Jornalistas&Cia 1453

Edição 1.454 página 25 Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected]–11-99689-2230)•Editorexecutivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: Fernando Soares ([email protected] – 11-97290-777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Hellen Souza ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-999151295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana ([email protected] – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro ([email protected] – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) Xaninha era o apelido de um funcionário dos serviços gerais do Estadão destacado para a limpeza da redação no período noturno. O último clichê se encerrava, o repórter de plantão fechava sua gaveta e Xaninha e uma colega entravam em ação para limpar os cestos, a cigarreira do corredor, os copos usados por água e café. O trabalho rolava durante toda a madrugada. Redação grande, muito lixo. Mas, Xaninha – apelido dado depois de ele ter contado uma proeza de jovem na cidade de Conceição do Mato Dentro, interior de Minas −, chegava sempre antes com seu carrinho e ficava perto do mesão da redação, onde rolava o fechamento da primeira página, para ouvir as histórias do dia e contar as suas proezas. Durante uma das conversas ele fantasiara uma história que com o passar dos dias e das semanas levou todos até a acreditarem que poderia ser verdade. Dizia o nosso colega da faxina que junto com alguns amigos, numa tarde, fora nadar numa lagoa perto de uma mata. Todos se deliciavam com a água de uma represa quando de repente apareceu uma onça pintada. − Eu estava deitado na grama tomando sol quando aquele bicho apareceu. Ela olhou e eu encarei. Xaninha disse que resolveu enfrentar a onça e deu um soco antes que ela atacasse. − Coloquei aquele animal para correr, repetiu. Alimentamos a proeza dele, n A história desta semana é novamente de Renato Lombardi ([email protected]), comentarista de segurança e justiça da Record TV. Xaninha, o faxineiro perguntamos o nome do bicho e ele contou que o chamara de Xaninha porque sua irmã tinha uma gata com aquele nome. − Meus amigos quando saíram da água ainda chegaram a ver o bicho na maior vula. Enfiei o braço mesmo. E ele mostrava como tinha dado o soco. E todas as noites perguntávamos sobre a história, pedíamos para ele contar e ele repetia todo orgulhoso. Até o dia em que fizemos uma brincadeira com ele. Brincadeira que Chico Ornellas, editor de Cidades, adorava fazer. Sequestrar o carinho de limpeza de Xaninha. Tão envolvido com a história da onça, do soco, da proeza, ele nem percebeu quando levaram o carrinho com todos os sacos de lixo, ainda vazios, o material liquido para os banheiros, o rodo com os panos e a vassoura. Depois da terceira vez que falou do soco em Xaninha ele se voltou para o carrinho e começou a procurar. Achou que tinha deixado no corredor da entrada da redação. Voltou, perguntou se alguém tinha visto o seu material de trabalho. A redação começou a ficar vazia. O carrinho fora levado para o corredor que dava acesso as salas dos Mesquitas – Ruy e Júlio. Desesperado ele ameaçou. − Se o carrinho não aparecer vou fazer como fiz com a Xaninha. Vou enfiar o braço no primeiro que aparecer. A gargalhada foi geral. E da entrada da redação, em seguida, ouviu-se uma voz que dizia. − Ficou louco, Mário? (Mario era o nome do Xaninha.) Largou o carrinho na porta da sala do doutor Júlio. Tá querendo perder o emprego? Aquele baixinho, fortinho, de óculos e macacão azul saiu em disparada. Era o chefe dele que alertava sobre o carrinho. Xaninha ficou um bom tempo se aparecer na redação para aquele aquecimento no mesão da primeira página. Freepik Renato Lombardi

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