Edição 1.445 página 22 Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected]–11-99689-2230)•Editorexecutivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: Fernando Soares ([email protected] – 11-97290-777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Hellen Souza ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-999151295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected] – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro ([email protected] – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) Quando cursava a disciplina Língua e Literatura no segundo semestre do curso de Comunicação na Federal de Juiz de Fora (UFJF), nos encarantonhados anos 1972, fui incentivado pelas duas professoras (1) da matéria a dedicar um pouco mais de tempo à literatura, porque elas achavam que, além de imaginação fértil, tinha facilidade de misturar as palavras de forma escorreita, o que era melhor. Já no apagar da década, com mais de três prêmios literários, contos publicados em antologias e frequentando a União Brasileira de Escritores (UBE), no centro velho de São Paulo, terminei meu primeiro livro de contos (2). Lá também conheci outros novatos e reunido com três deles, cujo estilo no momento era bem parecido, propus escrevermos um livro de contos inéditos em parceria. Pronto meses depois, decidimos engendrar uma capa para só depois iniciar tratativas com editoras. Pelo conteúdo dos trabalhos selecionados decidimos que a melhor capa seria a composta com as fotos de nós autores identificados criminalmente com as plaquetas oficiais utilizadas à época pela polícia civil para fichar criminosos. Para isso, lógico, teria que negociar com algum delegado, já que na época era repórter de polícia da Agência Folhas e conhecia vários deles. Não consegui convencer nenhum dos procurados a autorizar as fotos em suas delegacias. Segundo eles, numa eventual investigação posterior a situação poderia desembocar num processo administrativo, isso na melhor das hipóteses. Não me dei por vencido e recorri ao fotógrafo Nelson Elias, colega de redação. Também apelidado carinhosamente de João Bafo de Onça, por certa semelhança maliciosa com o personagem infantil do cartunista norte-americano Walter Disney, ele trabalhava também no setor de identificação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na rua Brigadeiro Tobias, nas proximidades da Estação da Luz. Segundo ele, a ideia era maluca, mas como também era chegado a um desafio resolveu colaborar. Nossa parte era ficar em alerta máximo, pois as fotos só poderiam ser tiradas num domingo, dia em que normalmente o prédio só era frequentado para uma n A história desta semana é novamente uma colaboração de Ubirajara Júnior (u.birajr@hotmail. com), que teve passagens por Folha de S.Paulo, Diário Popular, TV Globo, TV Gazeta, SBT, Rádio Gazeta, Autolatina, Radiobras (Brasília), Secretaria Estadual de Esporte e Turismo (S. Paulo), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Jornal da Ciência (SBPC) e Agência Espacial Brasileira (AEB). Ubirajara Jr. e o pôster com a foto feita por Nelson Elias Minha foto do fotógrafo minoria de investigadores e delegados de plantão e a circulação de pessoas, minguada. No primeiro fim de semana de plantão dele fomos convocados e conseguimos as fotos, com a promessa de que, se desse algum rolo posteriormente, a gente morria no pau de arara mas não entregava o nome do fotógrafo e nem como havíamos conseguido chegar ao oitavo andar, onde os malacos eram oficialmente identificados. Não me recordo porque decidimos não procurar editora para o livro. Imaginamos uma linha de trabalho e não concordamos com o que foi apresentado por dois dos integrantes do projeto. De comum acordo resolvemos adiar a publicação e a coisa acabou caindo no esquecimento, já que nos afastamos por força dos afazeres profissionais de cada um. Como os negativos ficaram comigo decidi tempos depois ampliar minha foto num pôster para guardar como recordação da época e, principalmente, do saudoso Elias. PS: Com essa Memória homenageio a mais humana, cordial, educada, fraterna, amiga e humilde das pessoas com quem tive a felicidade de conviver e trabalhar. Quando o bluesista norteamericano B B King morreu, em maio de 2015, aos 89 anos, disse, à guisa de chiste, a alguns aficionados do gênero, como eu, que Deus deveria ter uma lista de pessoas que, pelas qualidades positivas angariadas ao longo da vida, deveriam ser proibidas de morrer. Com certeza Nelson Elias estaria nela. (1) Uma delas, a escritora mineira Cleonice Rainho. (2) Com prefácio do então presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Adonias Filho, e apresentação do saudoso cronista Lourenço Diaféria, o livro continua inédito.
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