Jornalistas&Cia 1432

Edição 1.432 página 25 Sempre digo que o jornalismo me deu praticamente tudo que tenho, até mesmo boa parte dos 15 livros que já escrevi, como autor e coautor, entre obras históricas, de poesias, de temas políticos, entre outras para as quais fui contratado para escrever. Uma história que gosto de lembrar é do meu livro mais recente, Os homens que mataram o facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião, que lancei em 2007 pela Record e fiz a terceira edição recentemente pela Realejo, simpática editora e livraria de Santos, de propriedade do amigo José Luiz Tahan. Essa obra, que agora vai se tornar um documentário, Acordo com Lampião só na boca do fuzil, em parceria com o cineasta Marcelo Felipe Sampaio, nasceu na redação do extinto Diário Popular, jornal em que trabalhei cinco anos na década de 1990. Um dia, falei com o colega repórter-fotográfico Nario Barbosa se ele topava tirar férias e zarpar para o Nordeste, mais especificamente Pernambuco e Ceará, para fazer matérias retratando o maior dos bandidos brasileiros e, para minha surpresa, ele topou na hora. Tiramos férias na mesma época e fomos para o Nordeste. Éramos um pernambucano, eu, e um sergipano, Nario. Representávamos exatamente os Estados em que nasceu e em que morreu Lampião. Foram uns 25 dias de muito conhecimento, diversão e aprendizado. Visitamos Serra Talhada, onde nasceu o bandoleiro, pisamos o chão que o viu vir ao mundo, fomos aos principais locais de combate em sete Estados brasileiros e conhecemos Angico, onde ele, Maria Bonita e sete outros cangaceiros morreram, em 1938. Ao voltar, percebi que havia material para um livro. No entanto, não me atrevi a escrever uma biografia – mais uma – do personagem mais biografado do Brasil. Havia conhecido muita gente que enfrentou o temível bandoleiro, entre eles o sensacional Davi Jurubeba, que, aos 95 anos, me contou que desafiou Lampião para um duelo de punhal em meio a um combate. Prudente, o cangaceiro não aceitou o desafio. “Disse que era coisa de doido”. Assim, resolvi escrever sobre os inimigos do temível bandoleiro nordestino ao entender que nenhum n A história desta semana é novamente de Moacir Assunção ([email protected]), jornalista, historiador, escritor e professor na Universidade São Judas, em São Paulo. Mestre em História Social pela PUC-SP, é autor ou coautor de 15 livros, dois dos quais – Os homens que mataram o facínora – a história dos grandes inimigos de Lampião (Realejo) e São Paulo deve ser destruída – a história do bombardeio à capital na revolta de 1924 (Record) − foram finalistas do Prêmio Jabuti. Atualmente se prepara para estrear seus dois primeiros documentários, baseados nesses livros, e para criar uma empresa, a Minemosine Memória, História e Produções Culturais, voltada à produção de biografias de pessoas comuns e documentários sobre efemérides de empresas. Moacir Assunção Lampião, os nazarenos e o jornalismo acima de tudo n Não apenas os meios de comunicação verificam a desinformação, mas órgãos eleitorais da América Latina também lutam contra ela. Diante das eleições na Argentina em outubro, autoridades judiciais colaboram com meios e ONGs para verificar as candidaturas. Em nível regional, um Observatório Interamericano troca experiências de fact-checking com a mídia e plataformas sociais. (Saiba+) n A Coalizão Informativa C-Informa, da Venezuela, recebeu o prêmio de Excelência Jornalística da Sociedade Interamericana de Imprensa na categoria Jornalismo de Dados por revelar a estratégia de desinformação nas redes sociais do regime de Nicolás Maduro. Saiba como o trabalho foi feito. n Laura Sánchez Ley, do México, e Abraham Jiménez Enoa, de Cuba, foram agraciados com o prêmio de Jornalistas do Ano na Cúpula One Young World 2023, realizada em Belfast, na Irlanda do Norte. O cubano também levou um prêmio em reconhecimento à sua coragem. Em seus discursos, os profissionais criticaram as condições do jornalismo na América Latina e manifestaram apoio aos seus colegas no exílio. (Veja+) n O World Opportunity Fund, sediado nas Bahamas, passou a ser o acionista controlador da portuguesa Global Media, proprietária do Diário de Notícias, do Jornal de Notícias e da rádio jornalística TSF. O fundo de investimento adquiriu 51% do controle da empresa Páginas Civilizadas, que controla a Global Media e detém 22,35% da Agência Lusa. O empresário Marco Galinha perdeu, assim, a maioria do capital. Segundo o jornal Expresso, a informação foi prestada à ERC, entidade reguladora para a comunicação social em Portugal. (Colaboração de Lena Miessva, da cidade do Porto) Internacionais

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