Edição 1.447 página 2 Últimas n Recebemos de Andreza Matais, ex-chefe da sucursal Brasília e ex-editora executiva de Política do Estadão, mensagem afirmando que a matéria publicada pelo Portal dos Jornalistas em 30 de janeiro tem várias informações sobre ela que não correspondem à realidade dos fatos. u Transcrevemos a íntegra a seguir: n Monitoramento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostrou que a violência contra a imprensa no Brasil caiu 40,7% em 2023. Foram ao todo 330 casos de ataques e agressões no ano passado. Em 2022, o total foi de 557 episódios de violência contra jornalistas. É a primeira vez que o índice de ataques contra a imprensa registra queda desde o início do monitoramento da Abraji, em 2019. u Segundo a entidade, os números identificados pelo monitoramento estão diretamente ligados à chegada de Lula à Presidência e também à saída do ex-presidente Jair Bolsonaro do poder. Ao longo dos quatro anos de mandato deste, de 2019 a 2022, houve um crescimento de 328% nos alertas de agressões contra a imprensa brasileira, fruto da postura de intimidação e contra a liberdade de imprensa adotada pelo governo Bolsonaro. u O mês de janeiro concentrou a maior parte dos ataques contra jornalistas em 2023. Foi naquele mês que ocorreram os atos antidemocráticos na Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro. Foram mais de 40 casos só naquele mês, média de mais de um ataque por dia. E desses ataques, mais de 75% foram considerados graves, classificados como agressões físicas, ameaças, intimidação, perseguição, entre outros. u Apesar de um início de ano conturbado, a violência contra jornalistas em 2023 foi aos poucos se amenizando ao longo do ano. Dos 330 ataques registrados, cerca de 47% foram discursos estigmatizantes, mais de 38% foram casos graves de agressão e ameaças, e quase 8% foram processos civis e penais. A Abraji deve lançar em março um novo monitoramento que mostrará os dados completos de 2023. Andreza Matais responde ao Portal dos Jornalistas, contestando informações Prezado senhor Eduardo Ribeiro, a respeito da matéria “Estadão faz demissões na sucursal de Brasília”, gostaria de esclarecer quatro trechos: 1. “No final do ano passado, a jornalista foi denunciada no Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal (MPT-DF) por ter supostamente coagido repórteres recém-contratados a produzir matéria associando o ministro da Justiça Flávio Dino a uma mulher conhecida como ‘dama do tráfico do Amazonas’.” Não fui denunciada pelo Ministério Público do Trabalho. O que existiu sobre esse caso foi uma acusação anônima que não virou denúncia, não foi acatada. A propósito, os repórteres de política de Brasília, Rio e São Paulo do Estadão assinaram e publicaram uma carta aberta para negar a autoria dessa e de outras acusações. No âmbito do MPT o que existem são investigações na esfera trabalhista contra o jornal. 2. “Em outubro do ano passado, Matais publicou uma reportagem com o título ‘Lula atuou em operação para banco emprestar US$ 1 bilhão à Argentina e barrar avanço de Javier Milei’.” Não sou autora do texto. Como se tratava de uma coluna de opinião, não participei nem mesmo do processo de edição. 3. “George Marques, assessor da Secretaria de Comunicação Institucional da Presidência, contestou a matéria, dizendo que continha informações falsas, e associou o texto à ‘extrema-direita e ao gabinete do ódio’. Em resposta, ela escreveu ‘11.306,90’, em referência ao salário do assessor, atitude muito criticada nas redes sociais.” Esse trecho ignora que o assessor da Presidência publicou foto de uma jornalista marcando com uma seta na cabeça dela. Ele ainda defendeu uma prática de “bateu, levou”. O que fiz foi defender uma colega de um ataque misógino e leviano. Esse caso precedeu a campanha de linchamento que eu sofreria depois. 4. “Recentemente, Matais envolveu-se em uma série de polêmicas.” Jornalistas&Cia faz um relato de minha trajetória que não cita conquistas obtidas nos últimos cinco anos, justamente o período abordado pelo texto do site. Foi nesse tempo que dirigi a equipe premiada que publicou reportagens relevantes para o país. É de se lamentar que Jornalistas&Cia, publicação tão importante para a nossa classe, não tenha tido o apuro de checar informações tão básicas e, pelo menos, ter me procurado para me ouvir sobre temas que atingem a minha honra, ataques que tiveram a finalidade de arranhar minha carreira construída com muito trabalho em favor do jornalismo. Peço que publique a carta e faça as correções dando o mesmo destaque para evitarmos uma judicialização do caso. u Além dessa correspondência, Andreza encaminhou ao portal diversas mensagens da equipe de jornal sobre a saída dela e o comunicado do Estadão sobre os motivos desse desenlace: “Essa foi uma decisão corporativa, com o objetivo de melhorar os fluxos operacionais com a concentração de coordenações editoriais na sede da empresa em São Paulo”. u Sobre esse comunicado, ela afirmou: “O jornal queria essa vaga em SP e eu não saio de BSB. Tudo além disso é maldade”. u A esclarecer que as informações por ela contestadas foram publicadas no Portal dos Jornalistas e foram linkadas em nota do Jornalistas&Cia. Andreza Matais Violência contra jornalistas cai 40,7% em 2023, diz levantamento da Abraji The Climate Reality Project/Unsplash
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