Edição 1.478 página 14 (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. setor de música gravada no país registrou um crescimento de 13,4%, alcançando R$ 2,864 bilhões em receitas, sendo que 87% desse valor veio do streaming, reforçando seu papel central na indústria musical brasileira. Esse crescimento coloca o Brasil em 9º lugar no ranking mundial de mercados de música gravada, o que destaca o País como um dos mais promissores no cenário global. No que diz respeito às assinaturas de serviços de streaming de áudio, o Brasil superou a marca de 22,5 milhões de assinantes pagos em 2023, com plataformas como Spotify, YouTube Music e Deezer liderando o mercado. O Spotify, em particular, continua dominando o setor, com quase 70% de participação. O crescimento contínuo do número de assinantes premium no País, que teve uma alta de 21,9%, reflete uma tendência global, onde o streaming de música está consolidado como principal forma de consumo. Assim como em outros mercados, o Brasil tem registrado um aumento na diversificação do conteúdo consumido via streaming, com uma demanda crescente por podcasts e audiolivros. Isso se alinha ao padrão global de diversificação no consumo de conteúdo de áudio, com formatos como podcasts cada vez mais populares, inclusive como uma estratégia das plataformas para atrair novos assinantes. Entretanto, o mercado brasileiro ainda enfrenta desafios relacionados à concentração de grandes players, como a compra da Som Livre pela Sony, que afeta a participação de artistas independentes no streaming. Esse cenário ressalta a importância de políticas públicas que preservem a diversidade musical e o ecossistema de artistas emergentes. Esse panorama de crescimento e desafios coloca o Brasil como um dos mercados mais dinâmicos para o streaming de música, com uma base de consumidores que ainda tem potencial de expansão, especialmente entre grupos mais velhos e não usuários de serviços pagos. Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link. Craig Armer Kantar do suas posições. O YouTube Music, por exemplo, foi o serviço mais adotado no segundo trimestre de 2024, refletindo uma tendência crescente desde 2023, quando o YouTube já se destacava como uma das principais plataformas de descoberta de músicas. O Spotify, por sua vez, manteve seu crescimento, registrando um aumento de 2% na penetração entre os usuários de streaming. A análise de Craig Armer, diretor global de insights estratégicos da Kantar, sugere que a diversificação do conteúdo de áudio, como podcasts e audiolivros, tem redesenhado o cenário de streaming. Ele ressalta a oportunidade de engajamento com consumidores mais velhos, que apesar de estarem menos envolvidos com serviços de streaming apresentam um grande potencial de crescimento. Um dos desafios é convencer esse público do valor de uma assinatura paga, especialmente em um ambiente onde muitos ainda estão relutantes em pagar pelo serviço. Além disso, o estudo indica que a próxima fase de crescimento no setor de streaming dependerá de uma segmentação mais precisa, tanto por faixa etária quanto por região. Na Grã-Bretanha, por exemplo, mais da metade da Geração Z já tem uma assinatura premium, enquanto nos Estados Unidos apenas um terço dos consumidores com mais de 55 anos aderiu a algum serviço de streaming. Esse dado demonstra que ainda há um grande espaço para expansão em todas as faixas etárias, mas as plataformas precisam entender as motivações específicas de cada segmento para convertê-los em assinantes. Entre os consumidores mais velhos, o Spotify tem se destacado como o serviço preferido, especialmente devido às recomendações de amigos e familiares. Embora esses ouvintes costumem preferir formatos tradicionais como o rádio, uma vez convencidos da utilidade dos serviços de streaming, tendem a se tornar assinantes fiéis, especialmente quando incentivados por testes gratuitos e recomendações positivas. Por fim, o relatório também destaca o papel da inovação no crescimento do setor. Novos formatos, como podcasts e conteúdos exclusivos, têm atraído novos assinantes. No segundo trimestre de 2024, 14% dos novos assinantes premium optaram por serviços devido à diversidade de podcasts, e 11% foram motivados por conteúdos exclusivos. A crescente popularidade dos podcasts é notável, com 29% dos usuários de streaming considerando-os uma parte importante de suas vidas, acima dos 26% no ano anterior. Com o aumento da adoção de serviços de streaming e a diversificação dos formatos de áudio, o cenário aponta para um futuro de crescimento contínuo, especialmente na medida em que as plataformas exploram formas de atrair novos públicos e oferecer uma experiência personalizada para diferentes perfis de usuários. Já o mercado de streaming de música no Brasil também segue em forte expansão, com dados que evidenciam um cenário similar ao observado globalmente, mas com particularidades locais. Em 2023, o
RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==