Jornalistas&Cia 1431

Edição 1.431 página 28 que detestava comer verduras e legumes, mesmo depois que se descobriu diabético, já em Mauá. Era só arroz, feijão, bife, linguiça, batatas fritas, ervilhas enlatadas. Pratos nada atraentes, tipo gororoba, que ele mesmo preparava e postava nas redes, para brincar com os amigos que cozinham bem. Fez novas amizades em Mauá, inclusive com os cachorros sem donos que estavam sempre na sua porta, na “casa rosada”, onde passou a morar nos últimos anos e plantou muitas flores. Um lugar mais tranquilo, em que finalmente encontrou a paz que tanto buscava. Que saudade, querido PC. Essas redes vão ficar sem graça sem você por aqui, sem o seu bom humor, sem o colorido dos seus caixotinhos, a sua arterapia. Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected]–11-99689-2230)•Editorexecutivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: Fernando Soares ([email protected] – 11-97290-777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Hellen Souza ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-999151295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected] – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro ([email protected] – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) Que dia triste, esta quinta-feira. Acordei com a notícia da morte brutal dos três médicos em um quiosque da Barra da Tijuca. Vou dormir com a notícia da morte, por infarto, de uma pessoa queridíssima, o jornalista Paulo Cezar Guimarães, o PC, como era conhecido. Jornalista, professor, escritor, botafoguense, artista que pintava caixotes de madeira, desses que embalam frutas, legumes, verduras. Pedia os caixotes nas vendas e mercadinhos de Visconde de Mauá, na Serra da Mantiqueira, para fazer sua “arterapia”, como costumava dizer. Há alguns anos PC Guimarães trocou o Rio por Mauá. Não aguentava mais a aspereza da cidade grande. Entendo perfeitamente. Coração gigantesco, brincalhão e reclamão, assim era o PC. Pensou que Visconde de Mauá ainda fosse aquela cidade que a nossa geração conheceu nos anos 1970, um paraíso hippie encravado na Mata Atlântica. As paisagens continuam lindas, mas nas ruas agora pavimentadas do Lote 10, bairro em que foi morar de início, os burrinhos de antigamente deram lugar às motos barulhentas. E PC reclamava das motocas e do som sertanejo dos vizinhos, sempre nas alturas. Nada de Moraes Moreira, Fausto Nilo, Beatles, Geraldo Azevedo, Clube da Esquina. No inverno rigoroso da serra, reclamava do frio e do aquecedor barato que não aquecia nada, mas era o que dava para comprar. Vida simples, dinheiro curto da aposentadoria. E reclamava dos terraplanistas que não usavam máscaras durante a pandemia, nos quatro anos de trevas que também atingiram a Mantiqueira. Sempre vi no PC Guimarães um lado meio criança no adulto solidário, generoso, inconformado com as injustiças do mundo. Uma criança n A colaboração desta semana, uma homenagem a Paulo Cezar Guimarães, o PC Guima, falecido em 5/10 (ver pág. 20), é de Rogério Marques (rogeriomarques54@ gmail.com), ex-diretor do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, membro do Conselho Deliberativo e da Comissão de Ética da ABI. Trabalhou em várias empresas jornalísticas do Rio. Atualmente é profissional autônomo. Um dia triste PC, com um dos produtos de sua horta e os caixotinhos Rogério Marques

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