Edição 1.470 página 11 Diante do atual cenário, marcado por novas formas de interação entre assessores e jornalistas, crescimento do marketing digital e uso ético de ferramentas de Inteligência Artificial em comunicação, a Vianews concluiu um estudo para avaliar como essas questões estão sendo tratadas na América Latina. Produzido no primeiro semestre, o levantamento ocorreu por meio de entrevistas qualitativas com colaboradores e parceiros da Vianews em México, Colômbia, Chile, Argentina, Peru, Bolívia e Brasil. A partir dos insights, concluímos que, assim como no Brasil, a comunicação corporativa na América Latina também passa por grandes mudanças. São cenários específicos em cada país, para os quais é necessário estar atento. A seguir, apresento os principais resultados. É importante notar as peculiaridades de cada país, que indicam as diferenciações econômicas de cada um. Segmentos e serviços em alta Com relação aos segmentos que mais contratam serviços de comunicação, o setor de tecnologia aparece em primeiro lugar, citado por 71% dos entrevistados. Em seguida, está o de telecomunicações, presente em 28% das respostas. Na Argentina, outros segmentos mencionados foram alimentício, saúde, beleza, educação e petrolíferas. No Chile, mercados verticais e commodities, marcas e o setor público foram os mais citados. Na Colômbia, destaque para construção, turismo e governo; na Bolívia, para bancos, indústrias de hidrocarbonetos, universidades e grandes fábricas de alimentos. No Peru, destaque para mercado de consumo, educação, saúde e restaurantes. Entre os serviços mais procurados na região, relações públicas aparece em primeiro lugar, seguido por marketing digital, social media e produção de conteúdo, com 85% de menções. Relações públicas para eventos está presente em 14% das respostas. Influencers Apesar de todos os entrevistados afirmarem terem no seu país ações de comunicação voltadas ao marketing de influência, há algumas distinções. No México, a estratégia é mais voltada a empresas de setores de consumo em massa, e menos por empresas especializadas. Além disso, como não é comum realizar campanhas 100% focadas em permuta, a recomendação às empresas é terem pelo menos um pequeno orçamento em Por Pedro Cadina, CEO da agência Vianews Especial Um raio-X da comunicação corporativa e uso de IA na América Latina em 2024 Pedro Cadina caixa específico para tais ações. E isso também cabe no Chile, onde a maioria das campanhas realizadas é paga. Já na Colômbia, estratégias de comunicação com influenciadores assemelham-se às do Brasil. O foco das ações mais assertivas é selecionar o influenciador sem apoiar-se somente no número de seguidores e interações, mas também no tipo de conteúdo e relevância de seus temas. Abordagem aos jornalistas Com relação à abordagem aos jornalistas, e-mail e WhatsApp são praticamente unânimes em todos os países. As ligações telefônicas são mencionadas, em casos específicos, como para sugestões de pautas exclusivas e/ou urgentes. No México, uma curiosidade apontada nessa relação é a questão geracional. Segundo os entrevistados, os jornalistas mais seniores preferem contatos por e-mail e, eventualmente, WhatsApp. Os profissionais mais jovens, especialmente que fazem a cobertura das editorias de lifestyle e notícias gerais, preferem ser acionados por meio de directs em seus perfis nas redes sociais. Uso de IA Ao serem questionados sobre o uso de Inteligência Artificial na comunicação, a maioria dos entrevistados apontou para uma crescente utilização da tecnologia. Entre as ferramentas mais utilizadas, destaque para o ChatGPT, citado por praticamente todos os pesquisados Na Bolívia, o uso da IA foi apontado como não sendo tão comum no dia a dia da comunicação, e mais restrito ao apoio na produção de conteúdo. Já no Chile, pesquisa realizada por nosso parceiro com 71 líderes de comunicação revelou que a grande maioria dos entrevistados (93%) enxerga a IA como uma oportunidade. Mesmo assim, seu uso não é tão difundido como se poderia esperar, uma vez que apenas 50,7% deles declararam que o aplicam em seu trabalho. No Brasil, pesquisa in house realizada pela agência Vianews apontou que 93% dos colaboradores já utilizam IA em suas rotinas de trabalho ou tarefas pessoais. Entre as ferramentas mais usadas estão ChatGPT (42,9%), Supernormal (19%) e Google Gemini (14%). Tuitão do Plínio Por Plínio Vicente (pvsilva42@ gmail.com), especial para J&Cia (*) Plínio Vicente é editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984. Foi chefe de Reportagem do Estadão e dedica-se a ensinar aos focas a arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços. Anésio embrenhou-se no rumo do alto rio Couto de Magalhães e chegou quase à fronteira do Brasil com a Venezuela. A aventura tinha um sentido: ir em busca do Eldorado que um garimpeiro lhe garantira, em Boa Vista, que estava lá, mas que por falta de condições não conseguiu chegar até o fabuloso lago de riquezas contado pela lenda dos incas. Andou, andou e nada. Os dias foram passando, passando e, já com a morte o espreitando nas sombras da floresta, não lhe restou nada mais senão voltar para a cidade. Depois de toda a varação, quando chegou era um trapo só, sem um pingo da ufania que o empurrou para o desconhecido. A notícia da existência do Eldorado fora só um boato, sem um pingo de verdade. Fake News garimpeira
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