Jornalistas&Cia 1486

Carolina Henriques-Schmitz | Trust Law (Foto: divulgação TRF) Para exemplificar a que ponto as carreiras de advogados podem ser destroçadas por governos autoritários em virtude de seu trabalho de defender jornalistas, Carolina apresentou os casos de Ivan Pavlov e Dmitry Talintov, na Rússia, que defenderam jornalistas e pagaram um preço alto por isso. Não são só os jornalistas: uma pesquisa apresentada durante a Trust Conference 2024 demonstra que o cerco à liberdade de imprensa está cada vez mais se estendendo aos advogados que os defendem e que acabam virando também alvo de perseguição, submetidos a prisões e exílio. A pesquisa é o resultado do esforço conjunto do Centro de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados dos Estados Unidos, do projeto Media Defence e da Thomson Reuters Foundation. O trabalho revelou que os os casos têm se intensificado nos últimos cinco anos. Os resultados preliminares identificaram mais de 40 advogados perseguidos por defenderem jornalistas ou a liberdade de atuação de veículos de imprensa. Mas esse número pode ser a ponta do iceberg, em virtude de as vítimas não reportarem a perseguição por medo de retaliações. Os dez países campeões na perseguição a advogados que defendem jornalistas são Guatemala, Turquia, Azerbaijão, Rússia, Zimbábue, Quirguistão, Etiópia, Bielorússia, China e Hong Kong. Na palestra “Sob cerco: o custo de defender a liberdade de imprensa”, a diretora do TrustLaw, a advogada Carolina Henriques-Schmitz, da iniciativa TrustLaw, ressaltou que a “guerra legal” está aumentando em intensidade e complexidade. A TrustLaw, mantida pela Thomson Reuters Foundation, é a instituição que mais destina recursos globalmente para propiciar apoio jurídico gratuito a jornalistas. Liberdade de imprensa Advogados de jornalistas são as novas vítimas do cerco à liberdade de imprensa José Carlos Zamora (foto), filho do premiado editor José Rubén Zamora, estava feliz durante a Trust Conference, pois seu pai acabara de ganhar o direito à prisão domiciliar depois de 813 dias detido. Mas ele enfatizou que essa liberdade é apenas o início de uma nova fase de desafios, pois o caso ainda envolve vários processos em andamento. José Carlos destacou que os advogados de seu pai enfrentaram forte perseguição, criando um ambiente tão hostil que foi necessário buscar defensores internacionais, já que os advogados locais estavam impedidos de atuar sem sofrer represálias. Guatemala: um caso emblemático de assédio judicial a jornalistas e seus advogados Veja a matéria na íntegra na versão completa do Especial

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