Jornalistas&Cia 1401

Edição 1.401 página 28 Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected]–11-99689-2230)•Editorexecutivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: Fernando Soares ([email protected] – 11-97290-777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Anna França ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-999151295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected] – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro ([email protected] – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) − Fala, mermão! Em que posso ajudar? − A Rose está? − Cara, não sei, deixa eu ver. Passa um minuto. Dois minutos, cinco minutos. Ao fundo, ouço o repórter-beleza em um papo superanimado e nada da Rose. Não dá para esperar, desisto. Ligo para a Folha de S.Paulo, na tentativa de falar com Teté Martinho. Sou atendido por um jornalista malhumorado. − Sim... − Por favor, a Teté está? − Não!... estamos em fechamento, não está vendo? Desligo. Sei que sexta-feira não é um bom dia para assessor ligar. É dia de “pescoção”, quando antigamente os jornalistas trabalhavam dobrado para fechar as edições de sábado, domingo e ainda deixar algo preparado para a segunda-feira. Na fila, em última tentativa, tento achar a fofésima Leila Reis, editora de TV do Estadão. “Putz, deveria ter começado pelo Estadão”, pensei. Paulo Francis tinha saído recentemente da Folha de S.Paulo e ido para o Estadão, onde ocupava página inteira do Caderno 2 (com as imagens da melhor desenhista que o Brasil já teve, Mariza Dias Costa, nas palavras de Renina Katz). Um jornalista simpaticão atende ao telefone. − Pois não? - Por favor, a Leila está? − Puxa vida, ela acabou de sair. Posso ajudar? Me surpreendo. Quanta gentileza com um assessor! No fechamento? − Huuummm, não sei, é que... − Pode falar, quem sabe eu te ajudo. − Com quem falo? − Zanin. Trabalho aqui na editoria [Luiz Zanin Oricchio]. - Prazer, meu nome é Ricardo Braga, da Art Presse. Sou fonte de informação para a Leila Reis. Atendemos à Globosat. É que, sabe, tenho uma informação que não é necessariamente de TV mas tem impacto na política... − Sem problema! O que é?, pergunta Zanin. Explico do Manhattan Connection, do convidado da sexta-feira, do almoço etc. Ao final, passo a informação. Ele fica ofegante, percebo. Pergunta: − Peraí, peraí. Qual é o seu nome mesmo? Fica na linha. Não! Me passa o seu telefone, a ligação pode cair. Qual é o seu número? Espera, espera, que eu já volto. Ele sai. “Será que ele acreditou no que eu disse? Será que ainda dá para aproveitar a informação para amanhã? Será que ele vai citar o Manhattan Connection?”, penso. Ele volta. Sua respiração está ainda mais ofegante. Me pergunta se eu passei essa informação para mais alguém. Digo que tentei falar com dois outros veículos, mas que não tive sucesso. Ele me diz que acabou de falar com o secretário de Redação e que iriam ligar para o Francis para checar a informação. Aproveito para reforçar: − Olha, não esquece de citar o nome do Manhattan Connection! Ele ri. No dia seguinte, vou para a banca e vejo a notícia publicada, no alto da capa em seis colunas: Fernando Henrique Cardoso será o candidato de Itamar à Presidência (não sei se foi exatamente com essas palavras, mas aqui está a essência da manchete). Tempos depois conheci Zanin pessoalmente. Ele me confidenciou que era petista e odiava FHC (na época). Tomamos alguns chopes e demos muitas risadas. PS.: Publicaram o nome do Manhattan Connection da maneira mais inteligente. Com uma suíte do próprio Francis relatando o encontro e a revelação. FHC e o quarteto original do Manhattan Connection: Caio (esq., em pé), Motta, Lucas e Francis

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