Edição 1.433 - 25 a 31 de outubro de 2023 n Será no próximo dia 13 de novembro a premiação dos +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, que promete marcar o cenário jornalístico com a revelação dos eleitos de todo o País, homenagens e performances especiais. u O evento contará com a presença do poeta Slam Akins Kintê e da grafiteira Sheila Raiana, que vão proporcionar aos convidados performances especiais em um tributo à diversidade e à luta antirracista. Para Akins, participar da celebração faz todo sentido, visto que o jornalismo e a literatura sempre andaram juntos. “Quando nós pesquisamos a imprensa negra, grandes poetas tiveram suas obras publicadas nesses veículos de informação, então para mim é uma grande honra estar presente nesse dia”, diz ele. u Sheila Raiana explica que para ela é uma honra contribuir artisticamente em uma festa que premia profissionais pretos, pois como mulher preta e artista sabe das dificuldades de conseguir espaço em ambientes que na sua grande maioria são majoritariamente ocupados por pessoas brancas: “A minha arte é uma extensão de mim, dos meus e do que gostaria de ver nas telas. Minha arte é a grande vontade de fazer a gente presente como protagonista. Minha expressão artística vem muito disso, de querer fazer pertencente, de mostrar o protagonismo preto, de me mostrar e mostrar os meus acima de tudo”. u Rosenildo Ferreira, fundador e editor-chefe do site 1 Papo Reto, um dos idealizadores do +Admirados e da cerimônia de premiação, explica que a festa foi desenhada a partir de um olhar que contemplasse a diversidade, além de valorizar a contribuição da comunidade afro-brasileira em diversos campos: “A partir daí, fomos em busca de elementos que pudessem concretizar nosso desejo de fazer uma cerimônia marcante, do ponto de vista institucional, e emblemática, no contexto das celebrações do Mês da Consciência Negra. E nada melhor do que a arte para resumir tudo isso. A opção pelo Slam e pelo grafite partiu do pressuposto da importância dessas duas vertentes artísticas como veículos de informação e propagação de ideias. Afinal, cabe à arte, especialmente à pintura e à literatura, sintetizar o espírito do tempo”. Ele completa dizendo que a curadoria dos arCerimônia vai celebrar a arte negra tistas teve como ponto de partida a qualidade do trabalho, a adesão ao tema comunicação-sociedade-diversidade-informação e o fato de não estarem, ainda, no mainstream. Segundo Rosenildo, sempre foi importante buscar amplificar novas vozes de talentos periféricos. O prêmio n A iniciativa, inédita no Brasil, surgiu a partir de inquietações antigas de seus realizadores e de uma costura inédita do Jornalistas&Cia, compondo um quarteto editorial, com as participações estratégicas de 1 Papo Reto, Neo Mondo e Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, representando um marco na promoção da inclusão e da luta antirracista no campo da comunicação. u A indicação dos profissionais ocorreu entre setembro e outubro, com intensa movimentação nas redes sociais e uma votação popular expressiva em dois turnos para eleger os principais jornalistas negros e negras, bem como veículos de comunicação com destaque na cobertura de pautas raciais. u No evento de premiação, que revelará os vencedores nas categorias TOP 10 Brasil, os vencedores regionais, o campeão da categoria Imagem Foto/Vídeo e os vencedores das categorias Veículo Geral e Veículo Liderado por Jornalistas Negros, também estão previstas homenagens especiais. Os Decana e Decano do Jornalismo serão agraciados com o Troféu Luís Gama; a Revelação do Ano receberá o Troféu Tim Lopes; e a Personalidade do Ano será honrada com o Troféu Glória Maria. O evento conta com o patrocínio de Bayer e Unilever, apoio de Dow, Latam e Embaixada e Consulados dos Estados Unidos; e apoio institucional de ABI, Conajira/Fenaj, Redemar e Unibes Cultural. Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras n O Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira é uma iniciativa inédita, que reconhece e celebra jornalistas negros e negras, assim como veículos de comunicação que se destacam na cobertura de pautas raciais e na luta antirracista. Promovido por Jornalistas&Cia, Neo Mondo, 1 Papo Reto e a Rede JP de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, o prêmio destaca a excelência no jornalismo e promove a diversidade e inclusão nas redações, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária. Rosenildo Ferreira Sheila Raiana SLAM Akins Kintê
Edição 1.433 página 2 Nacionais n Morreu em 21/10 Carlos Amorim, aos 71 anos, em São Paulo. Ele estava internado no hospital oncológico AC Camargo, e a causa da morte não foi divulgada. Deixa mulher e quatro filhos. u Nascido no Rio de Janeiro, Amorim iniciou a carreira no jornal A Notícia, na capital fluminense. Trabalhou posteriormente em outros jornais cariocas. Foi para o Grupo Globo e trabalhou por cinco anos em O Globo, na década de 1980. u Migrou para o telejornalismo na TV Globo, atuando nos principais jornais da casa. Foi chefe de redação do Globo Repórter, e editor de Jornal da Globo, Jornal Hoje e Jornal Nacional. Foi também diretor do Fantástico de 1991 até 1992 e diretor de Eventos da Central Globo de Jornalismo. u Amorim trabalhou também em SBT, Record, Bandeirantes e na extinta TV Manchete. Criou a BandNews e o programa Domingo Espetacular, da TV Record. Venceu o Prêmio Jabuti duas vezes, uma em 2004, com o livro-reportagem Comando Vermelho – A história do crime organizado, e outra em 2011, com a obra Assalto ao poder: o crime organizado. Amorim também venceu os prêmios Vladimir Herzog e Simon Bolivar. Nos últimos anos, dedicava-se a projetos independentes na internet. n A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) enviou um ofício ao Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino pedindo a apuração e investigação das ameaças contra Breno Altman por um grupo no WhatsApp de integrantes de comunidades sionistas no Brasil. u Altman, editor do site Opera Mundi, foi alvo de ameaças por parte de um grupo sionista chamado Jew Politics, formado por quase 300 integrantes. Em mensagens publicadas no grupo, membros ameaçaram o jornalista, dizendo que iriam “arrancar os dentes” e “cortar os dedos” dele. As ameaças ocorreram após ele publicar nas redes sociais opiniões pró-Palestina e contra a política exercida pelo governo de Israel na Faixa de Gaza. Após a repercussão das ameaças, o Jewpolitics anunciou que suspenderia suas atividades. O adeus a Carlos Amorim Carlos Amorim ABI pede que PF investigue ameaças a Breno Altman Breno Altman n A CPMI do 8 de janeiro aprovou o relatório final da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) com o indiciamento de 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre os pontos aprovados está o projeto de lei que estabelece o dia 25 de outubro como Dia Nacional da Defesa da Democracia. Foi nessa data, em 1975, que ocorreu o assassinato sob tortura do jornalista Vladimir Herzog, então diretor de Jornalismo da TV Cultura. u O projeto acolhido no relatório é fruto da campanha Dia da Democracia, lançada pelo Instituto Vladimir Herzog, que pedia justamente a instituição da data. A petição contava na última semana com mais de 6 mil assinaturas, entre elas personalidades como Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Sebastião Salgado, além do apoio de 150 organizações da sociedade civil. u O projeto deve agora seguir em regime de urgência no Congresso. Os familiares de Vladimir Herzog estão tentando marcar uma agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir apoio público ao movimento. A senadora Eliziane Gama também está tentando viabilizar a criação do Memorial da Democracia, que deve ser instalado no Senado. CPMI do 8 de janeiro aprova projeto que torna data do assassinato de Vladimir Herzog o Dia Nacional da Democracia Vladimir Herzog
Edição 1.433 página 3 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. O Twitter completa esta semana um ano sob a gestão de Elon Musk, que começou tachada de caótica e segue fazendo jus ao rótulo. Deixando de lado os teóricos da conspiração e figuras controvertidas como Donald Trump, Kanye West e Andrew Tate, que conseguiram reaver suas contas bloqueadas, é difícil encontrar alguém que veja algo de positivo no agora X. Prejuízo, queda no tráfego, desinformação e uma batalha sem vencedores com a imprensa estão entre as mazelas vividas pela rede social desde que o homem mais rico do mundo aplicou US$ 44 bilhões para virar o dono da bola e ditar as regras do jogo. Na verdade, há uma conquista apontada pela empresa de monitoramento Similarweb: o perfil de Musk e o tráfego para as suas postagens cresceu 96% entre setembro de 2022 e setembro de 2023. Mas o tráfego da plataforma caiu 19% nos EUA (origem de um quarto dos acessos) e em outros grande mercados. O relatório sobre o primeiro ano diz que se Musk quisesse gerar tráfego para o seu perfil certamente teria uma forma mais barata de fazer isso. O levantamento dá o tamanho do impacto sobre uma empresa que em maio de 2022 passado tinha visto seu valor de marca aumentar 85% em um ano, de acordo com a consultoria Brand Finance. E registrado lucro sete vezes maior no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2021. Em março passado, o bilionário disse que o fluxo de caixa seria positivo no segundo trimestre. Em julho, admitiu que as coisas não iam bem, culpando as campanhas contra desinformação e discurso de ódio na plataforma pela fuga de anunciantes. A Insider Intelligence projetou que o faturamento do Twitter em 2023 deve ser inferior a US$ 3 bilhões, um terço a menos do que em 2022. Desinformação no alvo da UE Dinheiro poderia não ser problema para o homem mais rico do mundo. Mas a reputação do Twitter/X despencou, e os questionamentos por desinformação e conteúdo nocivo podem acabar gerando mais perdas. Segundo a União Europeia, o Twitter/X é a plataforma com maior proporção de fake news e posts incitando a violência relacionados ao conflito Hamas-Israel. Por isso, tornou-se a primeira rede formalmente investigada sob a nova lei de serviços digitais do bloco, que prevê multa de 6% da receita e até bloqueio. Um ano de Twitter/X sob Musk: prejuízos, desinformação e uma batalha sem vencedores com a imprensa O rebranding atrapalhado é um capítulo à parte. Difícil imaginar uma empresa que mude seu nome e logomarca sem conferir se poderia usá-la nas redes sociais, a começar pela própria. Foi o que Musk fez, e teve que se apropriar do perfil de um usuário que desde 2016 detinha a conta X. Já começaram a aparecer processos arguindo o direito de uso do X pela empresa. A batalha com o jornalismo Elon Musk é aclamado como empreendedor intuitivo e arrojado. Mas adota um estilo temerário, esmerando-se em queimar pontes. No caso do Twitter, fez isso com um setor poderoso: a imprensa, cada vez mais implacável ao reportar os tropeços da plataforma. Mais do que falar mal do jornalismo e colaborar para a falta de confiança de uma parcela do público, Musk aparenta ser vingativo. Insatisfeito com uma reportagem do New York Times sobre o apartheid na África do Sul, seu país natal, postou o link de um site pelo qual se pode quebrar paywall, recomendando o cancelamento de assinaturas. Em agosto, sites de tecnologia relataram um delay nos links para conteúdos de grandes empresas jornalísticas. Em outubro, Musk foi além e removeu as manchetes, uma forma de dificultar a saída da plataforma ou simplesmente de provocar. O relatório da Similarweb destacou a “rivalidade contínua de Musk com a mídia”, capaz de causar “uma deterioração ainda maior no uso do X como fonte de notícias” e reduzir a importância da rede social como geradora de tráfego para os veículos. Segundo a empresa, há três anos o New York Times obtinha de 3% a 4% ou mais de seu tráfego total de referências no Twitter. com, mas agora a taxa não passa de 1%. A promessa de tornar o X um super-app inspirado no WeChat não aconteceu. Tentativas de aumentar receita com taxas e selo de verificação pago não prosperaram. É difícil prever o que será da rede social daqui a um ano.
Edição 1.433 página 4 conitnuação - MediaTalks Compre seu exemplar de colecionador Informações Bruna Valim ([email protected]) ou Clara Francisco ([email protected]) Tiragem limitada R$ 150,00 Spans chineses − O governo do Canadá denunciou uma operação de spam (mensagens automatizadas), supostamente ligada à China, nas redes sociais tendo como alvo dezenas de parlamentares, membros do Gabinete que governa o país e até o primeiro-ministro, Justin Trudeau. Segundo o relatório publicado pelo Ministério de Assuntos Estrangeiros (GAC) em 23/10, a tática, chamada spamouflage, usa redes de contas de mídia social novas ou sequestradas para postar e amplificar mensagens de propaganda em múltiplas plataformas. A campanha de desinformação começou no início de agosto de 2023 e se intensificou durante os feriados nacionais de setembro no país, quando uma rede de bots deixou milhares de comentários em inglês e francês nas contas do Facebook e X/Twitter de parlamentares canadenses. Condenadas no Irã − As jornalistas iranianas Niloofar Hamedi e Elahe Mohammadi, que estavam entre as primeiras a cobrir a morte e o funeral da jovem curda Mahsa Amini, foram condenadas à prisão em 22/10 por “colaborarem com o governo hostil dos EUA”, “agir contra a segurança nacional” e por “atividade de propaganda contra a República Islâmica do Irã”. Hamedi, repórter do jornal Shargh Daily, e Mohammadi, editora de assuntos sociais do Hammihan, foram sentenciadas a sete anos e seis anos, respectivamente, pela suposta colaboração com os EUA. Cada uma recebeu mais cinco anos de prisão por “agir contra a segurança nacional” e um ano pela acusação de propaganda. Presa em Israel − A cantora e influenciadora árabe Dalal Abu Amneh está em prisão domiciliar em Israel, depois de passar dois dias presa em uma cadeia devido a um post no Facebook sobre a guerra entre o Hamas e Israel, classificado como “incitamento” e “comportamento que poderia prejudicar a ordem pública” pela polícia israelense. Nos últimos dias, Israel intensificou o policiamento sobre árabes israelenses, que se denominam cidadãos palestinos de Israel, com dezenas de prisões e investigações por ativismo favorável aos residentes de Gaza e ao Hamas, segundo a mídia local. Abu Amneh vive em Nazaré e também é médica neurologista. Ela é popular na comunidade árabe por seu ativismo e canções patrióticas sobre a Palestina, fazendo shows na região e em outras partes do mundo. Risco na Argentina − A possível eleição de Javier Milei para a Presidência da Argentina desperta diversas preocupações – e uma delas é com o futuro da liberdade de imprensa e confiança no jornalismo. O país é um dos melhores da América Latina no ranking Global Press Freedom da organização Repórteres Sem Fronteiras, situando-se em 40º lugar geral (atrás apenas de Costa Rica, Trinidad e Tobago e Jamaica), enquanto o Brasil está em 92º. Mas os embates de Milei com jornalistas durante a campanha e declarações agressivas contra a imprensa, no mesmo estilo de Donald Trump e de Jair Bolsonaro, preocupam os que temem os efeitos dessas práticas, que muitas vezes levam seguidores até a agressões físicas contra jornalistas. Presa na Rússia − A jornalista Alsu Kurmasheva, que tem dupla nacionalidade (russa e americana) e vive em Praga, foi para a prisão em 18/10 na cidade de Kazan, na Rússia, sob acusação de ter violado a lei do agente estrangeiro, que obriga pessoas ou entidades que recebam recursos do exterior a se cadastrarem junto às autoridades. Ela é editora do serviço tártaro-bashkir da Radio Free Europe (RFE/RL), financiada pelo Congresso dos EUA, e viajou para a Rússia por motivos familiares em maio, segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ). Seus passaportes russo e americano foram confiscados em 2 de junho em Kazan, quando ela aguardava o voo de retorno para Praga. Kurmasheva ficou no país aguardando a devolução mas acabou detida, com risco de pena de cinco anos de prisão. Esta semana em MediaTalks Dalal Abu Amneh Reprodução Instagram
Edição 1.433 página 5 Malu Weber Comunicação Corporativa Aberje sob nova direção Malu Weber: “O que vejo para o futuro é um ambiente de contínua colaboração, principalmente diante dos temas divergentes” n Recém-empossada presidente do Conselho Deliberativo da Aberje, em mandato próprio, Malu Weber é a terceira mulher a conduzir os destinos da mais importante entidade de comunicação empresarial da América Latina, cargo que ocupa em paralelo com o de sua atuação principal: diretora executiva de Comunicação Corporativa do Grupo Bayer, onde também é membro do board de Negócios Brasil e do time de Liderança Global de Comunicação. u Nesta entrevista a J&Cia ela fala dos desafios de liderar o Conselho dessa entidade de referência, com mais de meio século de vida e hoje uma referência internacional. Também revela seu olhar sobre o atual estágio da comunicação corporativa no Brasil e dos desafios que estão no radar. E abre seu coração sobre como foi encarar um difícil ano pessoal, em que perdeu o esposo, tendo de passar praticamente 300 dias num quarto de UTI. Jornalistas&Cia – Sua primeira declaração, ao ser confirmada presidente do Conselho Deliberativo da Aberje, agora em mandato próprio, foi de que iniciava a nova jornada com muito mais perguntas que respostas. Para onde crê que os ventos sopram hoje na comunicação corporativa e quais os planos e ações para esse futuro próximo? Malu Weber – Sem dúvida, a gente já viveu a era das respostas, em que era esperado das áreas de comunicação, de seus profissionais e das companhias, apontar os caminhos e as direções a serem seguidas; agora, estamos vivendo a era das perguntas. Em tempos de IA generativa, big data e análise preditiva, saber fazer as perguntas corretas é o único meio de encontrar as respostas. Além disso, eu acredito muito no poder da escuta ativa. Minha carreira me ensinou lições valiosas ao longo do tempo. Iniciar algo novo com a prontidão de ouvir, acolher sugestões e colaborar no desenvolvimento conjunto é um caminho muito mais seguro, porque trilhar caminhos solitários quase sempre nos leva ao fracasso. É importante entender o que é valor para o outro: seja ele o associado, a sociedade ou a própria Aberje. A partir dessa compreensão, podemos, de forma coletiva, elaborar um planejamento que agregue valor, assumindo papéis de liderança e responsabilidade compartilhada. Outro ponto de partida fundamental é a identificação das necessidades e expectativas de nossos públicos, sendo este um primeiro passo para continuarmos evoluindo e trazendo relevância para a nossa associação e para todos que fazem parte dela. J&Cia – Numa atividade em que há nítido protagonismo e predomínio feminino, você é, em 57 anos de existência da Aberje, apenas a terceira mulher a ocupar a Presidência do Conselho. Antes foram a pioneira Elisa Vannuccini, nos anos 1970 e 1980, e mais recentemente Gislaine Rossetti. Curiosamente, a primeira diretoria da entidade, no período 1967-1970 tinha 12 integrantes e nenhuma mulher. Na segunda, já havia uma, Eliana Neves Athayde; e na terceira, três, as duas mais Elisa Vannuccini. Olhando hoje, a comunicação corporativa tem muito mais mulheres no andar de cima das organizações, na liderança. Você considera que, na nossa atividade, a questão de gênero já seria uma coisa resolvida, na comparação com outros setores da atividade econômica? Malu – Não está resolvido. Estamos em uma jornada evolutiva em busca da diversidade e ainda temos muito a caminhar nesse sentido. Isso é muito maior do que apenas a nossa atividade econômica. Não basta estar em uma posição de relevância; é necessário ser relevante. Isso requer o estabelecimento de uma voz respeitada e ouvida, com a mesma influência e consideração. Esse processo é construído ao longo do tempo, estabelecendo relações de confiança e cultivando aliadas e aliados em nossa trajetória. Requer também uma determinação inabalável diante das derrotas, e é por isso que gosto tanto do esporte – que me fez (e continua fazendo) entender, por mais doído que seja, que as derrotas fazem parte do aprendizado. Um dia desses li que é muito melhor nos arrependermos do que fizemos do que daquilo que não fizemos. Se o resultado não foi bom, que a gente aprenda com ele. E o que ainda não fizemos, que façamos, com coragem, determinação e nos perdoando mais rapidamente, evitando autocríticas excessivas quando cometemos erros. Ainda nesse tema de equidade de gênero, entendo que uma das frentes que precisamos avançar é na sororidade entre as mulheres. Ainda vejo muita competição feminina e isso precisa acabar de vez. Precisamos ter um pacto real de uma subir e puxar a outra. Não se trata de excluirmos os homens, ao contrário. Eles precisam ser nossos aliados nessa evolução. Trata-se de sermos mais generosas umas com as outras. J&Cia – Você assumiu a Presidência temporária, para cumprir o restante do mandato de Nelson Silveira, vivendo um problema pessoal terrível de saúde em família, que culminou com o falecimento de seu esposo. Como foi enfrentar essa imensa carga de emoções e que legados ela deixa na pessoa e na executiva? Malu – Vivemos uma montanha-russa de emoções durante 300 dias, morando num quarto de UTI, de 17 de agosto de 2022, quando Celestino teve um AVC hemorrágico, até 29 de junho de 2023, quando um fungo agressivo abateu um corpo já fragilizado (candidemia), e ele não resistiu. Tivemos o privilégio de poder nos cercar dos melhores médicos e de uma equipe formada por tantos especialistas, que não só cuidaram do meu marido, mas também de mim e da nossa família. A começar pelo meu irmão, psiquiatra, que esteve comigo em todos os momentos mais dramáticos dessa jornada, e minhas cunhadas Vania e Bernardete, que revezavam comigo e com o Pedro (nosso filho) no hospital. Tudo se tornou mais leve com um time empoderado na Bayer, que tinha autonomia e competência de entregar resultados excepcionais durante a minha ausência; aos colegas e amigos que estavam sempre a postos para nos socorrer; e à própria Bayer, que me apoiou (e me apoia) incondicionalmente em todos os sentidos, tanto os
Edição 1.433 página 6 colegas do RH quanto meus líderes, Michael Preuss e Malu Nachreiner, que me mostraram na prática os valores inegociáveis da companhia e o cuidado com a sua gente. O maior legado que fica, do momento mais dramático e doloroso pelo qual passei até aqui, é esse mesmo: a importância do cuidar, de estabelecer relações genuínas, de viver o hoje com entusiasmo, de ter ao seu lado pessoas que são competentes e verdadeiramente humanas. Ver o ser “efetivo e afetivo”, de que tanto temos falado, fazendo sentido de forma tão plena em minha vida. Sem falar na gratidão pelos 35 anos de convivência com a pessoa mais generosa e cuidadora que já conheci, e pelo legado que ele nos deixou e que vamos continuar colocando em prática, vivenciando o luto a cada dia, sem fazer de conta que já está tudo bem. J&Cia – J&Cia, em sua edição de aniversário de 28 anos, abriu suas páginas para mostrar a influência marcante do jornalismo e dos jornalistas na atividade da comunicação corporativa no Brasil. E o fez, quase que na forma de um editorial, mostrando que essa influência − que se vê em quase todas as ações de empresas e agências sob o império do conteúdo, da ética, da transparência, da linguagem etc. − tornou a nossa escola única no mundo, diferenciada, amalgamada efetivamente com o jornalismo, cada qual, claro, cumprindo seu papel. Qual a sua avaliação e o que pensa do tema? Malu – Entendo esse amadurecimento do papel da nossa área como o resultado de um conjunto de fatores, a começar pela preparação de quem ocupa hoje a área de comunicação. Estamos também mudando o conceito de sucesso da área. Deixamos de ser meros produtores de conteúdo de um jornal interno no passado para ocupar uma posição estratégica de conselheiros, facilitadores e conectores, ajudando na construção de relacionamentos de valor, conhecendo o que é relevante para o negócio, para a sociedade e para os públicos com os quais interagimos. Eu me lembro que tinha apenas 12 dias de Bayer quando a empresa lançou a primeira edição do programa de trainees exclusivo para negros no Brasil, e fomos acusados de “racismo reverso” por parte da sociedade. Nosso papel foi de ouvir nossas diversas áreas, entender as acusações infundadas, influenciar a organização de que deveríamos nos posicionar de forma contundente para dentro e para fora (trazendo todos os argumentos que endossavam nossa orientação) e construir a estratégia de comunicação a várias mãos, certificando-nos de que estávamos seguros com a recomendação que estávamos fazendo. É o protagonismo e a responsabilidade compartilhados em que tanto acredito. Nesse cenário, a nossa relação com os jornalistas continua − e sempre continuará − sendo muito relevante. Vejo que hoje existe uma troca muito melhor, mais ampla e colaborativa nesse ecossistema. Muitos paradigmas foram quebrados ao longo dos anos. A ética de todos os profissionais envolvidos, mais do que nunca, tem sido a grande balizadora dessas relações. E a disposição para contribuir e colaborar dos dois lados. É um ambiente muito mais saudável e de muito potencial. J&Cia – Como você e a Aberje pensam o futuro próximo desse grande ecossistema de comunicação, que envolve as áreas internas de comunicação das empresas, o setor público em toda a extensão dos Três Poderes e das esferas federal, estaduais e municipais, mais as agências, o marketing digital, a publicidade e as áreas afins internas, como compliance, RH, Jurídico? Malu – É um ecossistema realmente muito poderoso e potente, que precisa ser pautado pela ética nas relações e por uma governança eficiente, fluida e transparente. Não podemos ser ingênuos ao falar de um ecossistema tão amplo. Existem interesses específicos de todas as partes. Às vezes convergentes e outras, divergentes. Essa é a realidade das relações. Mas o que vejo para o futuro é um ambiente de contínua colaboração, principalmente diante dos temas divergentes. Nas diferenças é preciso uma abordagem também colaborativa e de escuta para que todas as partes ataquem os desafios, e não umas às outras. A comunicação é fundamental nessas relações e no estabelecimento dessas práticas de mais abertura e troca. Além disso, a tecnologia está cada vez mais em nossas mãos, para que possamos facilitar que isso ocorra de modo mais fluido e com menos entraves. E, claro, precisamos acompanhar tendências de mercado e buscar maneiras de trazer cada vez mais valor para a organização. E isso significa estimular a provocação, o questionamento e a construção de um ambiente produtivo e de escuta ativa, onde todas as pessoas sejam valorizadas, sem distinção de cargos, mas respeitando a diversidade de opiniões, vivências e saberes. Independentemente de hierarquias, desde o estagiário até o diretor, todos devem sentir-se acolhidos e confiantes para expressar ideias, provocar debates, questionar, discordar quando necessário e liderar. É essencial mantermos a flexibilidade e estarmos dispostos a adotar mudanças saudáveis, que contribuam para o progresso e a evolução contínua das organizações. Estou muito animada diante das possibilidades que estamos contemplando para o futuro próximo. J&Cia – Como vê o papel das organizações e da comunicação corporativa no combate ao discurso de ódio, no fortalecimento da democracia, no arrefecimento da tão nefasta polarização política? Temos um caminho por aí? Malu – Precisamos ter esse caminho. Mais do que nunca, é preciso utilizar esse lugar de influência da comunicação corporativa para criarmos uma comunicação que seja verdadeiramente inclusiva. Ser inclusivo significa explicar o que ainda não foi plenamente entendido, trazer abordagens mais humanas e quebrar silos com respeito e com a intenção de educar. Hoje, principalmente nas redes sociais, existem fórmulas prontas para você ganhar relevância digital rapidamente, mas muitas vezes elas incluem escolher um lado da polarização e crescer a partir dele. Não é nisso que eu acredito e não é isso que nenhum comunicador responsável deveria fazer. A comunicação tem um papel de esclarecimento e de conciliação. Precisamos construir pontes em vez de atear fogo. O papel da comunicação no combate a qualquer tipo de conitnuação - Comunicação Corporativa
Edição 1.433 página 7 conitnuação - Comunicação Corporativa Guido Gaona n A BCW anunciou na última semana a promoção de seu executivo Guido Gaona, de VP a presidente da América Latina. Também anunciou a contratação de Michelle Hutton como diretora global de clientes e crescimento, e Kristine Boyden como CEO da BCW Americas. E a nomeação de Scott Wilson, anteriormente presidente para a Europa e África, a CEO da BCW EMEA, consolidando a presença da agência em Europa, Oriente Médio e África. u Nessa nova posição, Gaona, que já ocupou posições de liderança no grupo também em México, Argentina e Colômbia, será responsável por todos os negócios e talentos da BCW na América Latina, incluindo o Grupo BCW Brasil, que compreende a BCW Brasil e a Máquina CW. Gaona também fará parte do Comitê Executivo da BCW. u Sobre as mudanças, diz Corey duBrowa, CEO Global da BCW: “A promessa que fazemos é servir como um parceiro em todos os sentidos, desde estratégia, gerenciamento de reputação e compromisso dos funcionários até desafios regulatórios”. Internacional BCW anuncia novo presidente para a América Latina atitude que fere a democracia é de extrema importância. Embora não exista uma solução única, as organizações podem contribuir para a criação de um ambiente mais saudável, promovendo valores democráticos e com responsabilidade em suas práticas e comunicações. Os gestores devem liderar pelo exemplo e fortalecer uma cultura de respeito e acolhimento. A empresa deve priorizar a transparência e a ética nos negócios, respeitando as leis e normas que constituem uma sociedade civil democrática e confiável, além de promover valores fundamentais, como diversidade, equidade e inclusão, garantindo que diferentes perspectivas sejam consideradas e que a tomada de decisões seja mais representativa da sociedade. J&Cia – Para finalizar, onde você acha que a comunicação corporativa está indo muito bem e onde ela precisa avançar e vencer desafios? Malu – Estamos indo superbem em estabelecer um posicionamento cada vez mais arrojado e consultivo dentro das organizações. Essa evolução da nossa área tem sido muito proeminente, possibilitando que estejamos nas conversas e envolvidos nos planejamentos estratégicos que estão guiando as companhias e os mercados em novas direções. A integração das áreas e disciplinas também é um ponto de destaque, uma vez que a gente vê obstáculos e muros cada vez menores. A tal comunicação integrada, que é falada há tantas décadas de modo teórico, finalmente tem acontecido pra valer. É maravilhoso vermos isso acontecendo. A participação ativa dos colaboradores na comunicação também tem sido cada vez mais valorizada, permitindo que suas vozes contribuam para contar a história da empresa e promover sua cultura. No que precisamos avançar, entendo que temos muita oportunidade em realmente nos estabelecermos como early adopters de novas tecnologias e tendências. Ainda há resistência para uso de novas tecnologias, embora, na realidade, elas sejam projetadas para nos ajudar naquilo que são melhores, assim como as pessoas devem focar nas ações mais humanas e estratégicas. Percebo que muitas vezes somos porta-vozes dessas novidades dentro das organizações e nos fóruns em que participamos, mas investimos muito tempo em discussões teóricas e muito pouco em adoção. Precisamos ser mais ágeis nesse sentido, com menos certezas e mais provocações, estimulando ambientes de experimentação em que liderança é muito mais uma questão de atitude do que de cargo. Também precisamos estar mais abertos a aprender, desaprender e reaprender de novo. Repensar nossa forma de trabalhar à luz da evolução das empresas e da sociedade. Sem esquecer do básico e da nossa essência, que é sermos humanos. Aliás, sempre acreditei no poder impulsionador que existe na combinação de comunicação afetiva, efetiva e cada vez mais tecnológica. É o que o futuro espera de nós – a começar já.
Edição 1.433 página 8 conitnuação - Comunicação Corporativa Brasília n Marcos Nassar, diretor associado da Flag Public Affairs, que ali está desde o início de 2020, passou a sócio da consultoria liderada por Luiz Antonio Flecha de Lima e Andrew Greenlees. Não é a única novidade por lá: a empresa contratou a advogada e relações governamentais Bruna Costa, que chega aportando a experiência acumulada em planejamento estratégico e na implementação de programas de relacionamento com o Poder Público. Rio de Janeiro n João Gabriel Santarém, analista pleno de comunicação interna, saiu da Generali Brasil, onde esteve por pouco mais de um ano, até junho, e engatou nova jornada como executivo da Edelman, contratado para o atendimento à Modec, empresa multinacional de Óleo & Gás. n Simone Marques, que coordenou por quase quatro anos a equipe da Print Comunicação dedicada à Petrobras, deixou a FSB Comunicação em agosto, onde atuou como coordenadora, após um ano e dois meses de casa. Santa Catarina n Alexandre Lenzi, que foi por quase cinco anos jornalista da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado de Santa Catarina e que também atuou como professor da Unisul, em Tubarão, deixou a Primeira Via Comunicação, onde atuou até setembro como head de assessoria de imprensa, e começou como analista na Engie Brasil, em Floripa. Marcos Nassar Bruna Costa João Gabriel Santarém Simone Marques Alexandre Lenzi E mais... n Ana Cajado deixou o segmento das agências para atuar no corporativo. Ex-Enel, Capuchino e Sindiônibus, no Ceará, ela esteve de janeiro a agosto na FSB, em São Paulo, e agora começou como assessora de imprensa pleno no GPA. n Bruna Bittencourt, coordenadora de comunicação institucional, deixou a Natura em agosto, em sua segunda passagem pela empresa, após um ano e dez meses de casa (na primeira, ali esteve por quatro anos e dois meses). Antes, passou por InPress Porter Novelli e também Abril Mídia/Revista Cláudia, onde foi editora de Beleza por pouco mais de quatro anos e meio. São Paulo Vanessa Motta começa na Natura&Co... n Patricia Audi assumiu agora em outubro a Diretoria Executiva da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, vinda de uma jornada de dez meses como CEO e diretora executiva da RenovaBR. Antes, foi por pouco mais de quatro anos do Santander, por último VP de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade. Também atuou como secretária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República. n Vanessa Motta está de volta à Natura, mas agora à Natura&Co e no cargo de head de reputação e comunicação Brasil. Começou agora em outubro, após jornada de dois anos na único IDtech, onde foi líder ESG e chefe de marketing e vendas. Na passagem anterior pela Natura, de quatro anos, foi coordenadora e depois gerente de comunicação corporativa. Vanessa Motta ... e Patricia Audi, na Unica Patricia Audi Ana Cajado Bruna Bittencourt
Edição 1.433 página 9 n Carolina Caprioli, ex-FSB, que atuou como analista sênior por um ano e meio na Cadiveu, até setembro, seguiu para a Keune Haircosmetics como especialista em marketing e comunicação. n Catarina Lacarte, ex-MSL Group, onde esteve em duas oportunidades, e Máquina CW, e que foi por um ano e quatro meses, até agosto, da Ideal H+K Strategies, atendendo ao Banco Inter, começou como relações públicas na Amazon. n Flavio Azevedo, ex-Fischer America, WBrasil e Ogilvy & Mather, que tocou seu próprio negócio, a Prole, por quase dez anos, integrou-se ao time da Make Buzz, como head de marketing. n Graziela Massonetto, especialista em RP, despediu-se em agosto da Digital Trix, após jornada de quase quatro anos, e em setembro começou como consultora sênior na FSB, contratada para o atendimento à Secretaria de Políticas para a Mulher do Governo do Estado de São Paulo. n Jader Fernandes despediu-se da OvoCom, agência da qual era sócio-diretor e em que estava há três anos e meio, para liderar a operação da Base Comunica, nova agência do próprio grupo, mas com foco no atendimento a startups e empresas da nova economia. n Letícia Suzuki, diretora de atendimento, despediu-se da BCW Brasil em outubro, após três anos e oito meses de casa. Em suas passagens anteriores, esteve em Nissan, CDN, JeffreyGroup e CDI. n Maria Fernanda Salla Dias Lima, após rápida passagem pela SP4 (ver J&Cia 1.432), voltou para a LAM Comunicação, no cargo de coordenadora de atendimento. n Mônica Pontes, ex-G&A Comunicação e GBR, que foi por quase dois anos e meio diretora associada de Comunicação e Marketing do BTG Pactual, até junho, assumiu em agosto o cargo de head de comunicação e marketing latam na Turner & Townsend. n Nadia Zarour Barua começou agora em outubro como head de Planejamento Estratégico e Performance Digital na Midiaria. com. Será responsável por liderar as áreas de Mídia Paga, SEO, Dados e Análises. Ela foi anteriormente head de Comunicação e Marketing da Qualidoc Farmácia Digital e coordenadora de Comunicação da Cogna Educacional. n Patrícia Martins Buzaid, ex-VCPR, que teve uma rápida passagem como assistente de PR na Dezoito Comunicação, até agosto, ingressou em setembro como executiva de PR na Markable Comunicação, para o atendimento aos clientes Grão de Gente, Magnólia Papelaria e Sestini. n Renato Eusébio, coordenador de comunicação, deixou o UnitedHealth Group, onde esteve por pouco mais de seis anos, até julho, e em outubro começou no Grupo Cimed, como coordenador de comunicação. Anteriormente, passou por Avianca, Accor Hotels e AACD. n Suzana Camargo, executiva de novos negócios, que foi da MSL Brasil por dois anos e três meses, até junho, começou como assessora de imprensa sênior na Pridea. Ela também já foi de CDN, Stella Comunicação e Máquina CW. Carolina Caprioli Catarina Lacarte Flavio Azevedo Graziela Massonetto Jader Fernandes Letícia Suzuki Maria Fernanda Salla Dias Lima Mônica Pontes Nadia Zarour Barua Patrícia Martins Buzaid Renato Eusébio Suzana Camargo conitnuação - Comunicação Corporativa
Edição 1.433 página 10 Dança das contas n A Pub celebra a conquista da conta da Ligga (ex-Copel Telecom), operadora de telecomunicações sediada em Curitiba, presente em mais de 400 cidades de Paraná, São Paulo e Mato Grosso. No atendimento, Amanda Barreto e Patrícia Nascimento, ambas contratadas em setembro, com gestão de Vívian Curitiba e da diretora Isabel Rodrigues, que começou na Pub em junho, após mais de 27 anos à frente da R&F Comunicação Corporativa. n A Trama Comunicação está com novo cliente em carteira, a Linear Softwares Matemáticos, que atua no desenvolvimento de soluções matemático-computacionais para setores diversos. No atendimento, Fernando Takashi Watanabe, com gerenciamento de Fábio Saulo Costa e direção de Leila Gasparindo. n A MA2 Comms conquistou a conta do escritório de arquitetura e design studiodwg. Informações com Beatriz Russo e Matheus Zúñiga. n A Páprica Comunicação, de Curitiba, assumiu a conta da NTT Data Brasil, filial nacional e parceira global SAP, que tem operação em mais de 30 países. Informações com Renan Vargas. n Veridiana Novaes, que foi até maio da Brain, onde esteve por mais de dois anos, como consultora sênior, integrou-se em junho ao time da BRCOMM PR & Marketing, como especialista sênior. Nas etapas anteriores, esteve na comunicação da Rede Globo, do Grupo Bandeirantes e na Máquina CW. n Xanndi Poletto, fundador em agosto de 2019 da agência Exclame, passou a direcioná-la, a partir de agora, como informa em release, ao segmento de saúde mental, desenvolvimento humano e bem-estar. Associou-se, para isso, a profissionais médicos especializados no tema. n Wesley Colpani, ex-Nobre Press, que esteve na Motim por um ano e meio, até outubro, integrou-se como head de PR ao time da Like Leads, agência de marketing B2B e comunicação corporativa especializada em geração de leads e produção de conteúdo Pingos nos is – n É Carolina Oliveira Castro (e não Prado) o nome da colega que deixou a FSB e ingressou em setembro no Grupo In Press. Veridiana Novaes conitnuação - Comunicação Corporativa Pelo mercado n A CDN está apresentando esta semana ao mercado o novo IQEM, seu índice de qualidade de exposição nas mídias, cuja versão inicial remonta há duas décadas. A empresa debruçou- -se por cerca de dois anos em pesquisas, análises, entrevistas, consultas ao mercado para chegar num produto que, na avaliação dela, oferece recursos muito mais avançados de metrificação da presença na mídia e de forma customizada, cliente a cliente, combinando a inteligência artificial à humana para analisar, mensurar e valorar a exposição das marcas nos veículos de imprensa, mídias sociais, podcasts e videocasts em seus mais diversos formatos. u Desenvolvido sob a liderança de Fernanda Dantas, head de Digital & Inteligência de Dados da agência, o novo IQEM, segundo ela, está preparado inclusive para alçar voos internacionais valendo-se do ecossistema do Grupo Omnicom, do qual a CDN faz parte. J&Cia conversou com ela sobre essa e outras novidades do projeto. CDN lança novo IQEM Fernanda Dantas Jornalistas&Cia – Uma questão que sempre se coloca é: pode a mesma agência que cuida da comunicação de uma marca medir seu desempenho na mídia? Fernanda Dantas – Algumas medidas garantem a isenção da auditoria de imagem, como uma equipe completamente apartada − o IQEM é produzido pela área de Inteligência de Dados da CDN −, que não tem contato com a equipe de PR no dia a dia, apenas em situações pontuais e no momento de compartilhamento de resultados e insights. Além disso, os critérios de avaliação não são subjetivos, o que também garante isenção, padrão e confiança no trabalho. Todos esses cuidados não nos tiram, porém, do contato muito próximo das agências de PR dos nossos clientes, pois o IQEM é também um índice de aferição de resultados do trabalho das próprias agências. Algumas inclusive o utilizam para definir metas de ações e campanhas e para obter insights para planejamento estratégico e ajuste de rotas. Toda a consolidação de dados e resultados é feita por sistema que roda o algoritmo exclusivo do IQEM. Aos nossos profissionais cabe a análise e classificação isenta das menções e a mineração de dados nos setores dos clientes. J&Cia – Esse é um serviço exclusivo dos clientes da CDN ou ele é oferecido a terceiros? No caso de terceiros, como administrar eventuais conflitos de interesse com a concorrência? Fernanda – Sim, o serviço é oferecido a terceiros. Hoje nossa carteira é composta por clientes de PR da CDN, mas também por marcas que não contratam esse serviço da agência. Em relação a ter dois clientes do mesmo setor que concorrem entre si, temos o cuidado de separar equipes apenas por questões relacionadas a insights, pois os resultados que compõem o índice são dados públicos, reflexo da exposição das marcas nas mídias. Além disso, nosso índice tem customizações importantes que garantem exclusividade para cada cliente. J&Cia – Nos anos 1980 usava- -se a centimetragem para valorar a presença na mídia das marcas, comparando-a com os valores de publicidade. E sempre houve muito questionamento sobre essa metodologia. Como ela evoluiu, em especial no caso do novo IQEM? Fernanda – A CDN foi pioneira no desenvolvimento de uma medição contrária à centimetragem. Critérios muitos objetivos de protagonismo da marca na edição é que dão visibilidade à exposição. O IQEM foi uma resposta à medição por centimetragem. São as nuances editoriais, o protagonismo da marca, as intervenções gráficas que chamam a atenção do leitor e mais de 30 critérios que compõem os resultados. Com o novo IQEM incluímos mais camadas de mensuração e parâmetros que garantem fidelidade ao resultado apresentando versus o que é praticado no mercado. J&Cia – Quanto o IQEM re-
Edição 1.433 página 11 presenta percentualmente no faturamento da CDN e quais as expectativas com o novo projeto? Fernanda – Entendemos o IQEM como um grande diferencial da CDN, que nos confere uma posição de destaque no mercado. Nossos estudos regulares (como Rock in Rio, Lollapalooza e ESG na Mídia) colocam a CDN em evidência e nos dão insights exclusivos valiosos para o trabalho de comunicação estratégica para nossos clientes. Nos últimos três anos estamos em uma escalada de crescimento. Hoje, a área de Inteligência de Dados da CDN representa cerca de 23% do faturamento da agência. Com o investimento no novo IQEM, entendemos que essa fatia irá aumentar. J&Cia – Pode informar quanto a agência investiu no desenvolvimento do novo IQEM? Fernanda – É difícil mensurar exatamente, pois além de todo investimento em tecnologia e desenvolvimento há também uma enorme quantidade de horas de nosso time para desenvolver o novo IQEM. Mas podemos dizer que o investimento foi de aproximadamente 1% do faturamento líquido anual da CDN. J&Cia – O novo IQEM pode vir a ter uma presença internacional, valendo-se desse ecossistema do Grupo Omnicom? Fernanda – Sem dúvida é um próximo passo que queremos dar. Estamos investindo na apresentação para as agências brasileiras do grupo e para o board da Omnicom global. Já recebemos feedback da qualidade e eficiência do IQEM mesmo em países que não têm ferramentas tão completas para mensurar earned media. J&Cia – Quanto tempo levou o desenvolvimento do novo IQEM e quantas e quais pessoas estiveram na linha de frente? Fernanda – Estamos nos dedicando muito ao longo dos últimos dois anos. Foram algumas etapas até o produto final. Fábio Santos, nosso CEO, além de provocar e investir nessas mudanças, dedicou-se integralmente. Contamos também com a experiência do cientista de dados e estatístico Caio Simi, responsável pela reformulação do algoritmo. Sempre acompanhado por nosso time sênior de inteligência de dados (Elaine Andrade, Natália Rinaldi, Otávio Ramos e Lucas Tavares), pois ele teve que se dividir entre o atendimento aos clientes e o desenvolvimento do novo IQEM. Contamos, ainda, com o apoio da Omnicom com gestores de projetos e com profissionais muito especializados. Pessoalmente, esse foi sem dúvida o momento mais importante da minha carreira de 25 anos de comunicação corporativa. conitnuação - Comunicação Corporativa n O jornalista mineiro Admilson Resende anuncia o investimento em uma nova empresa de comunicação: a Multi Comunicar. Após um ano em funcionamento no mercado de Minas, ele conta que conversou com o até então sócio Nelson Silva na Zoom Comunicação para seguir em projeto solo. Dessa forma, eles decidiram encerrar as atividades da Zoom. u Resende diz que segue atuando com comunicação, área em que tem mais de 25 anos de experiência, atendendo a eventos e empresas de médio e grande porte em assessoria de imprensa, gerenciamento de redes sociais, gestão de Google Ads e criação de sites. u “A pandemia me permitiu refletir e analisar o tipo de empreendimento em que queria seguir para ficar mais junto da família e ainda investir em projetos pessoais e de responsabilidade social, engavetados há muito tempo. Em breve, contarei sobre o lançamento desses projetos, aqui, no Jornalistas&Cia”. Admilson Resende anuncia Multi Comunicar e encerramento da Zoom Comunicação Admilson Resende n Sandro Rego morreu em 23/10, aos 50 anos, em Braga, norte de Portugal. Há um mês, foi diagnosticado com câncer no fígado, mas não resistiu ao tratamento. Seu corpo foi cremado nesta quarta-feira (25/10), após uma cerimônia de despedida dos parentes e amigos, no cemitério de Monte d’Arcos e as cinzas, como era seu desejo, foram lançadas no Rio Douro, na cidade onde morava. Deixou a mulher, Polyana, e a filha, Lara. u Formado em Jornalismo pela Universidade de Barra Mansa, no Estado do Rio, começou a carreira em 1994, como estagiário do jornal Diário do Vale, em Volta Redonda. Lá passou por diversos setores, e chegou a editor de Economia. Cursou ainda especialização em Comunicação Empresarial pela ESPM, em São Paulo; em Business Management pela Universidade de Toronto, no Canadá; e em Purpose-Driven Business pela Universidade Católica de Lisboa, em Portugal. u Do jornal, Rego seguiu para a gerência de Comunicação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), onde, em seis anos, até 2004, consolidou sua carreira na Comunicação Corporativa. No Grupo Boticário, esteve por oito anos em Curitiba, como diretor de Comunicação, onde encontrou sua afinidade com os temas da sustentabilidade. Em 2015, na primeira edição do TOP Mega Brasil, ficou em terceiro lugar na premiação nacional e entre os TOP 5 no Sul. Teve também passagens pela Bunge, do agronegócio; chefiou a comunicação do Banco Safra; e foi general manager da FleishmanHillard Brasil, antes de se mudar para Portugal. u Residia em Braga com a família há cinco anos, e obteve a cidadania portuguesa. Com Isabel Clemente, fundou a agência Priori − Comunicação com Propósito, para a geração de projetos na área da sustentabilidade. De lá, faziam trabalhos para o Brasil e outros países. u Já em Portugal, foi um dos participantes do programa Conexão Internacional, da Rádio e TV Mega Brasil Online, ancorado por Marco Rossi, de quem também era amigo de muitos anos e Registro Morre Sandro Rego, mestre da comunicação corporativa Sandro Rego Daniela Sawada
Edição 1.433 página 12 EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação A diversidade e a inclusão tornaram-se temas centrais nas discussões sobre ambientes de trabalho, e as agências de comunicação não são exceção. À medida que a conscientização sobre a importância da representatividade cresce, a pesquisa intitulada Diversidade nas Agências de Comunicação revela dados relevantes sobre o tema. Essa pesquisa, realizada em 2023, oferece uma visão abrangente da composição das agências de comunicação em termos de diversidade. O estudo aborda diversos fatores, incluindo raça, gênero e orientação sexual, para destacar desafios e disparidades existentes no setor. Entre as conclusões mais significativas da pesquisa, os números referentes às médias salariais chamam a atenção. Veja a matéria completa no site da Rede JP. Pesquisa mapeia a diversidade nas agências de comunicação Tuitão do Daniel Por Daniel Pereira (daniel07pereira@ yahoo.com.br), especial para J&Cia (*) Batizado há 46 anos no Grupo Estado, Daniel Pereira passou por Rádio Bandeirantes, TV Record, coordenou a Comunicação do Governo de SP na ECO-92 e foi assessor de imprensa no Memorial da América Latina. Publicou em 2016 O esquife do caudilho e acaba de concluir O último réu. Dias de Saci, lua a píncaro, quando o trator em que estavam os amigos do Zé Nunquinha estancou, e um clarão misterioso despontou no horizonte. “Isso deve ser o espírito do Zé Nunquinha avisando que quem o matou está entre nós”, disse um dos peões, chorando ao lembrar dos requintes de crueldade do assassino, que extirpou olhos, língua e o pênis da vítima. Mal terminou de falar e viram o Nico Capeta despencar do trator e sumir pelo matagal. Só quando chegaram na fazenda é que os peões ouviram de mestre Zinho: era o fenômeno do fogo fátuo, ou, na crendice da roça, o tal João Galafoice, “fantasma que mora no cemitério e ganha brilho” quando o material orgânico do lugar se decompõe. (Excerto do livro O Esquife do Caudilho, segunda edição em fase de pré- -lançamento) João Galafoice com quem se encontrou meses atrás, na viagem que Rossi e família fizeram pelo país. u Após 25 anos de profissão, ele próprio assim definia suas competências: “Executivo e consultor de comunicação estratégica, gestão de reputação e de riscos de imagem, PR, corporate e public affairs. Aconselhamento, diretrizes e insights para executivos C-Level sobre melhor posicionamento de marca”. u O amigo Vicente Nunes, correspondente do Correio Braziliense em Portugal, escreveu em resenha sobre ele: “Sua serenidade para lidar com o estresse do dia a dia era um suporte extraordinário para aqueles que estavam a sua volta. Perspicaz, tinha uma habilidade impressionante para encontrar uma saída para crises e, ao mesmo tempo, levar a gargalhadas com suas tiradas inteligentes e bem-humoradas. Sua maior marca, porém, sempre foi o caráter sólido, o respeito no trato pessoal”. E citou mensagem escrita por Lara sobre o pai: “Meu pai nos deixou tranquilo, sereno, cercado de todo o nosso amor e de uma corrente gigantesca de orações. Agora, ele descansa aliviado. Ele foi muitos em um só. Foi um pai, um irmão, um marido, um amigo, um mentor, um conselheiro, um guru, um parceiro como poucos podem (e sabem) ser. Só quem o conheceu percebeu o tamanho do seu coração, da sua sabedoria e da sua inteligência”. Comunicação Corporativa
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