Edição 1.469 página 15 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) Uma pesquisa realizada por Andy Gladding, professor adjunto na WRHU Radio/Hofstra University e engenheiro-chefe na Salem Media, de Nova York, demonstra a importância das rádios universitárias para o desenvolvimento dos alunos e na visibilidade das instituições. Um estudo abrangente realizado em três estados americanos revela o impacto positivo e surpreendente das estações de rádio FM universitárias na vida dos alunos, na comunidade e na preparação para a carreira. A pesquisa, conduzida por Gladding, entrevistou alunos, gerentes de estações e especialistas da indústria, desvendando um papel crucial do rádio FM no cenário educacional atual. Ao contrário da crença popular, muitos alunos consideram o programa de rádio da faculdade como a peça central de sua experiência universitária, mesmo que a escolha da instituição não tenha sido baseada na presença da estação. A transmissão em FM, com sua abrangência e legitimidade, proporciona aos alunos um senso de comunidade, responsabilidade e crescimento pessoal. A participação na rádio FM impulsiona o desenvolvimento de habilidades de liderança, aumenta a compreensão da mídia e até mesmo contribui para a retenção dos alunos. Os alunos sentem-se motivados a concluir seus estudos devido ao senso de pertencimento e propósito que a estação proporciona. As emissoras oferecem aos alunos a oportunidade de desenvolver habilidades técnicas valiosas em áreas como engenharia de transmissão, comunicação de emergência e sistemas eletrônicos. Essas habilidades são altamente procuradas no mercado de trabalho e preparam os alunos para carreiras de alto nível. As estações universitárias servem como plataformas de comunicação importantes para a comunidade, promovendo eventos locais, debates e informações relevantes. Além disso, parcerias com empresas e organizações regionais enriquecem o programa e ampliam as oportunidades para os alunos. O estudo demonstra que as estações de rádio FM universitárias são mais do que meras plataformas de entretenimento. Elas representam Rádios universitárias impactam positivamente as comunidades Andy Gladding um ativo valioso para as instituições, os alunos e a comunidade, promovendo o crescimento pessoal, o desenvolvimento profissional e a coesão social. Em um mundo cada vez mais digital, o rádio FM continua a ser uma ferramenta poderosa para o engajamento, a educação e a preparação para o futuro. Essa pesquisa serve como um lembrete do impacto crucial das estações de rádio FM. Em vez de considerá-las como desatualizadas ou irrelevantes, vale investir na preservação e no aprimoramento desses programas. As rádios FM universitárias são um investimento no futuro dos alunos e da comunidade. Breve história das rádios universitárias brasileiras As rádios universitárias brasileiras ecoam há mais de meio século como vozes vibrantes no cenário da comunicação, da educação e da cultura. Sua história, entrelaçada com o desenvolvimento do próprio ensino superior no País, é um relato de pioneirismo, desafios e conquistas, tecendo um mosaico rico de experiências e impactos na sociedade. Os primórdios das rádios universitárias no Brasil datam da década de 1950, impulsionados por um movimento nacional de democratização do acesso à informação e ao conhecimento. Em 1952, a Rádio USP foi a primeira a entrar no ar, seguida por outras emissoras pioneiras, como a Rádio UFRJ (1954) e a Rádio UnB (1962). Inicialmente, essas emissoras operavam em AM, com foco principal na divulgação de conteúdo educativo e cultural para a comunidade local. Com o passar do tempo, a FM tornou-se a principal faixa de frequência, expandindo o alcance e a qualidade do som. Essas emissoras se consolidaram como ferramentas essenciais para o ensino superior, complementando a formação acadêmica dos estudantes e promovendo a extensão universitária. Através de programas informativos, debates, entrevistas e produções artísticas, as emissoras proporcionavam aos alunos um ambiente de aprendizado dinâmico e plural. As rádios universitárias também se destacaram por seu papel na democratização da comunicação e na promoção da cidadania. Ao longo dos anos, elas se tornaram plataformas para vozes marginalizadas, dando espaço para debates sobre temas relevantes para a sociedade, como direitos humanos, justiça social e meio ambiente.
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