Jornalistas&Cia 1489

Edição 1.489 - 27 de novembro a 3 de dezembro de 2024 Kennedy Alencar é o novo diretor de Relações Institucionais da Vale Kennedy Alencar, diretor da sucursal em Brasília, conselheiro editorial e comentarista da RedeTV, deixou a emissora em 19/11 para assumir a Diretoria de Relações Institucionais da Vale. Pág. 40 Kennedy Alencar Uma celebração à força da mulher no jornalismo de Economia, Negócios e Finanças Com sete representantes entre os TOP 10 +Admirados Jornalistas do Ano, incluindo o primeiro lugar para Katherine Rivas, do UOL Economia, as mulheres dominaram mais uma vez a eleição dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. Pág. 3 Pág. 26

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Edição 1.489 - pág. 3 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Foram homenageados em 25/11, em cerimônia no Hotel Renaissance, em São Paulo, os jornalistas e as publicações +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2024. Em sua nona edição, a iniciativa promovida por este Jornalistas&Cia elegeu Katherine Rivas, colunista de Dividendos do UOL e com passagens por InfoMoney, InvestNews, IstoÉ Dinheiro e Money Report, como a +Admirada Jornalista do Ano. “Nos tempos atuais, em que predominam bets, apostas e promessas de ganhos fáceis, falar de investimentos e finanças tornou-se uma tarefa vital. Temos o desafio de mostrar às pessoas que existem caminhos seguros para garantir um futuro tranquilo e conquistar a liberdade financeira através dos investimentos”, destacou Katherine. “Mas como apresentar esses investimentos de maneira simples? De forma que não seja maçante para poder atrair a atenção do leitor? Eis um dos desafios. Nessa jornada, também lutamos com cliques, imediatismo, jornalismo declaratório, desafios que nos lembram que precisamos renovar diariamente nosso compromisso com a profissão e nos manter firmes”. Eleita a +Admirada Jornalista no ano passado, Thais Herédia, da CNN Brasil, teve também neste ano uma ótima avaliação, terminando na segunda colocação, enquanto o terceiro lugar ficou com Miriam Leitão, do Grupo Globo, maior vencedora da história da premiação, com cinco troféus de +Admirada do Ano (2016, 17, 18, 19 e 22). O ótimo desempenho feminino, aliás, foi novamente um dos destaques da edição. Além de ocuparem os três primeiros lugares no pódio, as mulheres foram maioria entre os TOP 10, que ainda teve, pela ordem: Adriana Fernandes (Folha de S.Paulo), Beto Silva (IstoÉ Dinheiro), Danilo Moliterno (CNN Brasil), André Catto (g1), Denyse Godoy (UOL), Raquel Brandão (Exame) e Adriana Cotias (Valor Econômico). Elas também seguem disparadas como as maiores vencedoras da premiação, com oito troféus de +Admirado do Ano. Além de Katherine e dos prêmios para Miriam Leitão e Thais Katherine Rivas é eleita a +Admirada Jornalista de Economia, Negócios e Finanças 2024 Katherine Rivas

Edição 1.489 - pág. 4 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Herédia, Nathália Arcuri (Me Poupe) conquistou o troféu em 2020. Entre os homens, Carlos Alberto Sardenberg (Grupo Globo), empatado com Miriam em 2019, e Thiago Salomão (Stock Pickers), em 2021, também já venceram o prêmio. Nas categorias para os veículos, destaque para Valor Econômico e Exame, que faturaram pelo oitavo ano consecutivo os prêmios em suas respectivas categorias: Jornal e Revista. No caso do Valor Econômico o feito é ainda mais impressionante, pois como a publicação também foi premiada no ano de estreia do prêmio, na categoria Impresso, ela segue como a única a levantar o troféu de primeiro lugar em todas as edições dos +Admirados de Economia, Negócios e Finanças. Também se destacaram Agência Estado (Agência de Notícias), CBN Brasil (Áudio), Seu Dinheiro (Canal de Vídeo), Estúdio i (Programa de TV) e UOL Economia (Site/Portal). A eleição dos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças 2024 contou com oferecimento de BTG Pactual e Febraban, patrocínio de APqC, CNseg, Deloitte, Grupo Nexcom e Vivo, apoio de Gerdau, Latam e Press Manager e apoio institucional do Ibri. Confira a relação completa de homenageados neste especial de Jornalistas&Cia e os detalhes da cobertura da festa a partir da pág. 6. Veja a íntegra da cerimônia no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. Vale lembrar que todas as edições dos +Admirados estão disponíveis no Portal dos Jornalistas, onde podem ser consultadas de várias formas. Fátima Turci e Joaquim Maria Botelho foram mais uma vez os mestres de cerimônia da festa

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Edição 1.489 - pág. 6 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Joaquim Maria Botelho e Fátima Turci Eduardo Ribeiro (Jornalistas&Cia) André Kliousoff (BTG Pactual) João Borges (Febraban) Renata Muramoto (Deloitte)

Parabéns a todos os jornalistas. Todo mundo fala em transformação, mas nem todos estão preparados para lidar com o novo. Os profissionais da imprensa fazem isto todos os dias – lidam com o novo e o transformam em notícia e informação de qualidade. Aos +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças, a nossa homenagem. www.deloitte.com/br/transforma Mudar Operar Orquestrar Otimizar Transformar © 2024. Para mais informações, contate a Deloitte Touche Tohmatsu Limited.

Edição 1.489 - pág. 8 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Dyogo Oliveira (CNseg) Helena Dutra Lutgens (APqC) Alcides Ferreira (Grupo Nexcom) Cesar Rua (Vivo) Luciana Magalhães (Reuters) e Mauro Barreto (Latam) Mauro Barreto (Latam) e Marcelo D’Agosto (CBN) Maurício Arruda (ICL) e Mauro Barreto (Latam)

Assista ao filme escaneando o QR Code ao lado e sinta a potência desses amores! NOSSO AMOR É RESISTÊNCIA. A P R E S E N T A AMORES PRETOS No mês da Consciência Negra, a Vivo celebra o amor negro como expressão de resistência.

Edição 1.489 - pág. 10 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Fernando Soares (Jornalista&Cia) e Fernando Nakagawa (CNN) Renata Oliva Battiferro (IBRI), Daniele Camba e Fernando Torres (Valor Investe) Ronaldo Fragoso (Deloitte) e Adriana Mattos (Valor Econômico) Pedro Torres (Gerdau) e Alex Ribeiro (Valor Econômico) Pedro Torres (Gerdau) e Alexa Salomão (Folha de S.Paulo) Pedro Torres (Gerdau) e Allan Ravagnani (IstoÉ Dinheiro)

Edição 1.489 - pág. 12 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Pedro Torres (Gerdau) e Aluísio Alves (Inteligência Financeira) Pedro Torres (Gerdau) e Amanda Sampaio (Revista Oeste) Alcides Ferreira (Grupo Nexcom) e Beatriz Cavalcante (O Povo) Alcides Ferreira (Grupo Nexcom) e Angela Bittencourt (Neofeed) Stephanie Celentano (BTG Pactual) e Cida Damasco (Nova Brasil) Circe Bonatelli (Agência Estado) e Stephanie Celentano (BTG Pactual) Daniel Rittner (CNN) e Stephanie Celentano (BTG Pactual)

Edição 1.489 - pág. 14 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Fabiana Monte (Vivo) e Donaldson Gomes (Correio/BA) Edna Simão (Valor Econômico) e Fabiana Monte (Vivo) Fábio Graner (Jota) e Fabiana Monte (Vivo) Fabiana Monte (Vivo) e Helenice Laguardia (O Tempo/Rádio Super Notícia) João Borges (Febraban) e Isabela Bolzani (g1) João Borges (Febraban) e Ivo Ribeiro (Estadão) José Paulo Kupfer (UOL/Poder 360) e João Borges (Febraban)

Edição 1.489 - pág. 16 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Karla Spotorno (Agência Estado) e João Borges (Febraban) Leonardo Levatti (TC News) e João Borges (Febraban) Lu Aiko Otta (Valor Econômico) e Carla Simões (CNseg) Carla Simões (CNseg) e Luciano Pádua (Exame) Carla Simões (CNseg) e Luís Artur Nogueira (Revista Oeste) Carla Simões (CNseg) e Mara Bianchetti (Diário do Comércio) Carla Simões (CNseg) e Maria Luiza Filgueiras (Pipeline) Carla Simões (CNseg) e Matheus Piovesana (Agência Estado)

Edição 1.489 - pág. 17 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Helena Dutra Lutgens (APqC) e Natália Viri (Exame) Rosana Hessel (Correio Braziliense) e Helena Dutra Lutgens (APqC) Vinicius Custódio (TC News) e Helena Dutra Lutgens (APqC) Circe Bonatelli (Agência Estado), Renata Muramoto (Deloitte), Marcio Rodrigues, Matheus Piovesana e Karla Spotorno (Agência Estado) Carlos Alberto Sardenberg (CBN) e Helena Dutra Lutgens (APqC) Julia Wiltgen (Seu Dinheiro)

Edição 1.489 - pág. 18 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Norma Odara (Estudio i/ GloboNews) e Stela Maris Ribeiro (Vivo) Stephanie Celentano (BTG Pactual) e Denyse Godoy (UOL Economia) Carla Simões (CNseg), Catherine Vieira e Fernando Torres (Valor Econômico)

Edição 1.489 - pág. 19 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional João Borges (Febraban) e Lucas Amorim (Exame) Renata Oliva Battiferro (IBRI) e Adriana Cotias (Valor Econômico) Vinicius Chaves (LATAM) e Raquel Brandão (Exame) Alcides Ferreira (Grupo Nexcom) e André Catto (g1) Danilo Moliterno (CNN Brasil) Beto Silva (IstoÉ Dinheiro)

Edição 1.489 - pág. 20 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Siga a Gerdau nas redes sociais: Todos os anos, transformamos 11 milhões de toneladas de sucata em aço, o que representa 71% de todo aço produzido pela Gerdau. Para cada tonelada de sucata reciclada em nossa operação, evitamos a emissão de 1,5 toneladas de CO2 no meio ambiente*. A Gerdau recicla sem fim e devolve para a sociedade um futuro mais sustentável. Somos a maior recicladora de sucata ferrosa da América Latina. Miriam Leitão (Grupo Globo) João Borges (Febraban) e Thais Herédia (CNN Brasil)

Edição 1.489 - pág. 21 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional Denyse Godoy representa Katherine Rivas (vídeo) ao receber o prêmio de +Admirada Jornalista de Economia, Negócios e Finanças 2024 Homenageados se reúnem para a tradicional foto dos +Admirados do Ano Dyogo Oliveira (CNseg)

Edição 1.489 - pág. 22 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional

Edição 1.489 - pág. 23 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional

Edição 1.489 - pág. 24 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional

Edição 1.489 - pág. 25 +Admirados - O evento Patrocínio Oferecimento: Apoio Apoio institucional

LUCIANA GURGEL Pelo quarto ano, o MediaTalks acompanha os acontecimentos e reflete sobre os desdobramentos da Conferência das Partes para Mudanças Climáticas da ONU em uma edição especial. A COP não é uma unanimidade. A dificuldade de fechar acordos que satisfaçam quase 200 países tem colocado seu modelo em xeque, com um movimento crescente para rever o formato. Mas isso não vai ocorrer em um ano. E em 2025 ela será realizada em Belém, colocando o Brasil - governo, imprensa e setor privado - no centro das atenções do mundo. No Azerbaijão, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, prometeu: “Belém vai ser a COP das COPs.” Especial Novembro | 2024 PARCEIRO DE CONTEÚDO Foto: Vugar Ibadov / UN Climate Change EDUARDO RIBEIRO Editora-chefe MediaTalks, Londres Publisher Jornalistas&Cia, São Paulo Nossa edição especial avalia o que aconteceu em Baku com os olhos voltados para Belém. Para o Brasil, o saldo foi positivo, com alianças importantes, visibilidade positiva na mídia internacional e uma costura diplomática que evitou a “herança” de problemas para Belém. E, inspirada pelo conceito do jornalismo de soluções, nossa edição reúne pesquisas, dicas e ideias sobre como imprensa, empresas, ONGs e administrações públicas podem contribuir para uma comunicação ambiental e climática ainda melhor e mais efetiva neste ano tão decisivo para o Brasil. Veja os destaques nas próximas páginas e leia a edição completa aqui.

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No discurso de passagem da presidência da próxima COP ao Brasil, Marina usou uma metáfora das mulheres indígenas que se unem para fiar em uma roda de conversa. Fazer da COP30, no território tão simbólico da Amazônia, o momento para restaurar tudo aquilo que parece que estamos perdendo a cada situação extrema é um dos maiores desafios que temos pela frente. Que ela seja um convite para nos dispormos a confiar, a fiar juntos, como as mulheres fiandeiras indígenas na floresta, que fazem da conversa, do entendimento e do apoio mútuo a força para suas vidas.” Apesar dos obstáculos em Baku, a ministra do Meio Ambiente está confiante. Na abertura do pavilhão brasileiro, ela disse que Belém será "a COP das COPs". Uma COP da implementação dos resultados, que não são apenas do Brasil. É preciso que o mundo inteiro tenha NDCs igualmente ambiciosas. Que a gente faça o mapa do caminho para a transição, para o fim do uso de combustíveis fósseis, para o fim do desmatamento”. Leia as entrevistas completas na revista COP29 ‘Experiência dolorosa’ em Baku e a metáfora das fiandeiras da floresta para simbolizar o desafio de Belém Visivelmente cansada, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, encarou jornalistas brasileiros e estrangeiros em uma entrevista coletiva na noite seguinte à data marcada para o fim da cúpula climática da ONU. E não escondeu a decepção com o drama em que a conferência no Azerbaijão se transformou no último dia. O encontro chegou ao fim com gosto amargo para o presidente da cúpula, Mukhtar Babayev, desafiado na plenária final por representantes de países que rejeitaram o texto, longe do financiamento almejado para a adaptação climática. A principal intervenção foi a da negociadora da Índia, furiosa com o compromisso de US$ 300 bilhões por ano até 2035 assumido para apoiar os mais afetados pelo aquecimento global, quando o desejado era US$ 1,3 trilhão. “Experiência dolorosa a que estamos vivendo aqui”, disse Marina aos jornalistas referindo-se à dramática saída de dois grupos de países da mesa de negociação. A ministra, uma das personalidades brasileiras mais respeitadas no mundo, será protagonista na COP30, em Belém. Marina Silva e o Brasil em Baku Foto: screenshot transmissão ‘Realpolitik’ deu o tom no Azerbaijão Delegação liderada por Marina Silva ‘conseguiu reduzir danos’ para Belém, diz observador O Brasil não se alinhou aos países que rejeitaram o texto do acordo firmado na COP29, nem tornou públicas restrições ao documento final de forma tão visível como fez a Índia. Isso não significa, no entanto, que a participação do país tenha sido pouco efetiva, ao contrário. Essa é a opinião de um observador de alto nível que acompanhou o encontro do Azerbaijão, e que esteve nas últimas cúpulas de mudanças climáticas da ONU. Ao MediaTalks, ele apontou que o Brasil, como próximo país na presidência da COP, estava em uma posição delicada, sob o olhar atento das demais nações e com a missão de evitar um colapso nas negociações, o que impactaria negativamente a cúpula de 2025 em Belém. Diante dos impasses, na opinião desse observador, o Brasil adotou corretamente uma postura conciliadora, buscando acordos e evitando posições extremadas. Comparando as participações do Brasil neste ano e no ano passado, o observador considerou positivo não ter tido uma entourage de ministros junto com o presidente Lula como em Dubai, com declarações polêmicas que acabaram repercutindo negativamente. Ele elogiou o profissionalismo da delegação liderada por Marina Silva, tendo ao lado Ana Toni, Secretária de Mudança do Clima, que já presidiu o Conselho de Administração do Greenpeace, e o diplomata André Corrêa do Lago, Secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente. O Brasil foi muito construtivo, tentando destravar tudo, não se posicionando muito fortemente. Vimos o país falar muito pouco na sala de negociação, evidentemente uma estratégia. Mas nos bastidores tentou costurar as posições e impedir o colapso das conversas.” O veredito foi positivo: De forma geral o Brasil foi bem. E Marina foi muito bem também.”

Sala de imprensa da COP29, que teve mais de 3 mil jornalistas credenciados As COPs contribuem para a cobertura do clima? Relatório garante que sim - mas alerta que desde o pico atingido em 2021 a visibilidade do tema vem caindo Apesar de 2023 ter registrado recordes de temperatura, a cobertura da imprensa sobre mudanças climáticas diminuiu globalmente desde o pico de visibilidade em 2021. A pesquisa do MeCCO revela queda de 10% em 2022 e de 4% em 2023, mantendo-se, porém, acima da década anterior. A tendência continuou em 2024, com os primeiros dez meses registrando 12% menos cobertura em relação a 2023. Na América Latina o movimento foi diferente, com aumento recorde na cobertura de janeiro a maio e de julho a setembro de 2023. Oriente Médio e Ásia também registraram recordes em vários meses de 2023. A tendência de alta na América Latina continua em 2024, com aumento de 72% nos primeiros dez meses em relação a 2023. As conferências do clima da ONU podem não produzir os avanços práticos no nível que todos esperam, mas sua realização representa um estímulo à causa do clima por colocar as mudanças climáticas em evidência. A constatação é do MeCCO (Media and Climate Change Observatory), iniciativa sediada na Universidade do Colorado reunindo pesquisadores de 15 instituições. Há 20 anos o projeto monitora a cobertura de imprensa de sete regiões do mundo, envolvendo 59 países, incluindo o Brasil. Todo ano há um aumento significativo das menções à sustentabilidade ambiental e ao clima em novembro, mês da COP, sendo mais acentuada nos países-sede e nas regiões onde estão situados. No entanto, os pesquisadores constataram que a atenção da mídia durante as COPs tende a ser mais concentrada em negociações e anúncios de políticas, deixando de lado questões mais amplas relacionadas às mudanças climáticas. COP na mídia Enquanto caiu no mundo, na América Latina subiu Foto: divulgação COP29 Azerbaijan A luta contra a desinformação climática ficou fora da agenda oficial da COP29 - mas ONGs e o G20 fizeram a sua parte Não veio da COP29 e sim do encontro de líderes do G20, que aconteceu simultaneamente à cúpula em Baku, um movimento concreto para neutralizar o negacionismo e o conteúdo desalinhado com a ciência do clima que afeta o combate à mudança climática. Na reunião realizada no Rio de Janeiro, a ONU e a Unesco lançaram, junto com o Brasil, uma iniciativa conjunta para fomentar ações contra a desinformação. A cifra prometida é pequena para o desafio: em 36 meses, o fundo espera arrecadar de US$ 10 milhões a US$ 15 milhões No entanto, o reconhecimento é um avanço a ser comemorado, pois nem as conferências do clima da ONU escapam desse mal. Uma investigação da Global Witness revelou que dezenas de contas suspeitas na plataforma X, notória pela disseminação de desinformação climática, promoveram antes da cúpula narrativas relacionadas à COP29 de interesse do governo do Azerbaijão. O grito das ONGs e da ciência em Baku Se a diplomacia não colocou a desinformação na mesa, as ONGs e os cientistas não perderam a oportunidade. Um manifesto assinado por organizações internacionais foi divulgado na COP29 instando governos a combaterem a desinformação climática online. O manifesto pede que os Estados obriguem empresas de mídia digital a tomarem medidas como reconhecer a desinformação climática como ameaça, adotar uma definição universal de desinformação climática, produzir planos para impedir sua propagação e aumentar a transparência e os relatórios. A carta cita o relatório da CAAD (Climate Action Against Disinformation) publicado poucos dias antes da abertura do encontro da ONU, intitulado Extreme Weather, Extreme Content, que documenta como a desinformação online "é abundante e prejudica continuamente a ação climática". Leia mais sobre a pesquisa e sobre as iniciativas na revista COP29

Estados Unidos, por ELOÁ ORAZEM As enchentes diluvianas, as mais de 200 mortes, a lama da destruição e a dor causada pela maior tempestade do século na Espanha foram o trágico pano de fundo da COP29. Em Valência, a chuva de um ano inteiro caiu em apenas oito horas devido ao fenômeno meteorológico DANA (Depressão Isolada em Altos Níveis), conhecido como gota fria. Em seu discurso na cúpula de Baku, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse: O que ocorreu em Valência não é um fato isolado, ressaltou o primeiro-ministro, clamando pelo fim do consumo de combustíveis fósseis ao mesmo tempo em que imagens da destruição extrema e dos trabalhos de resgate na Espanha continuavam a correr o mundo. Apesar das evidências, a associação com as mudanças climáticas não foi feita de imediato pela mídia espanhola, o que só começaria após relatórios de atribuição serem divulgados. ‘Ninguém nos alertou’ Em Valência, a reação inicial da população foi de total perplexidade pela demora na emissão de avisos sobre a enchente. “Ninguém nos alertou” foi o mantra que se repetiu na mídia. Houve uma onda de críticas ao governo local pela decisão de eliminar a Unidade de Emergências Valenciana (UEV), em novembro de 2023. Para muitos, a decisão prejudicou a capacidade de resposta à DANA - e a cobertura foi se politizando cada vez mais. O choque deu lugar à ira. Aos gritos de “assassinos”, residentes arremessaram lama, pedras e garrafas contra uma comitiva formada pelos reis Felipe VI e Letizia, o primeiro-ministro Pedro Sánchez e o presidente regional de Valência, Carlos Mazón, em visita aos locais mais atingidos. E a desinformação se alastrou nas redes sociais, tentando dissociar o fenômeno DANA da mudança climática e até afirmando que as chuvas teriam sido um ataque meteorológico Haarp - referência ao projeto científico norte-americano que visa estudar os fenômenos físicos ocorridos nas camadas superiores da atmosfera terrestre. Na esteira de Valência, premiê espanhol usa o pódio da COP29 para lembrar: ‘el cambio climatico mata’ ESPANHA | por CLAUDIA WALLIN Acabo de presenciar um dos maiores desastres climáticos de nossa história. Mais de 200 pessoas perderam suas vidas, e elas são a razão pela qual estou aqui, para dizer alto e claro que a mudança climática mata.” Argentina | por MÁRCIA CARMO Economia x clima e fim da linha para o setor privado: reflexos do abandono da COP29 pela delegação argentina sob Milei A decisão do presidente Javier Milei de retirar a delegação do país da COP29 dois dias após sua abertura foi mais noticiada no exterior do que na Argentina, onde as atenções da grande imprensa estão mais voltadas para assuntos econômicos locais. A saída teve maior repercussão nos portais do que nas TV e rádios, que atingem uma parcela mais diversificada da população. Mas foi desconcertante. E respingou nos representantes do setor privado e de ONGs que estavam em Baku. A ONU suspendeu as credenciais de cerca de 50 argentinos logo depois da medida. O país sai perdendo de Baku. Agora a expectativa é sobre como o governo Milei se comportará em relação à COP30 no Brasil. Os comentários do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, chamando o presidente argentino de negacionista, foram reproduzidos nos principais portais de notícias. A alemã DW noticiou a decisão de Javier Milei lembrando que a Argentina foi durante anos “uma das principais vozes da América Latina” nas conferências como a COP. Com a eleição de Donald Trump há ainda mais motivos para preocupação sobre os próximos passo do país. Os dois se abraçaram na mansão de Trump, na Flórida, na semana em que a Argentina deixou a cúpula. Pesquisas mostram que a maior preocupação dos argentinos é com o aumento da pobreza. Até recentemente era com a inflação e a corrupção. Um relatório do PNUD revelou que "a maioria dos argentinos (67%) reconhece as consequências da mudança climática", mas apenas 17% declaram "realizar ações ambientais” com frequência. Nesse ambiente, a União Vegana Argentina tenta convencer argentinos a não comerem carne para proteger os animais e o planeta - e garante estar conseguindo. Leia os artigos completos na revista COP29

Brilho eterno de um mandato sem esperança: a COP sob a sombra de Trump EUA | por ELOÁ ORAZEM Donald Trump é o “malvado favorito” de muita gente, e outro tanto acredita que os EUA, sob seu domínio, são um Titanic condenado ao naufrágio. Durante a COP29, em Baku, os temores sobre o que ele pode fazer ao assumir o cargo e as críticas a nomes escolhidos para cargos-chave estiveram em conversas e reportagens. A democracia, assim como Hollywood, às vezes insiste na sequência de filmes que fracassaram nas críticas mas foram sucesso de bilheteria. No elenco escolhido por Donald Trump estão Chris Wright e Lee Zeldin, futuros líderes do Departamento de Energia e da Agência de Proteção Ambiental. Wright é executivo do ramo de petróleo, e Zeldin tem em seu histórico o voto contrário a várias medidas ambientais. Mas se há uma coisa que livros nos ensinam, é que tudo tem um precedente – e basta voltar alguns capítulos para encontrar novas narrativas. Em seu primeiro mandato, Trump destruiu iniciativas climáticas ao tentar reverter 125 proteções ambientais. Muitas dessas tentativas foram suspensas ou anuladas, embora desta vez com sua maioria nas duas casas legislativas o desfecho possa ser diferente. Mas a onda vermelha no Congresso deve encontrar resistência na força local, como antes. Assim que Trump anunciou, em 2017, a saída dos EUA do Acordo de Paris, comunidades, estados, líderes empresariais e grupos de mídia se uniram para formar a America Is All In, uma coalizão a favor de ações climáticas. Muitos estados promulgaram políticas climáticas ambiciosas. Alguns, como a Califórnia, estão prontos para uma ação ainda maior antes que Trump tome posse. Logo após a eleição, o governador Gavin Newsom anunciou uma sessão especial da legislatura estadual para tomar medidas "para salvaguardar os valores da Califórnia" — incluindo a luta contra as mudanças climáticas. A imprensa precisará voltar sua atenção às comunidades e reportar essas iniciativas que podem ter grande impacto. Mas para quem está na linha de frente, sobretudo na cobertura climática, a era Trump pode ser difícil, como relatou em entrevista ao MediaTalks o jornalista investigativo ambiental Aarón Cantu. Reino Unido | por LUCIANA GURGEL Seguindo os passos de ambientalista do pai, o rei Charles, o príncipe William anunciou que vai à COP30, em Belém. Charles III abriu a COP de Dubai. Mas este ano ficou em casa. O tratamento de câncer pode ter sido um motivo, embora ele tenha ido pouco antes à Austrália. Ou talvez a decisão tenha sido um ato de prudência , evitando a exposição de posar de ativista sendo o chefe de Estado de um dos países cobrados a contribuir para o objetivo da COP29: financiar a adaptação climática em países menos desenvolvidos - vários deles ex-colônias britânicas. O filho William dá sinais de uma monarquia modernizada. E a causa do clima se encaixa no contexto de reverter o desgaste da monarquia junto aos jovens. Um de seus grandes projetos é o Earthshot Prize, que destina anualmente £ 1 milhão para iniciativas ambientais. Este ano o anúncio dos vencedores foi na distante (de Londres) África do Sul, para onde o príncipe levou assessores e provavelmente viajou de jatinho - um dos vilões do clima. No melhor estilo RP da realeza britânica, ele mandou um recado para os críticos da fast fashion, outra vilã dos ativistas: usou um paletó vintage na cerimônia, comprado em um brechó em Londres. Um amigo a quem recorro para esclarecer questões de estilo acha que a peça parece ter sido feita sob medida por um alfaiate da Saville Row para algum aristocrata inglês antes de chegar ao brechó. E deve ter sido ajustada para ficar perfeita no príncipe, custando emissões nas idas e vindas de assessores e alfaiates. Usar roupas alugadas também virou moda para quem defende o clima. Entretanto, uma parcela de ativistas desaprova essa escolha, devido ao transporte de roupas para o aluguel e a energia dispendida para a higienização. Escolhas como roupas e viagens de jatinho colocam em evidência a frequente desconexão entre palavras e atos de celebridades que se engajam publicamente em sustentabilidade ambiental. São as contradições do clima, do RP da realeza britânica e da gestão de reputação de famosos, que precisam cada vez mais redobrar cuidados para alinhar discurso e ações. Príncipe William vai a Belém levando na bagagem as contradições entre falar e fazer da família real Leia os artigos completos na revista COP29

A edição 2024 é resultado de entrevistas por telefone com 73.765 pessoas de 77 países, incluindo o Brasil, representando 87% da população mundial. O estudo aborda a opinião pública brasileira em diversos pontos, destacando o apoio da população a ações climáticas mais ambiciosas e a insatisfação com os rumos atuais. O relatório revela ainda que a população global está cética quanto aos esforços das grandes empresas para enfrentar a mudança climática. Foto: Pixabay A pesquisa ouviu 1.012 adultos britânicos, de diferentes idades, regiões e faixas de renda, e apontou que: 88% dos entrevistados não confiam totalmente que as marcas sigam a ciência climática o tempo todo Apenas 12% acham que elas o fazem o tempo todo 91% não acreditam que as marcas retratem seus compromissos climáticos de forma precisa Apenas 9% acreditam que as marcas não praticam greenwashing o tempo todo Leia mais sobre as duas pesquisas na revista COP29 Decisões editoriais envolvendo a cobertura ambiental e o planejamento de ações de comunicação organizacional devem partir do entendimento sobre o que o público pensa, o que realmente sabe e quais os equívocos comuns em torno de questões complexas e muitas vezes controversas, pelo efeito da polarização e da desinformação. Isso se torna ainda mais importante com a aproximação da COP30, em Belém, que promete deixar o clima em mais evidência. Em meio a centenas de pesquisas que procuram responder a essas indagações, uma se destaca. O relatório Peoples’ Climate Vote 2024, de autoria do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) e produzido em conjunto com a Universidade de Oxford, é a maior pesquisa de opinião pública do mundo sobre mudanças climáticas. Pesquisa PNUD-Oxford mapeia o que o público pensa sobre o clima e ajuda a planejar o que comunicar Percepções A era da desconfiança Estudo feito no Reino Unido mostra como a desinformação climática afeta a credibilidade das marcas Em sintonia com os resultados do estudo do PNUD, uma nova pesquisa da agência de propaganda Dentsu e da organização britânica Conscious Advertising Network (CAN) sobre desinformação climática e seus impactos nas marcas revela um cenário preocupante para a sociedade e para as empresas. Intitulado "The Cost of Confusion" (O custo da confusão), o trabalho revelou uma desconexão nas percepções do público a respeito dos impactos da mudança climática em nível global e em nível pessoal. Além disso, constatou um alto grau de desconfiança em relação à comunicação e às práticas ambientais das empresas. Leia mais e veja as pesquisas completas na revista COP29

Cobrindo o Planeta: Uma análise global das práticas do jornalismo ambiental e climático Sobrecarregada por relatórios científicos complexos, desastres ambientais, movimentos do setor privado e políticas públicas relacionadas ao clima, a imprensa vive sua crise particular para acompanhar o que a organização de jornalismo climático chama de “a pauta mais importante da nossa era”. Entender a situação atual da cobertura, os desafios e facilitadores, as necessidades de treinamento e o papel das ONGs de apoio à mídia foi o objetivo do relatório Covering the Planet: Assessing the State of Climate and Environmental Journalism Globally, produzido pela Universidade Deakin, da Austrália. Publicado em junho de 2024, o estudo utilizou uma metodologia mista, combinando uma pesquisa quantitativa com 744 jornalistas de 102 países, incluindo o Brasil, e entrevistas qualitativas com 74 jornalistas de 31 países. A pesquisa revela que os jornalistas têm dado ênfase aos impactos locais das mudanças climáticas para torná-las mais compreensíveis e próximas ao público. A maioria dos jornalistas busca abordar tanto os desafios quanto as soluções, valorizando iniciativas inspiradoras que podem levar a ações positivas. Pesquisa | Covering The Planet Apesar do avanço na cobertura, o relatório aponta obstáculos que precisam ser superados. A falta de financiamento, as dificuldades no acesso a dados, a falta de apoio das redações e a desinformação, principalmente nas redes sociais, são os principais desafios enfrentados pelos jornalistas. O relatório também destaca os riscos à segurança dos jornalistas, que enfrentam assédio digital e ameaças físicas, especialmente vindas de alvos de suas reportagens. Cobertura climática : três pilares recomendados pela Covering Climate Now Um dos treinamentos recentes promovidos pela CCNow abordou os três pilares recomendados para que a cobertura engaje o público: Humanizar | dar voz aos afetados Localizar’ | trazer a história para perto da realidade da audiência Solucionar | destacar soluções, não apenas problemas Mark Hertsgaard, um dos fundadores da CCNow, disse no treinamento: "Embora nós, como jornalistas, [...] nem sempre sejamos bem pagos, somos pagos para ajudar o público a entender a emergência climática e suas muitas soluções". Na visão da CCNow, o modelo dos 3 pilares contribui para combater a desinformação e o negacionismo, engaja o público, fortalece a confiança e inspira ação. Dias antes da abertura da COP29, em Baku, a coalizão de jornalismo climático Covering Climate Now publicou um guia para orientar os que iriam acompanhar a conferência da ONU, e alertou: “Não se engane: a COP29 é muito importante. Ao lado das muitas eleições ao redor do mundo em 2024 — incluindo o retorno de Donald Trump como presidente dos EUA - ela pode ser a pauta climática mais relevante do ano.” A missão da organização tem sido tocar os tambores para que a imprensa aumente o espaço para pautas relacionadas ao clima, indo além das editorias de ciência ou meio ambiente e incluindo o tema em matérias sobre outros assuntos. O "Covering the Planet" oferece diversos insights sobre a prática do jornalismo ambiental e climático no Brasil. O desmatamento foi apontado como um dos principais focos de atenção dos jornalistas brasileiros, o que reflete a importância da Amazônia e a preocupação com a perda da biodiversidade. Entre as preocupações estão a desinformação, a dificuldade de acesso a dados, o assédio digital e a sustentabilidade das redações independentes. Apesar dos desafios, jornalistas brasileiros demonstraram otimismo quanto ao potencial de seu trabalho para gerar impacto e influenciar políticas públicas, especialmente em nível local. O Brasil no relatório Leia mais sobre a pesquisa e sobre os três pilares na revista COP29

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O princípio é simples, explicado pela Solutions Journalism Network: Enquanto os jornalistas geralmente definem notícias como "o que deu errado", o jornalismo de soluções tenta expandir essa definição: respostas a problemas também merecem ser notícia. Ao incluir as soluções, a imprensa conta a história completa. Clima é um dos focos de atenção da iniciativa, que contratou uma diretora dedicada ao tema, Lagipoiva Cherelle Jackson. Ela foi Editora de Colaborações Climáticas da The Associated Press e tem mais de 20 anos de experiência em cobertura da crise ambiental nas Ilhas do Pacífico, incluindo seu país natal, Samoa. “Cobrir o clima de uma perspectiva de soluções é uma mudança necessária, saindo da desgraça e da melancolia das reportagens sobre crise climática. Não nega os impactos e os efeitos, mas fornece um retrato mais holístico da situação”, diz ela. Em meio a desastres ambientais e estatísticas sombrias sobre o futuro do planeta, nem sempre é fácil contar histórias positivas ou inspiradoras, alinhadas ao conceito do jornalismo de soluções. Uma reportagem premiada da iniciativa de jornalismo ambiental Amazônia Vox (foto), criada pelo jornalista Daniel Nardin, é um exemplo. A série mostrou os desafios do atendimento médico a grávidas em comunidades ribeirinhas, e foi escolhida pelos jurados da Fundação Gabo como o melhor trabalho de 2024 na categoria Digital. Nardin é também instrutor da Solutions Journalism Network, organização criada em 2013 pelos jornalistas americanos David Bornstein, Tina Rosenberg e Courtney Martin para impulsionar essa vertente do jornalismo que não tem como objetivo pintar a realidade de rosa, e sim apontar caminhos de forma construtiva. Jornalismo de soluções Veículos de imprensa nacionais e internacionais, assim como agências e departamentos de comunicação encarregados de desenvolver ações relacionadas à COP30, não precisarão quebrar a cabeça procurando profissionais locais ou fontes especializadas. Caminho para Belém passa por inclusão de amazônidas nas ações de mídia e comunicação Entrevista | Daniel Nardin, Amazônia Vox O projeto Amazônia Vox, criado pelo jornalista Daniel Nardin em 2023, será um recurso de grande valor com duplo benefício: a inclusão dos amazônidas e a oportunidade de entender melhor os riscos e as oportunidades. O banco já tem mais de 670 inscritos dos nove estados da Amazônia Legal, entre jornalistas, fotógrafos, ilustradores, filmmakers, produtores, tradutores e intérpretes. “Firmar parcerias e projetos com empresas, iniciativas, profissionais e veículos locais não deve ser visto como um ‘favor’, e sim necessidade, pois quem está na região tem muito a acrescentar”, diz Nardin. Leia a entrevista completa na revista COP29

por Antonietta Varlese | Accor Descarbonização da rede No processo de descarbonização, a gestão de dados de sustentabilidade é um dos principais desafios. O grupo Incentiva seus hotéis a usarem o sistema de coleta e gestão da informação e a acompanharem mensalmente a evolução da sua performance em sustentabilidade. A Accor também reconhece a importância da alimentação plantbased para a redução da pegada de carbono. O Grupo já oferece opções à base de plantas em mais de 70% dos seus hotéis na região, contribuindo ativamente para a redução da pegada de carbono dos serviços de Alimentos e Bebidas. Além disso, a empresa segue a política global "Good Food Feels Great", que estabelece que essas opções representem 50% dos pratos nos menus até 2030. “Na Colômbia, aproveitando a COP16, que ocorreu em Cali, implementamos uma parceria com o Foodsteps, que permite aos hotéis medir com precisão a pegada de uso do solo dos seus menus, desenvolvendo estratégias para criar receitas que impactem menos na biodiversidade. Queremos ampliar essa parceria para outras regiões e fazer o mesmo em nossos hotéis em Belém para a COP30”, comenta Antonietta. Accor: hotelaria sustentável para receber os participantes da COP30 em Belém Antonietta Varlese é vice-presidente sênior de Sustentabilidade e Comunicação da Accor Américas na Divisão PM&E Conteúdo de marca A Accor, líder global em hospitalidade, está se preparando para a COP30, que será realizada em Belém no próximo ano, com iniciativas que reforçam seu compromisso com a sustentabilidade. A rede conta com 11 hotéis no Estado do Pará, sendo oito na capital. Pioneiro no compromisso de zerar suas emissões de carbono até 2050, o grupo vem implementando ações para reduzir o impacto das operações, como a substituição de 60 itens de plástico de uso único da experiência dos hóspedes, redução do desperdício de alimentos e economia de recursos naturais, contribuindo para a redução da pegada de carbono do setor de hotelaria. “A conferência sobre a mudança climática da ONU (COP28), realizada em Dubai em 2023, já trouxe reflexões importantes para a Accor que queremos levar para a COP30 em Belém”, afirma Antonietta Varlese, SVP de Sustentabilidade e Comunicação da Accor Américas na Divisão PM&E. “Reconhecemos o impacto do nosso setor no meio ambiente e estamos empenhados em utilizar a nossa posição de líderes na hotelaria para inspirar e incentivar demais players”, completa.

Nós, fotógrafos e fotógrafas, precisamos unir forças para que nosso trabalho tenha mais reflexos positivos na causa do clima’ Uma imagem das enchentes no Rio Grande do Sul premiada pela Royal Meteorological Society na edição 2024 de seu concurso de fotografia de clima não mostra pessoas chorando, vítimas em macas, casas enlameadas ou carros empilhados. O gaúcho Gerson Turelly, autor da imagem, documentou a navegação solitária de um socorrista em uma rua central da cidade, com os prédios refletidos na água parada que lembrava uma calmaria. A foto foi foi a mais votada pelo público, e premiada pelo júri como a melhor na categoria Mudança Climática, criada este ano para destacar registros de fenômenos associados à crise ambiental. Gerson Turelly | Fotógrafo premiado pela Royal Meteorological Society A cena provoca uma reflexão sobre o poder da fotografia no combate à crise do clima. As imagens que documentam perdas são poderosas, mas não são o único caminho possível para comunicar a emergência ambiental. Turelly, que também leciona fotografia, falou ao MediaTalks sobre sua experiência registrando as enchentes e sua visão sobre o valor da fotografia como instrumento de conscientização e mobilização. Indo além das imagens, ele doou uma cópia da foto premiada assinada para um leilão em benefício de uma ONG que teve papel de destaque no auxílio aos afetados pelas enchentes. “Remo”, foto de Gerson Turelly premiada pela Royal Meteorological Society. A composição e a iluminação da foto foram elogiadas pelos jurados, assim como a poderosa combinação de impactos climáticos e de tempo retratados na cena. Os jurados comentaram como a imagem mostra “passado, presente e futuro”: inundações sempre existiram e exigiram adaptação, mas à medida que as mudanças climáticas aumentam a intensidade das chuvas, elas se tornam ainda mais comuns, demandando soluções como a prevenção dos riscos. Fotografei o que vi e senti A foto premiada foi feita no cruzamento de duas ruas muito movimentadas do Centro, a Caldas Jr. e Andradas, onde há shopping, museu, praças, bancos, e restaurantes. Mas as únicas pessoas que estavam ali naquele momento eram resgatistas. Um deles, voluntário, vestiu o colete, entrou em seu caiaque e seguiu em direção à área onde as águas eram mais profundas para levar itens essenciais a pessoas que ainda lá permaneciam. Naquele momento percebi que ali estava a cena que contava um pouco da história de tudo: lugar histórico, lugar de movimento (placas de trânsito, parada de ônibus, muitos prédios), inundação inacreditável e bravura dos voluntários. Fotografei o que vi e o que senti. E quem vê a foto já consegue imaginar tudo que há no seu contexto.” Leia a entrevista completa e veja outras fotos de Gerson Turelly na revista COP29

PESQUISA PNUD / OXFORD Confira a revista completa e o canal COP29 em MediaTalks, com outros conteúdos sobre jornalismo e comunicação climática MARINA SILVA: ‘EXPERIÊNCIA DOLOROSA’ EM BAKU ANTES DA ‘COP DAS COPS’ REALPOLITIK OBSERVADOR VETERANO ANALISA PARTICIPAÇÃO DO BRASIL MAIS UM ACORDO FRUSTRANTE - SÓ QUE AGORA INSATISFEITOS SUBIRAM O TOM Por Márcia Carmo MILEI MANDA DELEGAÇÃO ABANDONAR COP EM ‘MOMENTO TRUMP’ ESTUDO MOSTRA COMO DESINFORMAÇÃO CLIMÁTICA AFETA CREDIBILIDADE DAS MARCAS WILLIAM EM BELÉM E AS CONTRADIÇÕES DO RP AMBIENTAL DA MONARQUIA Por Luciana Gurgel EUA: UMA COP SOB A SOMBRA DO FUTURO GOVERNO TRUMP Por Eloá Orazem ESPANHA EM BAKU: ‘EL CAMBIO CLIMATICO MATA’ Por Claudia Wallin O mais abrangente retrato das percepções sobre o clima COBRINDO O PLANETA: UMA ANÁLISE GLOBAL DAS PRÁTICAS DO JORNALISMO AMBIENTAL E CLIMÁTICO JORNALISMO DE SOLUÇÕES RESPOSTAS A PROBLEMAS TAMBÉM SÃO NOTÍCIA AMAZÔNIA VOX NA COP30 INCLUINDO OS AMAZÔNIDAS NAS AÇÕES DE MÍDIA E COMUNICAÇÃO ENTREVISTA | GERSON TURELLY FOTÓGRAFO PREMIADO PELA ROYAL METEOROLOGICAL SOCIETY A CULTURA NA MOBILIZAÇÃO PARA A CAUSA DO CLIMA Por Yula Rocha, jornalista e gerente de comunicação da People’s Palace Projects NEWS INFLUENCERS E CLIMA Os jovens comunicadores que usam as redes para engajar novas audiências 31

Edição 1.489 - pág. 40 Últimas A mais criativa na avaliação dos clientes n Kennedy Alencar despediu-se da RedeTV em 19/11 durante o RedeTV News, do qual era comentarista. Ele também era diretor da sucursal em Brasília e conselheiro editorial da emissora. A saída já havia sido anunciada desde o final de outubro. Assume a partir de agora a Diretoria de Relações Institucionais da Vale. u Graduado pela Universidade Metodista de São Paulo em 1989, Kennedy iniciou a carreira na Folha de S.Paulo em 1990, onde ocupou funções como redator, editor assistente, repórter, além de ter sido correspondente internacional. Entre suas coberturas marcantes estão o conflito no Kosovo, em 1999, que resultou no livro Kosovo, a Guerra dos Covardes, e as tensões pós11 de setembro, como correspondente de guerra em Paquistão, Tadjiquistão e Afeganistão. Também esteve à frente de grandes entrevistas e mediações de debates presidenciais, tanto na RedeTV quanto no SBT, consolidando sua reputação no jornalismo político. Teve passagens ainda por CBN, BBC e UOL. E produziu o documentário Brasil em Transe, exibido pela BBC, que analisou a crise política brasileira da última década. n A Record TV está promovendo nesta semana cortes em sua sede em São Paulo. Segundo informações de Ana Cora Lima, do F5 (Folha de S.Paulo) a lista dos demitidos inclui nomes como Marcus Reis, do núcleo de reportagens especiais e investigativas; Marcelo Magalhães, Priscilla Grans e Rodrigo Favero, que ocupavam cargos de chefia; e Giullia Gazeta e Italo Cosme, da produção. Novas demissões devem ocorrer nos próximos dias. u Segundo apurou a reportagem do F5, a Record teria descontinuado seu núcleo de reportagens especiais e investigativas, o que resultaria no fim do Repórter Record Investigação. Procurada por este J&Cia, a emissora declarou que “realizou demissões pontuais”, mas negou o fim do Repórter Record Investigação: “Esclarecemos ainda que o Núcleo de Reportagens Especiais não foi extinto, bem como o Repórter Record Investigação, cuja nova temporada está completamente gravada e será exibida em 2025”. Kennedy Alencar deixa a RedeTV e assume diretoria na Vale Kennedy Alencar Record faz cortes em São Paulo

Edição 1.489 - pág. 41 Nacionais n A BM&C News estreou na semana passada Meio Dia em Brasília, telejornal produzido em parceria com O Antagonista, com apresentação de José Inácio Pilar. O programa traz análises dos últimos acontecimentos do mundo da política, diretamente da Capital Federal, com foco nas decisões políticas e seus reflexos na economia nacional. A BM&C News anunciou também a expansão de sua programação, que chega agora a dez horas diárias de conteúdos jornalísticos ao vivo, com cinco telejornais. n Prestes a completar 200 anos, o Diário de Pernambuco teve seu acervo jornalístico reconhecido como patrimônio cultural material do Brasil pela Lei 15.027, de 2024, de autoria da senadora Teresa Leitão (PTPE). A norma foi sancionada pelo presidente Lula, e publicada no Diário Oficial da União de 19 de novembro. n Fundado em 1825 pelo tipógrafo e jornalista pernambucano Antonino José de Miranda Falcão, o Diário de Pernambuco é o jornal mais antigo em circulação no Hemisfério Sul e o mais antigo do mundo em língua portuguesa. Ao longo de quase 200 anos, a publicação noticiou fatos importantes, em especial, retratando a história política, social e cultural do estado de Pernambuco e do Brasil. Acervo jornalístico do Diário de Pernambuco torna-se patrimônio cultural material do Brasil BM&C News estreia telejornal e amplia programação Tuitão do Daniel A arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços Por Daniel Pereira (daniel07pereira@ yahoo.com.br), especial para J&Cia (*) Batizado há 46 anos no Grupo Estado, Daniel Pereira passou por Rádio Bandeirantes, TV Record, coordenou a Comunicação do Governo de SP na ECO-92 e foi assessor de imprensa no Memorial da América Latina. Publicou em 2016 O esquife do caudilho e acaba de concluir O último réu. Era véspera de feriado. Ela chegou antes dele no mesmo hotel de sempre. Na recepção, deixou um bilhete, curto e grosso: “Se quiser me ver, estou no Vecchio Sono”. Era o restaurante preferido deles. Quando Lourenço chegou estava visivelmente desconcertado: “Não a esperava hoje. Prometi a Rebeca que estaria lá no feriado”. O que ele queria dizer mesmo é que estava se sentindo ignóbil na relação com a esposa do seu melhor amigo. O instinto feminino, porém, cuidou de dissipar os temores de Lourenço nesse jogo de sedução em que os homens pensam ser soberanos. “Meu amor, você vai perder esses pruridos quando souber que o seu melhor amigo vem ciscando as asas pra cima da Rebeca”. Triângulos amorosos

Edição 1.489 - pág. 42 Vaivém das redações Minas Gerais n Cristina Moreno de Castro (exFolha de S.Paulo, O Tempo e TV Globo) deixou o Diário do Comércio, onde desde janeiro era editora executiva de digital. Em conversa com este J&Cia, afirmou que sua ideia é descansar um pouco e na sequência seguir trabalhando como prestadora de serviços diversos de comunicação por sua empresa, a Kikacastro Comunicação. Ela atende pelo [email protected]. Pará n Tayana Narcisa é a nova repórter da CNN Brasil em Belém. Com passagens por g1 Pará e TV Liberal, sua contratação faz parte dos esforços da emissora na cobertura especial da COP 30, que será realizada em 2025 na capital paraense. n Novos nomes foram confirmados nos últimos dias no time de Jornalismo da Times Brasil | CNBC: o coordenador de redação Leandro Santini (ex-Grupo Paranaíba e Record TV); a produtora Bruna Gavioli (ex-Rede Globo, CNN, UOL e Jovem Pan); a editora de texto Luciana Tortorello (ex-TV Cultura, My News e Rede Record); a repórter Camila Borges Nicolau (ex-Jovem Pan, UOL e SBT); o editor de vídeos especiais Sérgio Fernandes (ex-CNN Brasil, Rede Globo e Vírgula); e o editor de vídeo Victor Emateguy (exAgência Brasil China). São Paulo Times Brasil | CNBC segue reforçando a equipe Leandro Santini Bruna Gavioli Luciana Tortorello Camila Borges Nicolau Sérgio Fernandes Victor Emateguy Cristina Moreno de Castro Tayana Narcisa E mais... n Gabriel Monteiro, que estava há três anos e meio no canal BM&C News, reforça o time de apresentadores do CNN Money, novo canal da CNN Brasil especializado em economia. n Leonardo Neto, que recentemente foi curador da Bienal Internacional do Livro de São Paulo e por anos atuou como editor-chefe do PublishNews, é o novo repórter do Estadão. n Lívia Santana Carvalho começou no Grupo Perfil como repórter de Entretenimento no site da Caras Brasil. Ela passou anteriormente pelo iG e foi repórter e crítica de cinema do site Conecta Geek. n Thiago Moraes é o novo repórter da EPTV em São Carlos. Ele passou anteriormente por TV Globo e Record TV. Gabriel Monteiro Leonardo Neto Lívia Santana Carvalho Thiago Moraes Mudou de emprego? Teve alguma movimentação ou novidade recente em sua redação? Envie a sugestão para nós pelo [email protected].

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