Jornalistas&Cia 1487

Edição 1.487 - pág. 24 Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia Parceiro de conteúdo Esta semana em MediaTalks Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Fake news, “inimigos do povo”: como a hostilidade de Trump contra a imprensa pode se agravar no segundo mandato. Leia mais. A COP29, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, começou em 11 de novembro com a missão de delinear um futuro mais sustentável e obter compromissos financeiros para fazer a adaptação aos efeitos do aquecimento global. A necessidade de ação climática é urgente, mas o caminho não é simples. Enquanto líderes mundiais discutem metas e compromissos, paira no ar a sombra do declínio democrático global, um dos temas debatidos na Trust Conference 2024, documentada na edição especial do MediaTalks sobre o encontro promovido pela Thomson Reuters Foundation em Londres. Segundo Staffan Lindberg, diretor do V-Dem Institute, o mundo nunca experimentou uma quantidade tão grande de países em processo de se tornarem autocracias, ou em erosão de suas democracias − e a desinformação que leva à polarização tem um papel importante no processo. A eleição de Donald Trump foi um baque nos que contavam com uma liderança dos EUA rumo à colaboração internacional almejada pela COP, e pode influenciar outros aliados políticos menos inclinados a adotar medidas que reduzam o impacto ambiental e a apoiar financeiramente outras nações. A COP29 acontece também no momento em que o ESG − a sigla e os princípios − estão sob questionamento, principalmente nos EUA, uma situação que tende a se agravar com a volta de Trump ao poder. Esse foi outro tema debatido na Trust Conference. Antonio Zappulla, presidente da Fundação Thomson Reuters, expressou a inquietação de muitos: estaríamos presenciando o fim do ESG? Ele destacou o retrocesso do ativismo de CEOs, que antes se posicionavam em questões sociais relevantes, e a crescente priorização do lucro dos acionistas em detrimento de causas sociais e ambientais. Em contraponto, Lynn Forester de Rothschild, fundadora do Council for Inclusive Capitalism, argumenta que o movimento ESG está progredindo em áreas como mudanças climáticas e diversidade, equidade e inclusão (DEI) − e relatou exemplos de avanços durante o primeiro mandato de Donald Trump. Ela acredita que a visão de que o bem-estar dos trabalhadores e o lucro são incompatíveis é equivocada, e que empresas que priorizam seus funcionários tendem a prosperar a longo prazo. Para Rothschild, a mudança deve partir dos líderes empresariais, que precisam defender os princípios ESG e mostrar que responsabilidade social e sucesso nos negócios podem andar juntos. Complementando essa visão, Sally Uren, diretora-executiva da ONG Forum for the Future, apresentou um plano de cinco passos para revitalizar o ESG, que envolve até o apoio dos funcionários, que se mostram cada vez mais engajados em causas sociais e ambientais. COP29 discute sustentabilidade ambiental em meio a questionamentos sobre o futuro do ESG e declínio da democracia Kiara Worth/Divulgação UN Climate Change COP29 em país criticado e desafios gigantes: coalizão de jornalismo climático Covering Climate Now explica o que está em jogo no Azerbaijão. Leia mais. Jessica Lewis/Unsplash Austrália assume vanguarda de regulamentação e vai proibir acesso a redes sociais por menores de 16 anos. Leia mais.

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