Jornalistas&Cia 1432

Edição 1.432 página 5 conitnuação - MediaTalks 15 mortos em 10 dias − Pelo menos 15 profissionais de imprensa tiveram morte confirmada até essa terça-feira (17/10) em Gaza, Israel e no Líbano desde os ataques do Hamas em 7 de outubro, incluindo os que estavam a serviço e outros que foram vítimas de bombardeios em suas casas. O levantamento foi feito pela organização internacional Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ). O número de fatalidades é muito superior ao de mortes registradas na guerra entre a Rússia e a Ucrânia. O CPJ contabiliza 17 perdas em 20 meses de guerra, mas nesse número não estão incluídos jornalistas que perderam a vida em situações não relacionadas ao trabalho. Zamora segue preso − O premiado jornalista e editor José Rubén Zamora, fundador do jornal de oposição elPeriodico, teve a sentença de seis anos de prisão anulada por um tribunal de recursos da Guatemala, mas continuará na cadeia até a realização de novo julgamento. Um dos principais opositores do governo de Alejandro Giammattei, ele foi detido em julho de 2022 e condenado em junho de 2023 por crimes financeiros com base em acusações que organizações de direitos humanos e de defesa da liberdade de imprensa apontam como forjadas. A anulação foi em resposta a um recurso interposto pela Procuradoria-Geral da República expondo discrepância com a sentença original que condenou Zamora por lavagem de dinheiro e o absolveu das acusações de chantagem e tráfico de influência. Ataque à BBC − A entrada principal da BBC em Londres foi vandalizada com tinta vermelha em 15/10, após vários dias de controvérsia sobre a forma como a rede vem cobrindo o conflito entre Israel e o Hamas e Israel – incluindo a decisão de não chamar o grupo de terrorista. A organização Ação Palestina assumiu a autoria do protesto, alegando que a emissora tem “sangue nas mãos” e estaria “fabricando consentimento para os crimes de guerra de Israel”, mas a polícia não confirmou nem fez prisões. O ato veio na sequência de um debate acalorado que envolveu até o governo e a oposição em torno da política editorial adotada pela BBC, que é a de classificar os integrantes do Hamas como militantes. Libertada na China − A jornalista australiana nascida na China Cheng Lei, que estava presa há três anos e havia sido julgada a portas fechadas em 2022, foi libertada e voltou para Melbourne, como resultado de um esforço diplomático da Austrália. Cheng, 45 anos, era uma conhecida jornalista de finanças e apresentava um programa na estatal China Global Television Network. Foi detida em agosto de 2020 e ficou sob custódia até ser formalmente acusada de fornecer segredos da China ao exterior, em fevereiro de 2021. Como a China e a Austrália enfrentavam tensões diplomáticas naquele momento por sanções relacionadas à crise do coronavírus, a prisão foi interpretada como retaliação do país asiático. Charge ofensiva? − O jornal britânico The Guardian anunciou que não renovará o contato com o cartunista Steve Bell e deixará de publicar seus trabalhos, depois que uma charge retratando o primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu provocou críticas por uma suposta abordagem antissemita. O trabalho mostra o político usando luvas de boxe e cortando seu próprio abdômen com o contorno da Faixa de Gaza, onde violentos combates acontecem desde a semana passada. A legenda diz “Residentes de Gaza, saiam agora”. As críticas foram pela associação com Shylock, o personagem agiota judeu de O Mercador de Veneza, de Shakespeare, que no clássico do dramaturgo inglês insiste no “quilo de carne” que lhe é devido. Bell nega e diz que foi uma referência a um cartum sobre o então presidente norte-americano Lyndon Johnson nos anos 1960. Esta semana em MediaTalks Victoria Derbyshire/Twitter Tuitão do Plínio Por Plínio Vicente (pvsilva42@ gmail.com), especial para J&Cia (*) Plínio Vicente é editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984. Foi chefe de Reportagem do Estadão e dedica-se a ensinar aos focas a arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços. Almerinda veio para Roraima acompanhando o marido Antero, cabo do Exército, destacado para trabalhar na construção da rodovia federal BR-174, trecho ligando Boa Vista a Pacaraima, fronteira com a Venezuela. Depois de alguns anos comprou um pedaço de terra na beira da estrada, onde nasceu um vilarejo, Três Corações, nome que ele deu ao lugar para homenagear seu conterrâneo mineiro, o maior jogador de futebol da história. A mulher, também nascida na mesma cidade de Pelé, era de uma família de gerações de doceiras. Foi assim que a parada de viajantes virou o ponto de encontro com um doce que fez a fama do restaurante que existe até hoje. Almerinda e Antero ganharam a vida vendendo baba-de-moça. Baba-de-moça − Substantivo feminino 1. Bras. Cul. Doce feito com calda de açúcar, leite de coco e gemas de ovos. [Pl.: babas-demoça.] (Aurélio). A mineirinha da baba-de-moça

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