Jornalistas&Cia 1431

Edição 1.431 página 16 (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. E futebol e religião não vamos discutir. Mas, não. Na pesquisa global, o interesse pelo tema política foi muito importante. Foi TOP 3 em todos os recortes. Política era segunda, era terceira, sempre ali, numa demonstração clara de que esses radialistas sabem da importância que é falar sobre política”. Uma curiosidade das várias levantadas pela pesquisa é que em muitas emissoras não há jornalistas formados, mas muitos radialistas que atuam e se preocupam com o conteúdo jornalístico veiculado. Outra é que essas emissoras têm problemas para acessar a internet de alta velocidade, mas não significa que estejam fora das plataformas digitais. Muitas vezes de forma precária, os profissionais entendem a necessidade dessa presença online e buscam soluções para conseguiram baixar conteúdos das agências. Em suma, os dados reafirmam a força do rádio nessas cidades com até 50 mil habitantes, o que permite acesso a uma grande parcela da população que muitas vezes está esquecida pelas grandes redes ou pelos grandes anunciantes. Vale lembrar que mais da metade das cidades brasileiras se enquadra nesse perfil, ou seja, estamos deixando de falar com a maior parte do Brasil ao não utilizarmos o rádio como canal de comunicação. Para os interessados, é possível acessar os dados da Radioagência Câmara: https://www.camara.leg.br/radio/ https://www.camara.leg.br/radio/parceira Para os ouvintes: receba todas as sextas-feiras a programação cultural da Rádio Câmara no seu celular. Basta mandar uma mensagem de WhatsApp para 61-99978-9080. Para os radialistas: receba, em primeira mão, as novidades da Rádio Câmara para a sua emissora. Mande uma mensagem de WhatsApp para 61-99649-6101. Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link. chaves dentro dos chamados “desertos de notícias”, onde, na maioria dos casos, o único meio de comunicação que atende às comunidades locais é o rádio: “Nos chamados desertos de notícias quem quebra o deserto é o rádio. Quem traz a informação local e com relevância do hiperlocal mesmo, o evento cultural da igreja, o evento cultural da prefeitura, a vacinação, o documento para matrícula na escola? É o rádio que faz esse papel. E faz até hoje”. Ela destaca que esse processo é resultado das diversas formas de desigualdade social, mas que é uma vitória ainda conseguirmos manter alguma forma de comunicação com essas comunidades que ficaram à margem dos grandes grupos de comunicação: “Não podemos romantizar a desigualdade. Mas, de certa forma, é bonito de ver que existe ali um mecanismo simples, de pessoas se esforçando, valorizando a informação, já que não chega da forma como deveria, da forma moderna, da forma tecnológica”. Verônica lembra que essas comunidades muitas vezes acabam recebendo, das grandes redes de comunicação, informações sem sentido, como o trânsito na Rodovia Presidente Dutra, que liga Rio a São Paulo, mesmo o ouvinte estando em cidades do interior do Norte e Nordeste. Essa situação coloca em xeque a relevância das emissoras para suas cidades, enquanto algumas emissoras públicas ainda fazem programas voltados para comunidades locais: “Conversando com a Rádio Senado, descobri que eles também já tiveram um programa assim, que um era um ponto de encontro, de dar recado, de avisar pra mãe que está lá no interior do Amazonas que o filho está vindo. Ou então o filho que está em São Paulo mandou uma encomenda pelo amigo que está voltando para casa. A notícia chega, a informação chega, as pessoas se encontram”. Entre os conteúdos mais utilizados, a pesquisa indicou que as emissoras ficam com as matérias jornalísticas sobre os acontecimentos na Câmara. Entre os temas, saúde tem grande destaque, mas vem seguida por política, contrapondo um mito de que emissoras menores não querem falar de temas mais densos para seus públicos: “De forma geral, dizem que no Brasil não se gosta de política. Que as pessoas não se interessam, colocam tudo dentro do mesmo balaio. n A organização do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou em 10/10 os vencedores de sua 45ª edição. A sessão de julgamento foi realizada no Espaço Vladimir Herzog, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, com transmissão ao vivo nas redes sociais. u A cerimônia de premiação será em 24 de outubro, às 20h, no Tucarena, em São Paulo. Antes, haverá a tradicional Roda de Conversa com os ganhadores a partir das 14h, antes da cerimônia. Confira os vencedores: u Arte: Coração Latino – Vitor Massao (revista piauí); Fotografia: Mutilados – Márcia Foletto (O Globo); Áudio: Projeto Querino – Ynaê Lopes dos Santos, Tiago Rogero e equipe (Rádio Novelo); Multimídia: Ouro líquido – Rebeca Borges, Olívia Meireles, Leilane Menezes e equipe (Metrópoles); Texto: A cova rasa do Brasil – Gabriela Mayer (revista piauí); Vídeo: Vale dos Isolados – Sônia Bridi, Paulo Zero e equipe (TV Globo/Globoplay); Livro-reportagem: Arrastados – Daniela Arbex (Editora Intrínseca). 45º Prêmio Vladimir Herzog anuncia vencedores

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