Jornalistas&Cia 1440

Edição 1.440 página 4 Nacionais n O jornalista Renaud Philippe realizava a cobertura dos conflitos relacionados à disputa de terras em áreas de demarcação indígena no Mato Grosso do Sul quando foi agredido por homens armados. Ele estava acompanhado da esposa e companheira de trabalho, a antropóloga Carol Mira. Philippe atua em campos de conflito pelo mundo há 18 anos e relatou à Abraji nunca ter se sentido tão ameaçado com a leniência das forças de segurança em toda a sua carreira como nesse incidente. u O casal, que está há dois anos documentando a realidade dos povos Guarani e Kaiowá, informou que a hostilidade em terras de conflito fundiário é constante, levando-os a criar estratégias específicas para garantir sua segurança durante a cobertura no Mato Grosso do Sul. Os pesquisadores optaram por manter sigilo sobre o propósito de sua presença na área e estabeleceram regras, como evitar mencionar o motivo da visita, não utilizar artefatos indígenas, como colares e pulseiras. u Em entrevista à Abraji, Renaud relatou sua perspectiva após os ataques violentos e o receio de lidar com forças de segurança da região. (Saiba+) n O promotor Fabiano Augusto Petean solicitou à Justiça Eleitoral investigação contra Artur Rodrigues, da Folha de S.Paulo, e Joaquim de Carvalho, do site Brasil 247, responsáveis por entrevistar o cinegrafista Marcos Andrade, da Jovem Pan, que registrou o tiroteio realizado durante a campanha do governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo, em 2022. Na época, Andrade revelou que a equipe do político pediu que o vídeo fosse apagado. A informação foi publicada na Folha em 6 de dezembro. u No segundo turno da eleição, ele registrou o tiroteio envolvendo a polícia em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, que resultou na morte de um homem enquanto Tarcísio fazia campanha no local. Na ocasião, um áudio divulgado pela Folha mostra o momento em que um membro da equipe do governador o orienta a deletar o registro. u Marcos relatou ao veículo que considerou estranho o pedido, optando por manter as gravações. Além do inquérito sobre homicídio, o caso foi levado à Justiça Eleitoral para definir se Tarcísio havia cometido crime previsto artigo do Código Eleitoral que trata da divulgação, na campanha, de desinformações “capazes de exercer influência perante o eleitorado”. u Em 4/12, o promotor eleitoral solicitou o arquivamento da investigação em relação a Tarcísio. No mesmo documento, pediu investigação dos jornalistas Artur Rodrigues e Joaquim de Carvalho sob suspeita de “feitura de matérias que contém conteúdo inverídico”. u Nele, também é sugerido que sejam feitos interrogatórios com os diretores que autorizaram a divulgação das matérias. Segundo depoimento do cinegrafista no inquérito, ele nunca disse que o episódio do tiroteio fosse uma “uma farsa da campanha eleitoral de Tarcísio”. As reportagens da Folha também não continham essa afirmação. u O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e a Fenaj solidarizam-se com os jornalistas e se comprometem a acompanhar de perto o andamento das investigações. Jornalista canadense agredido no Mato Grosso do Sul relata temer forças de segurança Renaud Philippe e Carol Mira Promotor pede arquivamento de inquérito contra Tarcísio de Freitas e investigação de jornalistas PMs abrigam-se durante o tiroteio Padre Landell de Moura Assine aqui o abaixo assinado pleiteando a inclusão do nome dele no Bulevar do Rádio, que a Prefeitura de São Paulo está construindo na região da Av. Paulista

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