Edição 1.470 - 17 a 23 de julho de 2024 no n Fundado em 1995, com uma página enviada semanalmente por fax às redações, agências e áreas de comunicação das principais empresas brasileiras, Jornalistas&Cia evoluiu e acompanhou as mudanças que revolucionaram o Jornalismo e a Comunicação nos últimos quase 30 anos. Nesse período, também cresceu e se adaptou às necessidades e interesses do mercado e de seus fiéis leitores. u Hoje distribuído semanalmente para quase 60 mil profissionais, é referência no mercado. Com a média de 25 páginas semanais, reúne em um único local conteúdo sobre movimentações e novidades no Jornalismo e na Comunicação no Brasil e fora dele. u Para continuar atendendo aos seus leitores da melhor maneira possível, e quem sabe cativar novos, Jornalistas&Cia está lançando uma pesquisa com o objetivo de conhecer o hábito de leitura e preferências do seu público. u São apenas 13 questões de seleção ou múltipla escolha e uma dissertativa opcional. O tempo médio para responder ao questionário é de apenas cinco minutos. u Preencha o questionário em https://tinyurl.com/2vbwvnzx e ajude-nos a conhecer suas preferências! . n A CNBC Brasil, canal que deve estrear nos próximos meses, anunciou a contratação do apresentador Fábio Turci, ex-Globo, que chega para reforçar a equipe de Jornalismo da emissora, focada em economia e negócios. u Turci trabalhou no Grupo Globo por 23 anos, atuando como repórter, âncora e correspondente internacional. Especializado na cobertura do setor econômico, tem MBA em economia e mercado de capitais. Venceu três vezes o Prêmio CNI de jornalismo de negócios, da Confederação Nacional da Indústria. Cobriu diversas eleições e chegou a mediar debates regionais na TV Globo. u Foi correspondente da Globo nos Estados Unidos por cinco anos, cobrindo temas como terrorismo, política e direitos humanos. Em 2016, Turci viajou por três dias em um dos aviões do então candidato à presidência americana Donald Trump. No mesmo ano, cobriu o massacre terrorista que matou 49 pessoas numa boate LGBTI+. E, no ano seguinte, o atentado que vitimou dezenas de pessoas em um show em Las Vegas. u Além da atuação no jornalismo de economia e negócios, Turci dedica-se a questões como direitos humanos, homotransfobia, racismo e miséria. Por causa de seu trabalho nessas áreas, foi homenageado pelo Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+. n José Henrique Mariante assumirá a partir de outubro o posto de correspondente da Folha de S.Paulo na Europa. Ele ficará baseado em Berlim e substituirá a Ivan Finotti, que está retornando a São Paulo, onde será integrado ao time de repórteres especiais do jornal, após dois anos atuando em Madri. u Mariante, vale lembrar, ocupou o posto de ombudsman da Folha nos últimos três anos, tendo sido substituído em junho por Alexandra Moraes. Desde então, vem atuando como repórter especial. No jornal, em que atua desde 1991, foi repórter, correspondente, editor e secretário de Redação. Cinco minutos que valem muito Pesquisa quer conhecer os hábitos e preferências dos leitores de Jornalistas&Cia Fábio Turci assina com a CNBC Brasil Fábio Turci CNBC Brasil/Divulgação José Henrique Mariante será o novo correspondente da Folha na Europa José Henrique Mariante Eduardo Anizelli/Folhapress
Edição 1.470 página 2 Últimas n A Faculdade de Jornalismo da Universidade Columbia (EUA) anunciou os vencedores do Prêmio Maria Moors Cabot 2024, uma das mais importantes distinções de jornalismo no mundo. Entre os quatro vencedores está o repórter fotográfico brasileiro Lalo de Almeida, da Folha de S.Paulo. u Ele vai receber o prêmio por seus 30 anos de trabalho no fotojornalismo, retratando ameaças ao meio ambiente e crises migratórias. Ao longo da carreira, fez fotografias marcantes, como as séries sobre a seca da Amazônia em 2023 e os incêndios no pantanal em 2020, ambas premiadas na World Press Photo, uma das mais prestigiosas premiações de fotojornalismo do mundo. Venceu também o Grande Prêmio Petrobras de Jornalismo com o projeto Um Mundo de Muros, em 2017. u “Suas imagens nos mostram não apenas um mundo que vale a pena salvar, mas também refletem a empatia e o profundo respeito com que ele trata as histórias e as pessoas a quem dirige seu olhar”, diz o anúncio dos vencedores do Maria Moors Cabot. u Em entrevista para a Folha, Lalo comentou sobre o reconhecimento: “Eu fico muito feliz com o fato de o prêmio reconhecer a fotografia como um instrumento muito importante dentro do jornalismo, uma ferramenta de comunicação muito direta, muito eficiente”. Lalo junta-se a um seleto grupo de jornalistas e publishers brasileiros vencedores do Maria Moors Cabot, como Adriana Zehbrauskas, Assis Chateaubriand, Carlos Lacerda, Clóvis Rossi, Dorrit Harazim, Eliane Brum, Fernando Rodrigues, José Hamilton Ribeiro, João Antonio Barros, Lucas Mendes, Mauri Konig, Merval Pereira, Miriam Leitão, Otavio Frias Filho, Patrícia Campos Mello, Paulo Sotero, Roberto Civita, Roberto Marinho e Rosental Calmon Alves. u Este ano, além de Lalo, foram agraciados com o prêmio Carlos Ernesto Martínez, repórter investigativo do jornal El Faro, de El Salvador; John Otis, correspondente internacional da rádio NPR, dos Estados Unidos, e integrante do Comitê para a Proteção dos Jornalistas; e Frances Robles, repórter investigativa do The New York Times. As menções especiais foram para a organização de jornalismo investigativo InSight Crime e para Laura Zommer, jornalista argentina pioneira na verificação de fatos usando tecnologia e ferramentas de jornalismo digital. n Termina neste sábado (20/7) o prazo de inscrição para a 46ª edição do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, que reconhecerá trabalhos sobre democracia, cidadania e direitos humanos, publicados de 31 de julho de 2023 a 20 de julho de 2024. As categorias incluem texto, áudio, vídeo, multimídia, fotografia, arte e livro-reportagem (para livros editados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2023). A divulgação dos vencedores será em 10 de outubro com transmissão ao vivo, seguida pela premiação e roda de conversa em 29 de outubro, no Tucarena, em São Paulo. Mais informações e inscrições aqui. No próximo dia 25 de julho o Brasil celebrará o Dia Nacional do Escritor e Jornalistas&Cia usará a data para homenagear os milhares de jornalistas escritores do País, num artigo especial de autoria de Assis Ângelo, ele próprio um jornalista escritor e há anos colaborador deste J&Cia com sua coluna sobre cultura popular. Assis vai contar um pouco de como a história do jornalismo se entrelaça com a da literatura no Brasil, desde o Século XIX, quando boa parte dos livros era antes publicada em formato de folhetim nos jornais da época. Interessados em apoiar a edição podem entrar em contato com Silvio Ribeiro pelo e-mail [email protected] ou whats 19-97120-6693. Lalo de Almeida receberá o Maria Moors Cabot 2024 Lalo de Almeida YouTube/Canal A Prazo para concorrer ao Vladimir Herzog termina neste sábado (20/7) Jornalistas&Cia homenageará os jornalistas escritores no Dia Nacional do Escritor
Edição 1.470 página 3 Meu pai morreu na manhã de ontem, domingo. Na verdade, tento escrever esse artigo ainda no domingo. Tento porque seria isso que ele faria como colunista de tantos jornais, como O Globo, Jornal do Brasil, O Dia, Lance, Veja Rio, e tantas outras publicações. Meu pai nasceu em Cavalcante, subúrbio do Rio. Perdeu seu pai, Jugurta, aos 5 anos de idade. Minha avó, Regina, o criou junto com duas filhas mais novas. Meus bisavós eram vivos e deram todo o suporte a Regina. Cabral estudou em internato humilde e fez ensino médio e técnico. Trabalhou no que hoje é a Supervia. Logo abraçou sua paixão, o jornalismo. Em uma época que não havia exigência de diploma superior. Trabalhou em todos os jornais cariocas. Foi colunista do Jornal do Brasil no início dos 60. Com uma coluna que marcou época, Música naquela base, abriu ao mundo da burguesia grandes talentos do samba carioca como Cartola e Nelson Cavaquinho e a nova geração, como Martinho da Vila e Paulinho da Viola. Por acompanhar o Sindicato dos Jrnalistas em uma greve, foi demitido do JB. Anos depois, nos idos dos 80, era o principal colunista de esportes do jornal O Globo, com a coluna Papo de esquina. Outra greve, Cabral disse que não era fura-greve e Evandro Carlos de Andrade, diretor executivo do jornal, o ameaçou que era colunista e que todos os colunistas haviam enviado seus textos, com a sua exceção, e que se não enviasse seria demitido. Foi demitido e logo convidado para assumir a principal coluna do jornal O Dia. Cabral nunca deixou de ser o militante de centro-esquerda, forjado no velho partidão. Foi vereador pelo PMDB, se reelegeu pelo PSB e seu último mandato pelo PSDB. Mario Covas foi sempre um querido amigo. Minha trajetória política foi na mesma direção: partidão, PSDB e PMDB. Cabral cobriu durante décadas o carnaval carioca para a TV Globo e a TV Manchete. Fundou o semanário O Pasquim, no início dos anos 70, com outros intelectuais como Jaguar, Ziraldo, Millor, Henfil, Tarso de Castro, Fortuna, Paulo Francis e Luís Carlos Maciel. Um time de primeira! Que bagunçou o coreto da ditadura. Depois de quase dois anos de vendas espetaculares de mais de 100 mil exemplares por semana, o regime militar prendeu todos eles. Aos 7 anos ia visitá-lo, ele sempre alegre e motivado. Jogávamos basquete na quadra da Vila Militar. Ao voltar pra casa, minha mãe lia uma carta dele para os meus irmãos Claudia e Maurício, como se ele estivesse a trabalho em São Paulo. O sucesso do Pasquim nos permitiu, em 1970, mudar para o Leblon. De lá, fomos para São Paulo, onde a família Civita o acolheu na Editora Abril e lá trabalhou na revista Realidade, espécie de mãe da Veja. Voltamos em 73 para morar em Copacabana, de onde meus pais nunca saíram. Cabral dirigiu um show antológico no antigo Teatro da Lagoa, em 1973, com Paulinho da Viola e o conjunto de choro Época de Ouro, espetáculo que ficou meses em cartaz e provocou um boom do choro entre os jovens mais antenados. Aliás, o nome artístico de Paulinho da Viola foi dado por ele ao jovem Paulo César. Paulinho, Martinho da Vila e João Nogueira foram os grandes amigos dele no samba. Famílias amigas e fraternas. Cabral fundou com João Nogueira e outros bambas o Clube do Samba. João e ele rodaram o Brasil com o show Vida bohemia e com eles e Beth Carvalho realizaram o inesquecível show Onde o Rio é mais carioca. Shows que ficavam temporadas em cartaz. Sua obra com maior temporada foi o musical Sassaricando em parceria com a historiadora e pesquisadora Rosa Maria Araújo. Espetáculo que durante dez anos rodou o Brasil. Autor de quase duas dezenas de livros. Quase todos biografias. De Tom Jobim à história da Mangueira e do Vasco. De Nara Leão a Grande Otelo. De Elizeth Cardoso a Almirante. Que fera! Cabral lembra a imagem do poema de um dos seus grandes ídolos, Mário de Andrade: “Sou 300, sou 350…”, pois atuou em frentes múltiplas. (Leia+) Morre Sérgio Cabral, jornalista que se desdobrou em várias frentes Sérgio Cabral e acervo Meu pai, por Sérgio Cabral, filho Sérgio Cabral, filho e pai Reprodução n Sérgio Cabral, pai, morreu no domingo (14/7), aos 87 anos, na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, onde estava internado. Fragilizado pelo mal de Alzheimer, teve complicações decorrentes de um enfisema pulmonar. O velório ocorreu na manhã do dia seguinte (15/7), na sede náutica do Vasco, seu time de coração, na Lagoa Rodrigo de Freitas. A cremação foi no começo da tarde, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, em cerimônia reservada à família. u Grande pesquisador da música popular brasileira, deixou um acervo de mais de 60 mil itens, como partituras e documentos, material que foi doado ao Museu da Imagem do Som, no Rio. u Sua biografia mais detalhada e emocionada foi redigida por Sérgio Cabral, filho, no Correio da Manhã. Ex-governador do Rio de Janeiro e que voltou a ser jornalista, lembra como o pai atuou em frentes múltiplas. conitnuação - Últimas
Edição 1.470 página 4 EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação n O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou os nomes dos jornalistas que foram supostamente espionados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A divulgação ocorreu após nova fase da Operação Última Milha, que investiga justamente a atuação ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro. u Segundo as investigações da Polícia Federal, a lista de profissionais de imprensa espionados inclui Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo; Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo; Luiza Alves Bandeira, do Digital Forensic Research Lab (DFRLab), ligado ao Atlantic Council; e Pedro Cesar Batista, do Comitê Anti-imperialista General Abreu e Lima. Também foram alvos de espionagem ministros do STF como Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Dias Toffoli e parlamentares como Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e seu antecessor, Rodrigo Maia. u A divulgação dos nomes ocorre cerca de cinco meses após pedidos serem protocolados, em fevereiro deste ano, por entidades defensoras da liberdade de imprensa que solicitavam justamente que as investigações revelassem os nomes dos profissionais ilegalmente espionados. Os pedidos foram de entidades como o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). n O Projeto Comprova, iniciativa colaborativa e sem fins lucrativos liderada pela Abraji, começou em 10/7 o monitoramento e verificação de conteúdos de desinformação relacionados às eleições municipais de 2024. O evento de lançamento, ComprovaDay, reuniu 42 veículos de comunicação na sede do Google em São Paulo. u A iniciativa irá monitorar redes sociais para identificar e verificar conteúdos suspeitos sobre o processo eleitoral e as campanhas municipais, além de continuar a abordar desinformações sobre políticas públicas, saúde e mudanças climáticas. u Devido à complexidade do monitoramento das eleições, que ocorrerão em 5.569 municípios em 6 de outubro, o projeto espera a colaboração do público, que pode enviar sugestões pelo site, aplicativo ou WhatsApp do Comprova. O projeto conta com o patrocínio da Google News Initiative e a colaboração de 42 veículos de comunicação de todo o País, incluindo Meio, Terra e Agência Tatu, que se juntaram à equipe este ano. u O Comprova também criou um grupo de trabalho para incorporar Inteligência Artificial nas verificações e planeja lançar novos projetos de IA nos próximos meses. Além disso, a Meta e o WhatsApp estão financiando ações do Comprova no combate à desinformação, facilitando o envio de sugestões e a consulta de verificações pelo WhatsApp. u Para Katia Brembatti, presidente da Abraji, a iniciativa é crucial agora, em que o cenário eleitoral está se formando e a imprensa precisa estar preparada para possíveis desafios. O jornalismo local necessita de treinamento para combater a desinformação e contribuir para escolhas informadas da população. Nacionais Projeto Comprova lança programa para monitorar conteúdos falsos nas eleições de 2024 STF divulga nomes de jornalistas espionados durante governo Bolsonaro Em sua última aula no curso de diversidade e inclusão na comunicação, Valéria Lapa destacou a importância da representação indígena na mídia. O curso, realizado pela Rede JP em parceria com a UFRJ, teve seu encerramento marcado por reflexões sobre a visibilidade e a tutela do conhecimento indígena. Valéria, comunicóloga e produtora de conteúdo indígena, abordou o papel da mídia e das agências de notícias na luta dos povos originários. Ela enfatizou como as grandes mídias frequentemente distorcem ou estereotipam as narrativas. Veja no link: https://redejpcomunicacao.org/2024/07/13/valeria-lapa-exalta-valor-da-retratacao-midiatica-aos-po vos-originarios-em-encerramento-do-curso-de-diversidade-e-inclusao-na-comunicacao/ Valéria Lapa exalta retratação midiática aos povos originários
Edição 1.470 página 5 De Londres, Luciana Gurgel Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Em meio às preocupações da indústria de mídia com a perda de audiência, a CNN Internacional escolheu trilhar um caminho ousado: passará a cobrar pelo acesso a conteúdo digital a partir do fim deste ano. A aposta na força da marca para angariar usuários pagantes é de Mark Thompson, um executivo de mídia britânico com passagens pela BBC e pelo New York Times, case de sucesso em assinaturas: bateu 10 milhões em janeiro de 2024. Embora a CNN atravesse dificuldades financeiras e a introdução do paywall seja parte de um plano de Thompson para equilibrar as contas, o risco é grande. A edição 2024 do Digital News Report do Instituto Reuters, publicada em junho, dedica um capítulo ao tema. Embora no passado a venda de assinaturas fosse parte importante da receita das empresas jornalísticas e ainda seja vista como oportunidade depois que os investimentos em publicidade foram absorvidos pelas plataformas digitais, o leitor não parece estar muito disposto a pagar para ler notícias que muitas vezes chegam de graça na sua caixa postal ou nos feeds das redes sociais. O estudo constatou que a maioria dos entrevistados (57%) não considera a hipótese de desembolsar qualquer valor. Somente 17% se mostraram abertos a pagar alguma coisa, mas não muito. A adoção de paywall pode resultar na fuga de leitores habituais, reduzindo o tráfego e consequentemente afetando a receita de propaganda. A CNN aparece no relatório do Instituto Reuters como uma das que oferecem todas as notícias ou a maior parte delas livremente, com a expectativa de vender publicidade em torno delas − situação que pode mudar no fim deste ano. Enquanto leitores se mostram reticentes a pagar por notícias, CNN aposta no paywall Outros veículos que fazem o mesmo são a RTL da Alemanha e a Sky News britânica. No caso do Reino Unido a batalha por pagamento é árdua, já que a BBC oferece jornalismo de alta qualidade em seus meios digitais sem paywall. Isso pode explicar por que o país é o último entre 20 nações em uma análise sobre intenção de pagar por notícias: 69% dos entrevistados disseram que não pagam, nem pagarão, ou poderão vir a pagar um valor muito pequeno. O Brasil não foi destacado nesse recorte do relatório, que traz a Finlândia em primeiro lugar. Ainda assim, apenas 43% dos entrevistados finlandeses se disseram abertos a investir em uma assinatura. O New York Times é listado no relatório como praticante de um modelo híbrido, oferecendo algumas notícias gratuitamente e o restante apenas para assinantes. Mas engana-se que pensa que todos os leitores estão pagando caro para ter acesso ao jornalismo do Times ou de outros grandes como ele. O Reuters destaca que muitos assinantes não pagam o preço integral, já que muitas organizações oferecem descontos ou períodos de teste como uma forma de encorajar as pessoas a abrirem a carteira. É uma prática comum nos EUA, e isso pode ter inspirado a CNN. Os três jornais mais proeminentes − New York Times, Washington Post e Wall Street Journal − oferecem valores bem baixos durante o primeiro ano, contando com que o leitor vai se acostumar e continuar. Só que o que custa barato ou nada pode não gerar percepção de valor ou criar fidelidade. O estudo do Instituto menciona uma entrevistada que não renovou a assinatura do Cincinnati Enquirer depois de um período inicial de US$ 1 por nunca ter usado a assinatura − quantos de nós já fizeram o mesmo? A onda de assinaturas pagas ganhou tração na pandemia, quando notícias confiáveis viraram realmente uma questão de vida ou morte. Mas o momento agora é outro. Os influenciadores com canais próprios em redes sociais, vários egressos de grandes empresas jornalísticas, atraem mais público do que grandes marcas de notícias e são vistos como confiáveis, sendo ou não. É diferente da “bagunça” da pandemia. Os canais são estruturados, com programas bem produzidos em áudio e vídeo, muitas vezes competindo com seus ex-empregadores. A conta de influenciador de notícias mais mencionada pelos entrevistados americanos é a de Tucker Carlson, ex-Fox News, com 11,6 milhões de seguidores no X. Outro que não cobra por acesso é Anderson Cooper, da própria CNN, que ficou em 7º lugar entre os influenciadores mais citados. Mark Thompson prometeu uma renovação no jornalismo da CNN, com novos produtos em vídeo oferecendo notícias e análises, aproveitando os talentos da rede, e isso seria a isca para vender assinaturas. A aposta é alta, sobretudo em um ambiente polarizado, em que a emissora é frequentemente atacada por Donald Trump. Independentemente do resultado das eleições, a narrativa trumpista contra a mainstream media, destacando a CNN nos ataques, é mais um elemento que pode afetar a disposição de uma parte do país em dar dinheiro a uma emissora “inimiga”.
Edição 1.470 página 6 conitnuação - MediaTalks HÁ 10 ANOS APERFEIÇOANDO O MERCADO DE COMUNICAÇÃO VOCÊ TEM QUE ESTAR AQUI! A MAIOR FERRAMENTA DE ENVIO DE RELEASES DO BRASIL! MAIS DE 55 MIL JORNALISTAS NO MAILING DE IMPRENSA! O QUE VOCÊ ESTÁ ESPERANDO PARA CONTRATAR? Prisão perpétua − Um homem de 37 anos foi sentenciado hoje pelo tribunal de Chelmsford, na Inglaterra, a uma pena de prisão perpétua por um plano para sequestrar, estuprar e matar a popular apresentadora de TV britânica Holly Willoughby, por quem ele desenvolveu um obsessão que durava anos. Ex- -segurança, Gavin Plumb vivia solitário em sua casa em Harlow e passava quase todo o tempo no computador. A descoberta do plano para matar Holly, estrela do programa de notícias matinal da rede ITV, foi digna de um filme. Em outubro de 2023, ele contou sobre o plano a um policial dos EUA infiltrado em um chat sobre atos violentos. A polícia britânica foi notificada e Plumb foi preso em casa, onde foram encontrados objetos que ele mencionara nas conversas para serem utilizados na captura e morte da apresentadora. O policial, de Minnesota, utiliza várias identidades falsas para investigar crimes em grupos na Internet. Ele estabeleceu contato com Gavin Plumb em uma comunidade do aplicativo de chat Kik chamada Abduct Lovers, sob o pseudônimo de David Nelson. O agente não foi identificado no julgamento, por questões de segurança. Imprensa em Gaza − Em nova tentativa de pressionar Israel a permitir a entrada livre de jornalistas estrangeiros em Gaza, liderada pelo Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), mais de 60 organizações de mídia e de da sociedade civil assinaram uma carta aberta instando o país a rever a proibição imposta em outubro de 2023. A carta foi publicada em 11/7, menos de duas semanas antes da visita do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu aos Estados Unidos. Ele se encontrará com o presidente Joe Biden e falará no Congresso no dia 24 de julho. As organizações – que incluem Associated Press, Agence France-Presse, BBC, CNN, The Guardian, The New York Times e The Washington Post – apontam que nenhum acesso independente da mídia a Gaza foi permitido, o que aumenta o peso sobre os jornalistas locais e “cria um espaço para que a desinformação floresça”. Preso no Vietnã − Human Rights Watch, Comitê de Proteção a Jornalistas e Repórteres Sem Fronteiras (RSF) estão entre as organizações internacionais que saíram em defesa do jornalista vietnaminta Huy Duc, preso pelo governo do Vietnã por suas postagens no Facebook. A prisão foi confirmada pelas autoridades em 7/7, uma semana após ele ter sido capturado em casa e não ter comparecido a um evento onde faria uma apresentação. A conta do jornalista no Facebook, que tinha 350 mil seguidores, foi apagada, segundo a RSF. Duc, que também é escritor, foi acusado formalmente de “abusar dos direitos à democracia e à liberdade para infringir os interesses do Estado”, nos termos do artigo 331 do código penal, “uma lei excessivamente ampla que as autoridades utilizam frequentemente contra os críticos do governo”, de acordo com a Human Rights Watch. Fábrica de bots − O Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) anunciou o desmonte de uma “fazenda de bots” criada pelo governo da Rússia que utilizava recursos de inteligência artificial para “semear a discórdia” nos EUA e em outros países. Segundo o comunicado do DoJ, publicado em 10/7, uma investigação transnacional resultou na apreensão de domínios de internet e buscas em 986 contas do X / Twitter usadas por pessoas ligadas à Rússia para distribuir narrativas de interesse do país a partir de contas simulando serem de cidadãos americanos. Conforme descrito nos depoimentos apresentados em apoio aos mandados, o esquema foi organizado por um ex-editor-chefe adjunto da RT (Russia Today), principal empresa de mídia estatal da Rússia. Esta semana em MediaTalks
Edição 1.470 página 7 Comunicação Corporativa n Foi aberto em 9/7 e vai até 27/7 o segundo turno do TOP Mega Brasil, premiação que elegerá as feras da comunicação corporativa de 2024 nos segmentos Agências de Comunicação e Executivos de Comunicação Corporativa. Classificaram-se para a nova fase da disputa 145 agências e 187 executivos (132 mulheres e 55 homens) de todo o Brasil. u Eles entram agora na disputa por um lugar entre os TOP 10 Brasil e os TOP 5 das Regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul e aí passam a concorrer ao Troféu da Onça Pintada, que será entregue aos cinco campeões regionais (executivos e agências) e aos três mais votados dos TOP 10 Brasil (também executivos e agências). u A cerimônia de premiação está marcada para 28 de agosto, a partir das 18h30, na Unibes Cultural (Rua Oscar Freire, 2.500), em São Paulo. Outras informações com Bruna Valim ([email protected]) ou Clara Francisco (clarafrancisco@ megabrasil.com.br). Confira aqui as agências e executivos classificados para o segundo turno. n Rodrigo Caetano integrou- -se agora em julho ao time de executivos da FSB Holding. Foi contratado como diretor de Conteúdo e Novos Negócios. Até abril, e por quase 12 anos, ele esteve na comunicação da Confederação Nacional da Indústria – CNI, por último como superintendente de Jornalismo. Pará n Juliana Carvalho, gerente de comunicação corporativa, despediu-se da Imerys, após 10 anos e meio de empresa, e está agora como gerente de comunicação na Artemyn, que atua na extração de minerais não metálicos. Rio de Janeiro n Amanda Lopes, gerente de comunicação e marketing, deixou em maio a FenaSaúde, em que esteve por 2 anos e meio, e iniciou em junho nova jornada como gerente de comunicação corporativa na Servier. Já iniciado, segundo turno do TOP Mega Brasil vai até 27 de julho Brasília Rodrigo Caetano começa na FSB Holding Rodrigo Caetano Juliana Carvalho Amanda Lopes n O Grupo Burson, formado no Brasil por Burson, Máquina e JeffreyGroup, tem novidades em sua estrutura operacional. u Na Burson, Rodrigo Barneschi, que já vinha atuando como VP de Operações, foi promovido a VP executivo, mesmo cargo que passou a ser ocupado, na Máquina, por Leonardo Bersi, que ingressou na empresa como estagiário em 2005. Bersi e Barneschi, assim como Luís Joly, presidente da JeffreyGroup, reportam-se diretamente a Rosa Vanzella, recentemente anunciada como CEO do Grupo Burson no Brasil. u Também promovido, Ricardo Marques, que vinha atuando como diretor de contas, é agora VP do Live Hub do Grupo Burson, área focada na produção de eventos e ativações de marca. u Na Máquina, Murilo Ohl está assumindo o cargo de VP de estratégia e contas corporativas, com a missão de liderar as principais contas e projetos especiais da agência. Adélia Chagas e Renata Asprino assumiram funções estratégicas, como VPs, respectivamente, do Innovation Hub e de Novos Negócios. São Paulo Burson e Máquina anunciam novas posições de liderança no Brasil Rodrigo Barneschi Leonardo Bersi I CONHECA A NOVA QUE UNE TECNOLOGIA, REDE GLOBAL DE PR I I INOVACAO E CRIATIVIDADE. IDEAL AXICOM.
Edição 1.470 página 8 conitnuação - Comunicação Corporativa E mais... n Aline Santana, que esteve por 2 anos e 8 meses na Zoop Inovation, transferiu-se em junho para o Itaú Unibanco, contratada como líder de comunicação corporativa. Ela também passou pela comunicação das empresas Pravaler, Loggi e 99. n Americo Vizer, diretor criativo para o Brasil na LLYC, foi promovido e agora passa a ser responsável por estratégia, idealização e implementação das campanhas criativas para todos os clientes da LLYC na América do Sul. n Bruno Crivelli deixou a FSB Comunicação e o cargo de consultor, em que esteve por 2 anos e meio, e foi para a Giusti, como coordenador. Permanece, portanto, no grupo FSB Holding. n Carla Biasotto, que foi por 2 anos da comunicação da unico IDtech, até março, começou em julho como gerente de comunicação na Zup Inovation. Ela também foi gerente de comunicação e marketing na Serasa, organização em que atuou por 2 anos e 8 meses. n Daniela Garrafoni está de volta à Analítica, agência onde já havia atuado por quase 4 anos e meio, entre 2014 e 2019. Regressa como consultora sênior, após ter passado pouco mais de 3 anos na CDN e quase 2 anos na Bowler. Aline Santana Americo Vizer Bruno Crivelli Carla Biasotto Daniela Garrafoni n Daya Lima que esteve por pouco mais de 1 ano na FSB Comunicação e, na sequência, 11 meses na FSB Holding, deixou a organização em julho. É agora sócia-diretora na Egom PR. n Gabriel Proiete de Souza, RP que estava em sua segunda passagem pela Máindi, deixou a agência em maio, após 1 ano e 3 meses de casa (na primeira passagem ali esteve por 3 anos e 2 meses). Em jornadas anteriores, passou por Grupo In Press (1 ano e 5 meses) e BCW Global (5 meses). n Isabella Ortega, ex-Imagem Corporativa e FSB Comunicação, que estava na coordenação de comunicação e marketing na Siila.BR, mudou em maio para a Lobo de Rizzo Advogados, contratada para o cargo de analista de marketing sênior. n Julio Queiroz despediu-se da SulAmérica, em que era consultor de comunicação institucional e esteve por 3 anos e 2 meses, até junho, para assumir o cargo de consultor de felicidade na Reserva, que atua na área de comércio varejista. Terá a responsabilidade de mobilizar as agendas de comunicação interna, cultura e engajamento da companhia. Daya Lima Gabriel Proiete de Souza Isabella Ortega Julio Queiroz n Gisele Gomes está iniciando novo ciclo profissional, desta vez em empreendimento próprio, a Gisele Gomes Comunica, em atividade desde 8 de julho. O novo passo chega após pouco mais de 3 anos na Hill and Knowlton, onde ocupou as funções de gerente de comunicação e, por último, diretora executiva. u Jornalista, advogada e psicanalista, com 25 anos de estrada, Gisele, que também passou por Grupo Rái e FleishmanHillard, estruturou-se para atuar em assessoria de imprensa, treinamentos, mentoria de executivos, consultoria em ESG, gestão de crise e gerenciamento de redes sociais e mídia, entre outros serviços. E já nasce tendo como parceira internacional Juliana Queissada, profissional com atuação em mercados como Espanha, Portugal e Austrália. u A Lavoro Agro, distribuidora de insumos agrícolas, está entre os clientes da nova agência. Gisele Gomes deixa a Hill and Knowlton e monta sua própria agência Gisele Gomes
Edição 1.470 página 9 n O Itaú acaba de lançar o Manual de Criptoeconomia para jornalistas e criadores de conteúdo, com o objetivo de contribuir com a cobertura da imprensa sobre esse tema e com isso ampliar o próprio entendimento da sociedade sobre ele. A iniciativa, liderada pela área de comunicação do Itaú, sob a direção da sócia e superintendente de comunicação Pâmela Vaiano, foi feita em parceria com o Estadão Blue Studio. u Diz o texto de introdução que a proposta “é olhar para as engrenagens básicas da criptoeconomia e indicar, sem pretender ser exaustivo ou definitivo, como o Brasil e o mundo estão avaliando os próximos passos da criptoeconomia. No que ficar de olho? Quais as ciladas do passado que não podem mais se repetir? Qual o fôlego que as diversas criptomoedas realmente têm em termos de investimento?” u O projeto contou com edição de Eduardo Geraque, reportagem de Diego Lazzaris, design de Tiago Barra e revisão de Francisco Marçal. Raphaela Conte Stefania Ludescher Ricciulli n Maíra Simões Fajnzylber, que era coordenadora de contas e esteve por quase 5 anos na SmartPR, até março, iniciou nova jornada em maio, após período de licença-maternidade, como coordenadora comercial na PinePR. n Michelle Danza Franco encerrou sua jornada na InPress Porter Novelli em abril, após 9 anos e 7 meses de casa, e seguiu para a CDN, contratada como diretora para o atendimento de Itaú Empresas. Ela também já esteve em GWA Comunicação e Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. n Raphaela Conte, analista sênior, deixou a Edenred Brasil, em que esteve por 6 anos, até junho, e começou na mesma função na Lefosse. n Stefania Ludescher Ricciulli despediu-se da Atlas Renewable Energy, onde era gerente de comunicação e marketing e esteve por 1 ano e meio, até junho, e foi para a Le Pera Branding & Digital, na função de consultora de branding. n Thiago Nascimento integrou-se em junho ao time de consultores da Burson. Ex-FSB Comunicação, Instituto Tellus e Novartis, ele esteve por quase 2 anos e meio na Edelman. n Yasmin Cardoso, ex-Fato Relevante, P3K e Bradesco, começou em julho como analista de marketing pleno no Banco Safra. Dança das contas n A NB Press cuidará da divulgação do PL Connection, evento latam de private label que será realizado em sua segunda edição no Expo Center Norte, em São Paulo, de 17 a 19 de setembro. Os organizadores do encontro são Francal, promotora de eventos de negócios, e Amicci, plataforma que oferece soluções para o desenvolvimento de produtos de marca própria. Direção de Nicole Barros. Thiago Nascimento Yasmin Cardoso Pelo mercado Itáu lança Manual de Criptoeconomia para jornalistas e criadores de conteúdo conitnuação - Comunicação Corporativa Maíra Simões Fajnzylber Michelle Danza Franco
Edição 1.470 página 10 conitnuação - Comunicação Corporativa E mais... n A LLYC lançou a segunda edição do estudo ESG Compass, focado em governança corporativa e que tem ESG no centro da narrativa. Ele foi realizado pelo time de ESG e Deep Learning da agência e analisou mais de 500 mil menções durante um período de 25 meses, utilizando técnicas de big data, inteligência artificial e processamento de linguagem natural. u Os resultados, segundo comunicado distribuído pela empresa, “revelaram a necessidade urgente de um diálogo mais aberto e transparente entre as empresas e a sociedade civil, além de destacar as lacunas que ainda existem em termos de transparência e compromisso com as boas práticas nas organizações”. u Baixe o estudo aqui. n A Ânima Comunicação em Governança lançou Boardwise Convida − Histórias de Governança, iniciativa que reúne destacados executivos para discutir a governança corporativa no País. As entrevistas são conduzidas por Simone Monteiro, sócia-fundadora da agência, e o primeiro episódio conta com a participação de Pedro Parente, ex-ministro da Casa Civil no governo Fernando Henrique Cardoso, que hoje preside o conselho de administração da gestora eB Capital. Confira aqui. n A IOB realizou em 16/7 o 1º Workshop para Jornalistas sobre os Impactos da Reforma Tributária. O evento abordou pontos importantes como regime de transição, alíquota-padrão, cashback, benefícios fiscais, cesta básica nacional, imposto seletivo, entre outros. O encontro, que pode ser conferido aqui, foi conduzido por Adriana Maia, diretora de comunicação da IOB, e contou com a participação de executivos da organização. n De malas prontas para Munique, na Alemanha, Roseli Tardelli vai acompanhar a 25ª Conferência Internacional sobre AIDS. Estarão ao lado dela, para a cobertura do evento, a chefe de redação Talita Martins e as repórteres Marina Vergueiro e Keren Moraes. Em parceria com o Sesc TV, Roseli colherá depoimentos para a produção do documentário As respostas das ONGs do Mundo, Global Village 20 anos. A diretora Margarete Beatriz Noé e a cineasta Bianca Duarte fazem parte da equipe que realizará o trabalho. Pedro Parente e Simone Monteiro Roseli Tardelli n Fernanda Burjato, diretora de atendimento e integração na InPress Porter Novelli, acaba de divulgar as conclusões do estudo que fez sobre as percepções dos jovens de comunicação em relação ao mercado, às empresas e à própria profissão. O trabalho fez parte das atividades do primeiro semestre do curso que ela está realizando na FGV e envolveu 150 estudantes e recém-formados em Jornalismo e Relações Públicas, de oito universidades brasileiras. u Sobre o estudo, diz ela: “Não posso ser injusta e preciso dizer que é nítido que as universidades se modernizaram. Hoje, contam com disciplinas que respondem bem aos desafios impostos pelo digital, pela necessidade de aprender a produzir planejamento estratégico e muitas montam, inclusive, pequenas agências e miniassessorias de imprensa que permitem aos alunos realizarem o atendimento a clientes reais. E tudo isso é muito bom. Mas, mesmo com essa evolução na abordagem, os jovens ainda sentem que chegam ao mercado despreparados, quando o assunto é PR. E se deparam com essa realidade logo na primeira entrevista de estágio, ao perceberem que não têm a menor ideia de como funciona, na prática, uma agência de Relações Públicas e do que encontrarão pela frente”. Entre os múltiplos insights produzidos pelo estudo, ela destaca: • Relacionamento e Comunicação com clientes e com equipes são grandes desafios. Fazer follow com a imprensa também, principalmente no momento em que temos, nas redações, jornalistas sufocados por releases e pautas e que sequer respondem e-mails. • O trabalho burocrático entregue aos estagiários e recém-formados também aparece e incomoda. Sentem-se deixados de lado, quando o que mais querem é ser parte ativa da estratégia. • Querem visibilidade, querem ser ouvidos, querem um papel relevante nas reuniões. Principalmente, diante de gestores e clientes. • Se fazer relatório mensal é a única coisa que a sua agência pode oferecer a eles, esqueça! Eles não ficarão muito tempo com você e a rotatividade será alta. Confira aqui o estudo completo, divulgado por ela no Linkedin. Estudo mostra que jovens comunicadores querem ser mais valorizados nas agências de comunicação Fernanda Burjato
Edição 1.470 página 11 Diante do atual cenário, marcado por novas formas de interação entre assessores e jornalistas, crescimento do marketing digital e uso ético de ferramentas de Inteligência Artificial em comunicação, a Vianews concluiu um estudo para avaliar como essas questões estão sendo tratadas na América Latina. Produzido no primeiro semestre, o levantamento ocorreu por meio de entrevistas qualitativas com colaboradores e parceiros da Vianews em México, Colômbia, Chile, Argentina, Peru, Bolívia e Brasil. A partir dos insights, concluímos que, assim como no Brasil, a comunicação corporativa na América Latina também passa por grandes mudanças. São cenários específicos em cada país, para os quais é necessário estar atento. A seguir, apresento os principais resultados. É importante notar as peculiaridades de cada país, que indicam as diferenciações econômicas de cada um. Segmentos e serviços em alta Com relação aos segmentos que mais contratam serviços de comunicação, o setor de tecnologia aparece em primeiro lugar, citado por 71% dos entrevistados. Em seguida, está o de telecomunicações, presente em 28% das respostas. Na Argentina, outros segmentos mencionados foram alimentício, saúde, beleza, educação e petrolíferas. No Chile, mercados verticais e commodities, marcas e o setor público foram os mais citados. Na Colômbia, destaque para construção, turismo e governo; na Bolívia, para bancos, indústrias de hidrocarbonetos, universidades e grandes fábricas de alimentos. No Peru, destaque para mercado de consumo, educação, saúde e restaurantes. Entre os serviços mais procurados na região, relações públicas aparece em primeiro lugar, seguido por marketing digital, social media e produção de conteúdo, com 85% de menções. Relações públicas para eventos está presente em 14% das respostas. Influencers Apesar de todos os entrevistados afirmarem terem no seu país ações de comunicação voltadas ao marketing de influência, há algumas distinções. No México, a estratégia é mais voltada a empresas de setores de consumo em massa, e menos por empresas especializadas. Além disso, como não é comum realizar campanhas 100% focadas em permuta, a recomendação às empresas é terem pelo menos um pequeno orçamento em Por Pedro Cadina, CEO da agência Vianews Especial Um raio-X da comunicação corporativa e uso de IA na América Latina em 2024 Pedro Cadina caixa específico para tais ações. E isso também cabe no Chile, onde a maioria das campanhas realizadas é paga. Já na Colômbia, estratégias de comunicação com influenciadores assemelham-se às do Brasil. O foco das ações mais assertivas é selecionar o influenciador sem apoiar-se somente no número de seguidores e interações, mas também no tipo de conteúdo e relevância de seus temas. Abordagem aos jornalistas Com relação à abordagem aos jornalistas, e-mail e WhatsApp são praticamente unânimes em todos os países. As ligações telefônicas são mencionadas, em casos específicos, como para sugestões de pautas exclusivas e/ou urgentes. No México, uma curiosidade apontada nessa relação é a questão geracional. Segundo os entrevistados, os jornalistas mais seniores preferem contatos por e-mail e, eventualmente, WhatsApp. Os profissionais mais jovens, especialmente que fazem a cobertura das editorias de lifestyle e notícias gerais, preferem ser acionados por meio de directs em seus perfis nas redes sociais. Uso de IA Ao serem questionados sobre o uso de Inteligência Artificial na comunicação, a maioria dos entrevistados apontou para uma crescente utilização da tecnologia. Entre as ferramentas mais utilizadas, destaque para o ChatGPT, citado por praticamente todos os pesquisados Na Bolívia, o uso da IA foi apontado como não sendo tão comum no dia a dia da comunicação, e mais restrito ao apoio na produção de conteúdo. Já no Chile, pesquisa realizada por nosso parceiro com 71 líderes de comunicação revelou que a grande maioria dos entrevistados (93%) enxerga a IA como uma oportunidade. Mesmo assim, seu uso não é tão difundido como se poderia esperar, uma vez que apenas 50,7% deles declararam que o aplicam em seu trabalho. No Brasil, pesquisa in house realizada pela agência Vianews apontou que 93% dos colaboradores já utilizam IA em suas rotinas de trabalho ou tarefas pessoais. Entre as ferramentas mais usadas estão ChatGPT (42,9%), Supernormal (19%) e Google Gemini (14%). Tuitão do Plínio Por Plínio Vicente (pvsilva42@ gmail.com), especial para J&Cia (*) Plínio Vicente é editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984. Foi chefe de Reportagem do Estadão e dedica-se a ensinar aos focas a arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços. Anésio embrenhou-se no rumo do alto rio Couto de Magalhães e chegou quase à fronteira do Brasil com a Venezuela. A aventura tinha um sentido: ir em busca do Eldorado que um garimpeiro lhe garantira, em Boa Vista, que estava lá, mas que por falta de condições não conseguiu chegar até o fabuloso lago de riquezas contado pela lenda dos incas. Andou, andou e nada. Os dias foram passando, passando e, já com a morte o espreitando nas sombras da floresta, não lhe restou nada mais senão voltar para a cidade. Depois de toda a varação, quando chegou era um trapo só, sem um pingo da ufania que o empurrou para o desconhecido. A notícia da existência do Eldorado fora só um boato, sem um pingo de verdade. Fake News garimpeira
Edição 1.470 página 12 Por Assis Ângelo PRECIO SIDADES do Acervo ASSIS ÂNGELO Contatos pelos [email protected], http://assisangelo.blogspot.com, 11-3661-4561 e 11-98549-0333 Os contos de Júlia Lopes de Almeida são fortíssimos, como A Caolha, originalmente publicado no jornal argentino La Nación; Os Porcos, dedicado a Artur Azevedo; e Os Conventos. Este último trata de uma mulher que perde o marido e fica com as filhas para criar. Com o passar do tempo, Artur Azevedo inspira-se num texto de Júlia (Reflexões de um Marido) para escrever uma comédia em três atos intitulada O Dote, em 1907. Essa peça o autor dedicou à escritora. O enredo de Artur gira em torno do casal Ângelo e Henriqueta. Ambos são apaixonados. Henriqueta é do tipo gastona, viciada em supérfluos. Isso leva o varão a tremer na base, prevendo a bancarrota. Preocupado, ele procura o amigo Rodrigo, a quem pede conselho. E o conselho é: divórcio. Machado de Assis foi também agraciado com uma dedicatória de Júlia. A dedicatória aparece no conto Perfil de Preta, escrita em 1903. Perfil de Preta é a história de um triângulo amoroso, cuja vítima é um mulato de nome João Romão. Entre os romances de Júlia destaco, além de A Viúva Simões, A Falência e A Intrusa. O romance A Falência trata de um português que vem ao Brasil ainda jovem e pobre. Enriquece negociando café. Uma hora ele é tentado a investir na bolsa de valores americana. Começo do século 20. A bolsa quebra e com ela o personagem português. A Intrusa conta a história de um advogado que, depois de perder a mulher e ficar viúvo, promete nunca mais se casar. Mas há uma reviravolta. O viúvo tem um adolescente para criar e a casa para cuidar. Sozinho… é quando ele contrata uma governanta. E mais não digo. Além de romances e contos, Júlia também encheu páginas e páginas de jornais de sua época com crônicas e poemas. Na verdade, ela começou a escrever escondida do pai. Em março de 1905, João do Rio a entrevistou para o suplemento O Momento Literário, em carta dominical do diário Gazeta de Notícias, do Rio. Júlia ao jornalista: Pois eu em moça fazia versos. Ah! Não imagina com que encanto. Era como um prazer proibido! Sentia ao mesmo tempo a delícia de os compor e o medo de que acabassem por descobri-los. Fechava-me no quarto, bem fechada, abria a secretária, estendia pela alvura do papel uma porção de rimas... De repente, um susto. Alguém batia à porta. E eu, com a voz embargada, dando volta à chave da secretária: já vai! já vai! A mim sempre me parecia que se viessem a saber desses versos em casa, viria o mundo abaixo. Um dia, porém, eu estava muito entretida na composição de uma história, uma história em verso, com descrições e diálogos, quando senti por trás de mim uma voz alegre: − Peguei-te, menina! Estremeci, pus as duas mãos em cima do papel, num arranco de defesa, mas não me foi possível. Minha irmã, adejando triunfalmente a folha e rindo a perder, bradava: − Então a menina faz versos? Vou mostrá-los ao papá! − Não mostres! − É que mostro! − Vais fazê-lo zangar comigo. Não sejas má! Ela ria, parecendo refletir. Depois deitou a correr pelo corredor. Segui-a comovidíssima. Na sala, o papá lia gravemente o Jornal do Comércio. − Papá, a Júlia faz versos! − Não senhor, não lhe acredites nas falsidades! − Pois se eu os tenho aqui. Olha, toma, lê tu mesmo... Licenciosidade na cultura popular (LXVIII) Júlia Lopes de Almeida Meu pai, muito sério, descansou o jornal. Ah! Deus do céu, que emoção a minha! Tinha uma grande vontade de chorar, de pedir perdão, de dizer que nunca mais faria essas coisas feias, e ao mesmo tempo um vago desejo que o pai sorrisse e achasse bom. Ele, entretanto, severamente lia. Na sua face calma não havia traço de cólera ou de aprovação. Leu, tornou a ler. A folha branca crescia nas suas mãos, tomava proporções gigantescas, as proporções de um grande muro onde na minha vida acabara a alegria... Então, que achas? O pai entregou os versos, pegou de novo o jornal, sem uma palavra, e a casa voltou à quietude normal. Fiquei esmagada. Que fazer para apagar aquele grande crime? No dia seguinte fomos ver a Gemma Cuniberti, lembra-se? Uma criança genial. Quando saímos do espetáculo, meu pai deu-me o seu braço. − Que achas da Gemma? − Um grande talento. − Imagina! O Castro pediu-me um artigo a respeito. Ando tão ocupado agora! Mas o homem insistiu, filha, insistiu tanto que não houve remédio. Disse-lhe: não faço eu, mas faz a Júlia... Minha Nossa Senhora! Pus-me a tremer, a tremer muito. O pai, esse, estava impassível como se estivesse a dizer coisas naturais: − Estamos combinados, pois não? O prometido é devido. Fazes amanhã o artigo. Sei lá o que respondi! O certo é que não dormi toda a noite, nervosa, imaginando frases, o começo do artigo. Pela madrugada julgava impossível escrevê-lo, tudo parecia banal ou extravagante. Mas depois do almoço, antes de sair, o pai lembrou-me como se lembra a um escritor: − Vê lá, Júlia, o artigo é para hoje. Tenho que o levar à noite. Havia um jornal que exigia o meu trabalho. Era como se o mundo se transformasse. Sentei-me. E escrevi assim o meu primeiro artigo... Só mais tarde, muito mais tarde, é que vim a saber a doce invenção de meu pai. O Castro nunca exigira um artigo a respeito da Gemma… O Senado Federal publicou em 2020 um livro reunindo crônicas esparsas de Júlia Lopes de Almeida. Título: Ânsia Eterna. Nesse livro, originalmente publicado em 1903, se acha o conto O Caso de Rute. É sobre uma jovem órfã de pai. A mãe se casa de novo e o novo marido abusa sexualmente da pequena Rute. Tinha ela 15 anos quando isso ocorreu. Os transtornos provocados pelo fato jamais foram superados pela personagem. Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora Assis Ângelo com livros de Artur e Aluísio Azevedo
www.portaldosjornalistas.com.brRkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==