Jornalistas&Cia 1453

Edição 1.454 página 6 conitnuação - MediaTalks Extradição adiada − O Superior Tribunal britânico deu hoje a Julian Assange o direito de mais uma audiência contra as decisões anteriores determinando que ele seja extraditado para os EUA, onde responde a 18 processos movidos pelo Departamento de Justiça devido à publicação de documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão – mas com algumas condições que podem fazer com que a sessão não aconteça. Os juízes entenderam que Assange pode prosseguir com o recurso na audiência plena, a não ser que antes disso o Reino Unido e os EUA forneçam “garantias satisfatórias” sobre se ele poderia confiar na Primeira Emenda da Constituição dos EUA (que garante liberdade de expressão); se ele poderia ser prejudicado em um julgamento devido à sua nacionalidade (motivo para que alguns direitos assegurados a cidadãos americanos não sejam devidos a ele) e se poderia estar sujeito a uma sentença de pena de morte. A sentença, resultado da avaliação de um painel formado por dois juízes, foi publicada no site do tribunal na manhã de 26/3, quatro semanas após dois dias de audiências para analisar se ele teria direito a apresentar mais um recurso. A nova audiência foi marcada para 20 de maio, mas ela pode não acontecer se em três semanas as garantias forem aceitas pela justiça. Afastado por corrupção − O jornalista Júlio Magalhães, da CNN Portugal, pediu afastamento voluntário das atividades de âncora de noticiários no canal em função de sua “indisponibilidade para se apresentar ao trabalho”, conforme comunicado distribuído pela TVI, do grupo Media Capital, após a execução de um mandado de busca e apreensão em sua casa como parte da Operação Maestro, na qual é um dos investigados. No epicentro da Maestro está o empresário Manuel Serrão, presidente da Associação Selectiva Moda e que seria sócio de Magalhães em empresas. Serrão iniciou a carreira no jornalismo esportivo e depois passou a se dedicar a negócios ligados à indústria têxtil, mas continua atuando como comentarista de futebol na TV. A Selectiva Moda ganhou o direito de aprovar projetos financiados pela União Europeia destinados a promover local e internacionalmente empresas têxteis e de gastronomia por meio de eventos como feiras de moda, festivais de cinema e concursos de fotografia. Mas 14 deles estão sob suspeita de fraude, com desvios de quase 40 milhões de euros, informou a Polícia Judiciária em nota sobre a operação. Fox News processada − A família da jornalista ucraniana Oleksandra Kuvshynova, que morreu aos 24 anos em março de 2022 cobrindo a guerra da Ucrânia, entrou com um processo em um tribunal de Nova York contra a Fox News, para a qual ela trabalhava como produtora. A família argumenta que Sasha, como era conhecida, foi pressionada a se aventurar em áreas perigosas. O ataque ao carro em que a jornalista estava, nos arredores de Kiev, vitimou também o cinegrafista Pierre Zakrzewki e deixou gravemente ferido o repórter Benjamin Hall, que perdeu a perna direita, o pé esquerdo e a visão de um dos olhos. Os pais dela, Andriy Kuvshynov e Iryna Mamaysur, também acusam a Fox News de fraude e difamação, incluindo o acobertamento de fatos relativos às circunstâncias da morte, que teriam tido a colaboração do repórter. Relações desiguais − A dinâmica da colaboração desigual entre jornalistas locais no México e correspondentes internacionais está se tornando cada vez mais evidente, de acordo com uma pesquisa que incluiu 35 depoimentos de jornalistas que trabalharam como fixers (jornalistas locais que apoiam a mídia estrangeira em suas reportagens) no país. Essa pesquisa fez parte do projeto Fixing Journalism, que não apenas busca publicar as experiências de jornalistas locais, mas também criou um guia de recomendações para aqueles que desejam se tornar fixers ou contratar esse serviço em qualquer parte do México. “O projeto busca mudar a dinâmica desigual no jornalismo internacional, em que jornalistas principalmente do hemisfério Norte contratam jornalistas do Sul para serem fixers, muitas vezes sem remuneração decente e sem lhes dar o devido crédito”, diz a equipe do Fixing Journalism em seu site. Knight Center − Em colaboração com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Knight Center para o Jornalismo nas Américas promove a partir de 2 de abril um curso gratuito sobre a influência da inteligência artificial em eleições, ensinando técnicas para combater ameaças como discurso de ódio e desinformação. O treinamento é online, em quatro blocos semanais apresentados até 30 de abril, com tradução para português. Podem participar jornalistas, profissionais envolvidos com eleições, estudantes e cidadãos interessados no tema. A instrutora principal é a jornalista Albertina Piterbarg, especialista em eleições e atualmente trabalhando na seção de Liberdade de Expressão e Segurança de Jornalistas da Unesco. Esta semana em MediaTalks Linkedin

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