Jornalistas&Cia 1400

Edição 1.400 página 13 (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. PRECIO SIDADES do Por Assis Ângelo Acervo ASSIS ÂNGELO Para encerrar pergunto se Landell teriamais sorte e visibilidade emsua carreira se tivesse nascido em outro país. Helena sorri e comenta que, infelizmente, outros cientistas brilhantes também morreram pobres e sem reconhecimento e que talvez o padre tivesse tidomelhor sorte em terras estrangeiras, mas não podemos afirmar comexatidão. Oque fica éumbelo legadocientífico, umaboahistória euma exposiçãomagnífica para entendermos melhor a importância de Landell para o rádio. Exposições Rádio no Brasil e Padre Landell: o homem que inventou o futuro Data: 3 de março a 16 de abril de 2023 Horário: terça a sexta, das 11h às 20h; finais de semana e feriados, das 10h às 19h Local: Espaço Expositivo, 1º andar – MIS (Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo/SP) Classificação: Livre Entrada gratuita Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link. Leandro Gomes de Barros continua vivo O Brasil, sabemos, é um país novo. Riquíssimo. De tudo temmuito: ouro, prata, pérolas e miséria, além das safadezas que borbulham nas esquinas, palácios e bordéis. Por ser um país novo, tudo ainda é novo. No correr da nossa história houve todo tipo de violência e desgraça. O indígena, o negro e a mulher, grosso modo falando, sempre foram vistos como seres menores ou de segunda classe pelos poderosos de plantão. Na literatura nacional e tambémnamúsica aparecempersonagens judiadas e até mortas de todas as maneiras. Num livro do cearense José de Alencar, por exemplo, há casos horrorosos. No romance regionalista Til, de Alencar; e no Dona Guidinha do Poço, livro naturalista de Manoel de Oliveira Paiva, há casos terríveis findados em feminicídio. Til foi publicado em 1872 e Dona Guidinha, embora tambémescrito no século 19, foi publicado 60 anos depois da morte do autor. No enredo desse livro, curiosidade: é a esposa que manda matar o marido. Pois é, a nossa literatura ainda é nova. Tem só uns 200 anos. A nossa literatura popular ainda é mais nova do que a chamada literatura erudita ou moderna. Os primeiros folhetos de cordel, que se encaixamperfeitamente no campo da literatura popular, começaram a ser publicados no Brasil poucos anos antes da chegada do século 20. O primeiro e nosso principal cordelista, como são chamados os autores de folhetos de cordel, foi o paraibano de Pombal Leandro Gomes de Barros. Leandro escreveu seu primeiro folheto em 1889. Título: A Mulher Roubada, que só seria publicado em 1907. O romancista Ariano Suassuna dizia que tomara conhecimento de um folheto de cordel circulando nos sertões da Paraíba já em 1836. Título: Romance da Pedra do Reino, de autor desconhecido. Orígenes Lessa, também escritor dos bons, anotou: o primeiro folheto de cordel, também de autor desconhecido, publicado no Brasil foi em 1865, sob o título O testamento que faz um macaco, especificando suas gentilezas, gaiatices, sagacidade etc. Em agosto de 2001, o Sesc São Paulo, unidade Pompéia, apresentou uma grande exposição com debate e tudo mais intitulada 100 Anos de Cordel, cuja a curadoria coube ao jornalista Audálio Dantas. Não se sabe até hoje quantos folhetos Leandro escreveu e publicou, mas foram centenas, com títulos clássicos como O Cachorro dos Mortos. Esse cordel trata de um tríplice homicídio provocado pelo fato de uma das vítimas, Angelita, não ceder aos desejos de um pretendente. Atualíssimo. Leandro Gomes de Barros tem inspirado muitos cordelistas. Seu nome ainda circula no meio popular e até entre candidatos a doutor por universidades Brasil afora. Sobre sua obra, há várias teses universitárias rolando por aí. Às universidades federais da Paraíba e do Mato Grosso do Sul foramapresentadas as dissertações Direito & Literatura:

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