrio da exclusão digital , apontada como um novo e devastador tipo de pobreza. “As mulheres têm 18% menos probabilidade do que os homens de possuir um smartphone e muito menos probabilidade de acessar ou usar a internet. Em 2022, 259 milhões de homens a mais do que mulheres estavam online”, disse Bahous. A chamada “pobreza digital” afeta desproporcionalmente meninas e mulheres de baixa escolaridade ou renda, que vivem em áreas rurais ou remotas, migrantes, com deficiência e mais velhas. ”A exclusão limita o acesso a informações que salvam vidas, a serviços financeiros e a serviços públicos. Isso influencia a capacidade de uma mulher concluir seus estudos, ter conta bancária, tomar decisões informadas sobre seu corpo, alimentar a família ou conseguir emprego”, disse a diretora da ONU Mulher. A organização também abordou os riscos online para mulheres. Uma pesquisa mostrou que 80% das crianças em 25 países relataram sentir-se em perigo de abuso e exploração sexual ao usar a internet. Outra, com mulheres jornalistas em 125 países, constatou que três quartos sofreram violência online durante seu trabalho e um terço praticou autocensura. Há ainda a opressão digital, com grupo radicais e governos usando as mídias sociais para atingir mulheres que defendem direitos humanos. Um exemplo foi a repressão do Talibã às que se manifestaram pelo YouTube e tiveram as portas de suas casas marcadas pelo grupo extremista. Na apresentação, Sima Bahous salientou a contribuição positiva das redes sociais, apontadas como “conectores” cruciais para o movimento de igualdade de gênero. E disse que “cabe a nós usar a oportunidade para construir um mundo melhor, sem deixar nenhuma mulher ou menina para trás na revolução digital”, uma responsabilidade de governos, plataformas, sociedade civil e setor privado. É uma boa ref lexão para l embr a r que a busca por igualdade de gênero não se resume a aumentar a presença de mulheres como fontes na mídia e nas chefias das empresas. A “pobreza digital” deve estar no radar de quem tem instrumentos − espaço na imprensa, verba para investir em projetos sociais, poder de decisão em empresas de tecnologia − capazes de ajudar a abreviar a projeção de 300 anos para acabar com a desigualdade. Sima Bahous Manuel Elías/UN Photo

Edição 1.400 página 6 conitnuação - MediaTalks Repressãochinesa −OClube dos Correspondentes Estrangeiros na China (FCCC, na sigla em inglês), acaba de publicar seu relatório anual documentando os instrumentos utilizados para restringir o trabalho da imprensa estrangeira, realizado a partir de uma pesquisa com os profissionais que atuam no país em que a censura é institucionalizada e o jornalismo é controlado pelo Estado. A limitação de vistos continua sendo a principal ferramenta das autoridades chinesas para impedir que jornalistas estrangeiros façam reportagens no país: mais da metade dos veículos de imprensa pesquisados (56%) recebeu resposta negativa a pedidos de vistos para correspondentes em 2022. Embora a situação tenha melhorado em relação a 2021 devido amedidas pontuais, como o acordo entre China e EUA que resultou na concessão de nove vistos a jornalistas americanos, o FCCC diz que os atrasos na liberação continuam a ser um grande gargalo. Guatemala na cadeia − O governo da Guatemala apertou o cerco contra o principal jornal independente do país, o El Periódico, cujo fundador e presidente, José Rubén Zamora, está preso desde julho de 2022 sob acusação de crimes financeiros. Em 1º de março, o juiz criminal Jimmi Bremer manteve a prisão, abriu novo processo contra Zamora e ordenou investigações sobre jornalistas e articulistas do elPeriódico, apontados como suspeitos de obstrução de justiça e de realizar “campanhas de desinformação”. Entre os citados estão Julia Corado, diretora do elPeriódico; os colunistas Edgar Gutiérrez e Gonzalo Marroquín, e jornalistas colaboradores (Rony Ríos, Alexander Valdez, Cristian Velix, Denis Aguilar e Gerson Ortiz). Cidades “selvagens” − Cenas preocupantes como incêndios, enchentes, escassez de água e geleiras derretendo e também a esperança de vida alimentada por animais que aprenderam a sobreviver ao avanço das cidades sobre seus habitats estão entre as imagens finalistas do concurso de fotografia profissional Sony World Photography Awards 2023, que acaba de divulgar a seleção das melhores do ano. Realizado em conjunto com a Organização Mundial de Fotografia, a competição recebeu mais de 415 mil imagens de 200 países e territórios – o maior número de inscrições já registrado na história do prêmio. Fotos classificadas para concorrer ao prêmio principal e destacadas pelos jurados nas categorias Meio Ambiente, Paisagem e Vida Selvagem x Vida Urbana retratam ameaças ao planeta, soluções para rever ter a crise da mudança climática e a animais que resistem às transformações do planeta. Bloqueiode imagens − Em mais um ato de censura do governo de Vladimir Putin a empresas de mídia internacionais, o órgão regulador de telecomunicações da Rússia bloqueou em 1º de março o site do banco de imagens americano Shutterstock. O motivo alegado pelo Roskomnadzor foi o oferecimento de “materiais destrutivos” aos usuários, com destaque para conteúdo apontado como incentivo ao suicídio e ao uso de drogas. Ocomunicado não especifica os conteúdos que levaram à decisão de suspender o acesso na Rússia. Soft power − O Brasil manteve a posição de país da América Latina mais bem colocado na edição 2023 do ranking de soft power, divulgado em 2 de março em Londres pela consultoria Brand Finance – mas recuou três posições, passando de 28º para 31º na lista de 121 nações analisadas. Mesmo marcando 2,4 pontos a mais do que em 2022, o Brasil deixou de integrar o grupo dos 30 países que mais influenciam os demais sem uso de armas ou poder econômico, que é o conceito de soft power. A posição brasileira em 2022 havia sido a melhor desde que o ranking passou a ser feito. Esta semana em MediaTalks Tuitão do Plínio Por Plínio Vicente (pvsilva42@ gmail.com), especial para J&Cia (*) Plínio Vicente é editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984. Foi chefe de Reportagem do Estadão e dedica-se a ensinar aos focas a arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços. A mando do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), ancestral da Funai, Dona Nenê Macaggi chegou a Roraima com a missão de implantar o cultivo de fumo, commão de obra trazida de Arapiraca para ensinar o ofício aos índios. Comos alagoanos vieram sementes e em pouco tempo a terra arenosa ganhou o verde de pequenas mudas. Mas ninguém atentou que o clima da terra de Macunáima, como dizem os macuxi, nada tema ver como do berço de Graciliano Ramos. Um chuvisco aqui e outromais acolá, veio a colheita. Desastre total. Jogaram a safra no lixo e nemos nativos conseguiram pitar, pois se plantou tabaco e se colheu macaia. Dona Nenê largou tudo e foi trabalhar como jornalista e escritora em Boa Vista. Macaia − [De or. incerta.] − Substantivo feminino − 1. Bras. BA MG SP Tabaco de má qualidade; macaio. (Aurélio). O desastre da safra de tabaco

Edição 1.400 página 7 Comunicação Corporativa Brasília n Adriano Pinzon Garcia está de volta à Máquina CW como executivo sênior, para atender à Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), em Brasília. No intervalo, atuou por um ano na Weber Shandwick. Pará n FabíolaBatista integrou-seàequipe da Fato Relevante, contratada como executiva sênior. Ex-Temple, In Press Porter Novelli e Secom do Governo do Estado do Pará, ela atuará desde Belém, onde vive. Rio de Janeiro n Ricardo Miranda Filho, que foi assistente parlamentar no Senado por quase quatro anos e meio, começou em janeiro como coordenador de comunicação na Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. n Marcel Dellabarba iniciou março de cargo novo na Samsung Electronics Latam, em que está desde abril de 2019: foi promovido de gerente sênior de PR Latam a diretor de comunicação da companhia. Em sua trajetória na área, ele acumula cinco anos e quatro meses de Honda, dois anos e oito meses deMercedes e poucomais de um ano de Volkswagen. E mais... n Natasha Bonomi e Henrique Carvalho foram promovidos na Brunswick, ela de associate a diretora; e ele, de account director a associate. n Aline Rodrigues, ex-NR-7 e Ideal H+K Strategies, despediu-se da Edelman, onde esteve por pouco mais de dois anos, os últimos 18 meses no atendimento à Microsoft. n Ana Clara Hauy, que estagiou por dois anos na Pine PR, foi efetivada agora em março pela agência no cargo de executiva de atendimento. n Andrea Milanez, ex-Loures e PR Consulting, que teve rápidas passagens por Hands Ag e Pros, começou em janeiro na Press Pass como gerente de projetos para a Luxottica Brasil. Adriano Pinzon Fabíola Batista Ricardo Miranda Filho São Paulo Marcel Dellabarba assume a Diretoria de Comunicação da Samsung Electronics Latam Marcel Dellabarba Natasha Bonomi Henrique Carvalho Aline Rodrigues Ana Clara Hauy Andrea Milanez

Edição 1.400 página 8 conitnuação - Comunicação Corporativa n Brenda Camargo, que esteve por dois anos e três meses na assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Direitos da Pessoa com Def iciência, até dezembro, integrou-se na sequência à equipe da Race Comunicação. n Caroline Brandão, que foi por mais de dez anos da Approach e teve uma rápida passagem pela Lacomunica, começou como assessora sênior na Danthi Comunicação. n Débora Paris Lemos, que era coordenadora de atendimento e esteve por quase um ano e meio na NR-7, até novembro, mudou para a GBR Comunicação, contratada como coordenadora de RP e Comunicação. n Fábio de Oliveira deixou a Hill + Knowlton Brasil, onde atuou por nove meses como atendimento sênior, e foi, na mesma função, para a Ideal , ambas integrantes do grupo WPP. A mudança ocorreu em fevereiro. n Gabriel Micheleti, que foi por t rês anos assessor de imprensa na Secretar ia de Sub-Prefeituras de São Paulo e por um ano assessor de imprensa na Texto Comuni - cação, deixou a Máindi em janeiro, após cinco meses de casa, e começou como executivo pleno na CDI. n Giovana Pascale Braga, que estagiou por um ano e nove meses na XCOM e pelo mesmo período na JeffreyGroup, foi contratada como executiva júnior pela Edelman. n Julia Gandin integrou-se em dezembro ao time da WB.P, na função de analista de inbound marketing. Ela foi anteriormente da Agência Contatto e da Milvus. n Laura Nogueira Pereira, coordenadora de PR, deixou em dezembro a Press Pass, após um ano e dez meses de casa, e integrou-se ao time da Suporte Comunicação como líder de PR. Brenda Camargo Caroline Brandão Débora Paris Lemos Fábio de Oliveira Gabriel Micheleti Giovana Pascale Braga Julia Gandin Laura Nogueira Pereira n Leticia Trindade começou em janeiro como atendimento sênior na Tao PR. Ela esteve por seis meses na Hum Comunicação e por quatro anos Tre Assessoria. n Luciana Pacheco encerrou em fevereiro seu ciclo na Via, onde atuou por um ano e dois meses, no cargo de gerente executiva de sustentabilidade / ESG, diversidade e inclusão e comunicação interna. Em outra ponta, ela continua como membro do conselho consultivo da Pangeia.eco, ecossistema de negócios sustentáveis que cria e abraça iniciativas baseadas no desenvolvimento social, econômico e ambiental. Ex-Máquina CW e Bradesco Seguros, ela esteve por pouco mais de nove anos na B2W Digital, antes de ingressar na Via. n Maria Clara Saorini, relações públicas na Máquina CW, em que esteve por dois anos e nove meses, até novembro, ingressou no mês seguinte na Inside Out PR, na mesma função. Ela também ficou por umano emeio na Index Assessoria. n Michele Voltolini, que foi diretora de novos negócios da InPress Porter Novelli, agência em que f icou por quase 22 anos, atua agora como consultora autônoma especializada em Comunicação Corporativa e Brand PR. Leticia Trindade Luciana Pacheco Maria Clara Saorini Michele Voltolini

Edição 1.400 página 9 n Rebeca de Queiroz deixou a FSB, onde esteve por dez meses na função de executiva pleno, e começou na MktMix como executiva sênior para o atendimento do núcleo de beleza. n Silvia Simões Peciauskas foi promovida na Johnson&Johnson MedTech, de gerente de comunicação Latam para gerente sênior de comunicação Brasil. n Thais Helena Minatti Hannuch deixou em fevereiro a GWA, onde ficou por pouco mais de três anos, e começou agora em março como diretora adjunta na FSB Comunicação. Ex-Ideal H+K, Finestra e Ketchum, ela integra o time da diretora de Comunicação Debora Lafosse. n Victor Hugo Carvalho, ex-Tamer, PinePR e Golin, que deixou em novembro, começou em dezembro como analista de comunicação na FSB. Entrou em licençamaternidade n Camila Acatauassú Xavier, coordenadora de imprensa na Approach, no Rio de Janeiro, na agência desde novembro de 2014. Rebeca de Queiroz Silvia Simões Peciauskas Thais Helena Minatti Hannuch Victor Hugo Carvalho Camila Acatauassú Xavier n A Danthi Comunicação venceu a concorrência para a conta de comunicação da Light, concessionária centenária de energia elétrica do Rio de Janeiro. A agência cuidará do PR e da gestão das redes sociais da companhia. Fundada e dirigida desde 2010 por Hélio Sussekind, a agência conta hoje com mais de 100 pessoas no time e mais de 130 clientes de diferentes segmentos da economia. E mais... n A Nova PR também está de cliente novo: a Sólides, plataforma especializada em tecnologia para gestão de pessoas para pequenas e médias empresas (PMEs), fundada em 2010 e com mais de 24 mil clientes. No atendimento, Flávio Botelho, que acaba de chegar à agência, com a direção de Bruno Galo. n A Vervi Asssessoria cuidará da divulgação do EJA Brasil EAD, que atua no campo da educação de adultos e adolescentes à distância. n A Dona Comunicação conquistou a conta da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp). Juscelino Pereira chega à empresa para o atendimento à imprensa, sob supervisão do diretor Rolland Gianotti. u Ocontrato coma Faesp émais ummovimento de consolidação da agência carioca no mercado paulista, que concentra 70% da carteira de clientes da Dona. A sede continua no Rio, mas a agência acaba de abrir um novo processo de seleção para reforçar o time de São Paulo. u Ela também mira o mercado do Sul. No início do mês, fechou contrato de assessoria de comunicação com a Datum TI, de Porto Alegre. n A Alter Conteúdo Relevante, de Kelly Lima, tem novo cliente, a ONG Refúgio 343, organização humanitária que atua com refugiados no País, onde já promoveu a integração de mais de três mil pessoas. À frente do trabalho com a imprensa estão Matheus Zanon (ex-CEBDS e Governo do Estado do Rio) e ArianeCruz (ex-Grupo Souza, do ramo alimentício no Nordeste), com o apoio de Jarli Guajajara, estagiária de comunicação da agência. Dança das contas Danthi conquista a conta da Light Juscelino Pereira HÁ 10 ANOS APERFEIÇOANDO O MERCADO DE COMUNICAÇÃO VOCÊ TEM QUE ESTAR AQUI! A MAIOR FERRAMENTA DE ENVIO DE RELEASES DO BRASIL! MAIS DE 55 MIL JORNALISTAS NO MAILING DE IMPRENSA! O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA CONTRATAR? conitnuação - Comunicação Corporativa

Edição 1.400 página 10 conitnuação - Comunicação Corporativa Pelo mercado n O Grupo BCW Brasil, formado pelas agências Máquina CW e BCW, lançou na última semana o Live Hub, nova área de negócios com foco em eventos e ativações, sob a liderança de Ricardo Marques. Vale-se de uma equipe de mais de 300 pessoas e de um time multidisciplinar que atua com mídia, arte, BI, conteúdo e planejamento. E nasce contando comclientes como Bridgestone, Qualcomme Volkswagen Financial Services. n A Mira Comunicação, de São Paulo, anuncia um reposicionamento de mercado, focado em atuação 360°, e o faz reforçada pelo lançamento de novasmarca e identidade visual. n O I’Max decidiu mergulhar no segmento de podcast lançando seu próprio projeto, o Mailing Cast, comperiodicidade quinzenal e “tamanho otimizado” para caber na rotina dos profissionais de assessoria de imprensa e relações públicas. Ele ficará disponível nas principais plataformas de áudio. u Para o primeiro episódio, a produção trouxe uma apresentação do mailing de imprensa, passando pela mecânica do envio de e-mails e proteção ao spam até a relação complexa de assessores de imprensa e profissionais de redação. u Na linha de frente estão Flávia Ivo, gerente de conteúdo, e Cristine Gentil, produtora de conteúdo. Confira aqui o primeiro episódio. n A Ágora Comunicação Estratégica e Public Affairs, presidida no Brasil por Everton Schultz, apresentou na última semana sua nova identidade visual e uma ação intensiva do ecossistema Untold no Brasil, do qual a agência é parte integrante. Flávia Ivo Cristine Gentil EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Marcelle Chagas, coordenadora da Rede JP, apresentou o projeto Communication to Change para as principais lideranças inovadoras globais em negócios, serviço público e impacto social presentes à Clinton Global Initiative, na Universidade de Vanderbi lt, em Nashvi lle, Tennessee (EUA). Figuras de destaque, como Pete Buttigieg, secretário de Transporte dos EUA, e John Cooper, prefeito de Nashville, também participaram, assim como toda a família do ex-presidente Bill Clinton. u “Para nós é uma oportunidademuito grande, pois estamos trazendo uma nova perspectiva sobre impacto social que envolve a comunicação”, destacou Marcelle. “Estamos iniciando uma caminhada em parceria com a Clinton Foundation, o que será muito impactante para o Brasil e com certeza também internacionalmente”. u O evento contou ainda com o Day Action, em que foram distribuídos alimentos às famílias locais; com o Second Harvest Food Bank of Middle Tennessee, preparação de material escolar para alunos das escolas públicas de Metro Nashville; e limpeza da terra para um próximo centro cultural com a Native American Indian Association of Tennessee. Rede JP firma compromisso de ação em evento da Clinton Foundation realizado nos Estados Unidos Mês das mulheres: a diversidade de gênero precisa ser uma realidade no mercado de trabalho Novo artigo de Sandra Roza, especialista em diversidade da Rede JP, reflete sobre a inserção da mulher negra no mercado de trabalho da comunicação. Segundo a autora, a diversidade na comunicação, principalmente a racial e de gênero, precisa avançar emuito. Se a presença de mulheres nas redações ébaixa, no total, mulheres negras quase não existemnesses espaços. Leiamais. Marcelle (dir.) com o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, no Day Action

Edição 1.400 página 11 AUTO Patrocínio n O Electric Days, evento global especializado em mobilidade elétrica e ESG, que terá sua primeira edição brasileira realizada nos próximos dias 20 e 21 de março, em São Paulo, contará como trabalho do Grupo Printer na assessoria de comunicação. O evento, que já teve edições nos Estados Unidos e na Europa, incluirá uma feira comexposição de veículos eletrificados, produtos e tecnologias domercado da eletromobilidade, umcongresso, que é o braço de conteúdo do encontro, e uma área especial reservada de negócios para aproximar montadoras, fabricantes, fornecedoras de tecnologias, startups e fundos de investimento. u “O Electric Days tem como objetivo discutir o futuro da mobilidade no Brasil, reunindo executivos e empresas que lideram a transição para um futuro de zero emissões´, explica Fábio Trindade, CEO da Motorsport Network Brasil, organizadora do evento. u Cuidam do atendimento Andrea Agune (andrea.agune@ grupoprinter.com.br e 11-989716343) e Juliana Machado (juliana.machado@ e 97511-9444), com di reção de Rosangela Ribeiro (rosangela.ribeiro@ e 98684-1975) e Eduardo Sanches (eduardo.sanches@ e 993053328). n Em parceria com a LiveSports, Cassio Cortes estreou nesta quarta-feira (8/3) o videocast Carro Cortes. Semanal, o programa mistura hard news da indústria automotiva e do automobilismo com humor, sempre com um convidadodiferente a cada semana, e conta com coapresentação de Joãodel Arco. No episódio de estreia, o convidado do programa foi Stevan Gaipo, comediante famoso pelo quadro Auto Pobre, no YouTube. u “Além de ser um jornalista respeitado, Cassio é conhecido nomeio por sua criatividade, por ser alguém que sempre busca novos formatos e linguagens”, destaca Fabio Seixas, diretor de Conteúdo da LiveSports. “Para nós, é um enorme prazer estar com ele nesta nova empreitada”. E mais... n A SFCom, de José Augusto Ferraz, está comemorando três importantes efemérides em2023. A revista Frota&Cia, especializada nomercadode transporte e logística, e o Prêmio Lótis Campeão de Vendas estão fazendo 30 anos de vida. Já o Caderno Ônibus, suplemento dedicado ao transporte de passageiros, publicou em fevereiro a sua 200ª edição. n Foram anunciados nessa terça-feira (7/3) os indicados para a segunda fase dos +Admirados da Imprensa Automotiva 2023. No total, 450 jornalistas foram lembrados, 93 dos quais se classificaram para o segundo turno. Entre as publicações, foram 358 veículosmencionados e 65 deles seguem na disputa. u Nesta fase, os eleitores poderão indicar do 1º ao 5º colocado, de acordo com sua preferência. Para cada posição indicada, uma pontuação será atribuída (1º lugar – 100 pontos, 2º – 80, 3º – 65, 4º – 55 e 5º – 50) e a soma total da pontuação definirá os +Admirados em 12 categorias: Jornalista (Geral, Duas Rodas e Veículos Comerciais), Colunista, Influenciador Digital, Podcast, Programa de Rádio, Jornal, Revista, Site, Programa de TV e Canal Digital. u O segundo turno segue até 17 de março e a cerimônia de premiação está prevista para 24 de abril, em São Paulo. A eleição conta com os patrocínios de Bosch, General Motors e Honda, e apoios da Abraciclo, Volkswagen, VWCO e Press Manager. Empresas interessadas emapoiar a iniciativa podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro ([email protected]). u Confira a relação completa dos finalistas na edição especial de Jornalistas&Cia. PELAS REDAÇÕES +Admirados da Imprensa Automotiva classifica 93 jornalistas e 65 publicações para o segundo turno Cassio Cortes estreia videocast em parceria com a LiveSports PELO MERCADO Grupo Printer assume a conta do Electric Days

Edição 1.400 página 12 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) No desenrolar das atividades comemorativas dos 100 anos do rádio no Brasil, oMIS (Museu da Imageme do Som) de São Paulo abriu duas exposições sobre o meio. A primeira é O Rádio no Brasil e a outra é Padre Landell: o Homem que Inventou o Futuro. Helena Tassara, socióloga, documentarista, cineasta e escritora, é quem assina curadoria, pesquisa e texto para a exposição sobre o padre- -cientista que revolucionou as comunicações, mas não recebeu emvida o reconhecimento merecido. Ela conta que o primeiro contato com a história de Landell foi na reunião com Marcos Mendonça, presidente do MIS, que a chamou para pedir uma exposição sobre o rádio. Nesse contexto, Helena saiu à procura de informações sobre o padre e encontrou a obra do jornalista e pesquisador Hamilton Almeida, biógrafo de Landell, comuma investigação que já dura mais de 40 anos. Foi assim que Helena acabou levando Hamilton como consultor para a realização da exposição, aberta na capital paulista. “Hamilton sabe tudo sobre a história do padre, o que que me facilitou o caminho, que era o de encontrar os remanescentes da história de Landell, que são muito poucos”, afirma a curadora. “Então, matérias de jornal, o material todo que existe no Instituto Histórico Geográfico do Rio Grande do Sul, que pertenceu ao padre, no qual o próprio Hamilton mergulhou para escrever os livros que escreveu”. Mas, ao estudar o material, Helena percebeu que havia um desafio: tratar de ciência comuma linguagem mais simples e que pudesse materializar-se em alguns Exposição revela a genialidade do inventor do rádio Helena Tassara elementos que tornassemmais acessíveis os conceitos desenvolvidos pelos cientistas, que resultaram na criação do rádio: “Estudando a história do padre, isso tudo não é suficiente para a gente fazer uma exposição, porque eu tenho que considerar o público que vai lá, jovens, muitos estudantes, e tem que ser, na verdade, um público muito variado. Comecei a me debruçar sobre a ciência das ondas, porque fiquei pensando o que é que pode ser tão diferente, que pode encantar as pessoas e que não vai estar só na história dele, que é uma história muito frágil, um homem que viveu 120 anos atrás” Foi assim que ela desenvolveu o conceito da exposição, em que os visitantes são convidados a mergulhar na história, na vida e na ciência do padre Landell: “Aí eu pensei: vamos fazer uma exposição que tire da invisibilidade duas coisas; primeiro, obviamente, a história do padre e, em segundo lugar, a ciência por trás disso, pela qual o padre Landell descobriu ser a capacidade de fazer transmitir a voz humana por ondas”. Entre os segmentos da exposição há uma área dedicada a experiências desenvolvidas pelo Instituto de Física da USP. Nela estão 15 experimentos que apresentamo eletromagnetismo, as ondas de rádio, entre outros fenômenos: “Entre eles estão o que eu chamei de Bosque da Sabedoria. Então, são 15 cientistas, os mais importantes, que desenvolveram os conceitos utilizados por Landell, desde o século XVIII até os contemporâneos do padre”. Alémde traçar a história do brasileiro que inventou a transmissão de voz à distância, sem fio, a exposição apresenta uma grande pesquisa que contextualiza uma linha do tempo, mostrando aos visitantes o que acontecia na sociedade e no mundo no momento dos saltos históricos na ciência. Quem for à exposição verá que Landell era um visionário, muito à frente de seu tempo, pois tendo como base suas pesquisas e inventos ele escreveu sobre possibilidades impensadas para aquelemomento, como a de comunicação interplanetária, os conceitos como o de telefonia celular e o uso de fibra ótica. Helena Tassara afirma que o padre tinha muito talento, mas não as ferramentas nem os recursos financeiros necessários para desenvolver seus estudos e materializá-los em inventos práticos. Mesmo com tantas dificuldades, é possível ver no material exposto no MIS a genialidade de Landell e a resiliência dele na busca por um caminho científico para explicar fenômenos do eletromagnetismo. Estão à mostra documentos, equipamentos e manuscritos, além de fotos e outros materiais que vieram do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul. A curadora lembra-nos do árduo trabalho dos pesquisadores que atuam na produção de conteúdos básicos para exposições, filmes, documentários, livros etc: “Há uma grande equipe que atua nos bastidores para a realização de um evento com esse e tantos outros”. Réplica do rádio inventado por Landell, o mais antigo do mundo

Edição 1.400 página 13 (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. PRECIO SIDADES do Por Assis Ângelo Acervo ASSIS ÂNGELO Para encerrar pergunto se Landell teriamais sorte e visibilidade emsua carreira se tivesse nascido em outro país. Helena sorri e comenta que, infelizmente, outros cientistas brilhantes também morreram pobres e sem reconhecimento e que talvez o padre tivesse tidomelhor sorte em terras estrangeiras, mas não podemos afirmar comexatidão. Oque fica éumbelo legadocientífico, umaboahistória euma exposiçãomagnífica para entendermos melhor a importância de Landell para o rádio. Exposições Rádio no Brasil e Padre Landell: o homem que inventou o futuro Data: 3 de março a 16 de abril de 2023 Horário: terça a sexta, das 11h às 20h; finais de semana e feriados, das 10h às 19h Local: Espaço Expositivo, 1º andar – MIS (Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo/SP) Classificação: Livre Entrada gratuita Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link. Leandro Gomes de Barros continua vivo O Brasil, sabemos, é um país novo. Riquíssimo. De tudo temmuito: ouro, prata, pérolas e miséria, além das safadezas que borbulham nas esquinas, palácios e bordéis. Por ser um país novo, tudo ainda é novo. No correr da nossa história houve todo tipo de violência e desgraça. O indígena, o negro e a mulher, grosso modo falando, sempre foram vistos como seres menores ou de segunda classe pelos poderosos de plantão. Na literatura nacional e tambémnamúsica aparecempersonagens judiadas e até mortas de todas as maneiras. Num livro do cearense José de Alencar, por exemplo, há casos horrorosos. No romance regionalista Til, de Alencar; e no Dona Guidinha do Poço, livro naturalista de Manoel de Oliveira Paiva, há casos terríveis findados em feminicídio. Til foi publicado em 1872 e Dona Guidinha, embora tambémescrito no século 19, foi publicado 60 anos depois da morte do autor. No enredo desse livro, curiosidade: é a esposa que manda matar o marido. Pois é, a nossa literatura ainda é nova. Tem só uns 200 anos. A nossa literatura popular ainda é mais nova do que a chamada literatura erudita ou moderna. Os primeiros folhetos de cordel, que se encaixamperfeitamente no campo da literatura popular, começaram a ser publicados no Brasil poucos anos antes da chegada do século 20. O primeiro e nosso principal cordelista, como são chamados os autores de folhetos de cordel, foi o paraibano de Pombal Leandro Gomes de Barros. Leandro escreveu seu primeiro folheto em 1889. Título: A Mulher Roubada, que só seria publicado em 1907. O romancista Ariano Suassuna dizia que tomara conhecimento de um folheto de cordel circulando nos sertões da Paraíba já em 1836. Título: Romance da Pedra do Reino, de autor desconhecido. Orígenes Lessa, também escritor dos bons, anotou: o primeiro folheto de cordel, também de autor desconhecido, publicado no Brasil foi em 1865, sob o título O testamento que faz um macaco, especificando suas gentilezas, gaiatices, sagacidade etc. Em agosto de 2001, o Sesc São Paulo, unidade Pompéia, apresentou uma grande exposição com debate e tudo mais intitulada 100 Anos de Cordel, cuja a curadoria coube ao jornalista Audálio Dantas. Não se sabe até hoje quantos folhetos Leandro escreveu e publicou, mas foram centenas, com títulos clássicos como O Cachorro dos Mortos. Esse cordel trata de um tríplice homicídio provocado pelo fato de uma das vítimas, Angelita, não ceder aos desejos de um pretendente. Atualíssimo. Leandro Gomes de Barros tem inspirado muitos cordelistas. Seu nome ainda circula no meio popular e até entre candidatos a doutor por universidades Brasil afora. Sobre sua obra, há várias teses universitárias rolando por aí. Às universidades federais da Paraíba e do Mato Grosso do Sul foramapresentadas as dissertações Direito & Literatura:

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