Edição 1.489 - pág. 49 Comunicação Corporativa Na América Latina das décadas de 1970 e 80, o termo “economia à prova de balas” se referia à realidade econômica e ao mundo empresarial. No universo acadêmico, falava-se do “país real” e do “país político”, das realidades paralelas e distópicas. No balaio do tempo, das transformações tecnológicas e políticas, tais conceitos se amalgamaram na fragmentação dos consensos da polarização. Fenômeno mundial, mas em destaque nos processos eleitorais da região em uma onda de disputas entre visões irreconciliáveis. Tendo em vista a inconsequência de batalhões de haters, fake news ou do simples vale-tudo da comunicação para desacreditar o outro, ficam enfraquecidas políticas de Estado, políticas públicas, que duram enquanto durar a continuidade ou ruptura de uma “visão” (continuísmo ou “voto de protesto”), com sociedades expostas aos ventos cruzados da polarização. Em análise da LLYC sobre debates em redes sociais na América Latina acerca de temas sociais e políticos (aborto, feminismo, mudança climática etc.), em 2023, apenas uma em cada 23 menções relatava dúvida ou reflexão sobre tais questões. Todas as demais eram a favor ou contra, refletindo as urnas recentes da maioria dos países latinoamericanos. A sociedade se fragmenta a partir da negação da diferença. As empresas, como outros stakeholders sociais e econômicos, têm papel relevante na redução da polarização. As sociedades latinas precisam de uma comunicação mais responsável. Não tomar partido entre o “bem” e o “mal”, mas assumir um papel ativo como agente de transformação e construção de diálogo rico, sério e construtivo que transcenda a superficialidade do greenwashing ou da diversão dos memes. Não podemos nos dar ao luxo da isenção ou atuar exclusivamente por indicadores econômicos. Devemos propor e estimular espaços de debate, troca e, sobretudo, combate às fake news − não compactuar, nem promover a comunicação que alimenta haters e posturas polarizadas. Isso inclui estratégias de comunicação, marketing, paid media, patrocínios, ativações e muito mais. Conteúdo patrocinado América Latina navega em mar com ventos cruzados Por Juan Carlos Gozzer (*) (*) Juan Carlos Gozzer, sócio e CEO da LLYC para a América Latina. É especialista em gestão de reputação e estratégias de comunicação. Em seus 15 anos na empresa coordenou diferentes projetos de posicionamento estratégico na América Latina e liderou o desenvolvimento das operações da LLYC no Brasil e na Região Sul, que inclui Argentina e Chile. É formado em Ciências Políticas e tem especialização em Informação Internacional pela Universidad Complutense de Madrid e mestrado em Relações Internacionais pela Universidade de Bolonha. 100 ANOS DE RÁDIO NO BRASIL Por Álvaro Bufarah (*) (*) Jornalista e professor da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e do Mackenzie, pesquisador do tema, integra um grupo criado pela Intercom com outros cem professores de várias universidades e regiões do País. Ao longo da carreira, dedicou quase duas décadas ao rádio, em emissoras como CBN, EBC e Globo. Nesta segunda parte da coluna, Álvaro Bufarah aborda o fenômeno dos influenciadores digitais nas eleições norteamericanas de 2024, que trouxe lições valiosas para o rádio e o jornalismo no Brasil. Com 37% dos jovens (18-29 anos) nos EUA consumindo conteúdo desses criadores, eles reconfiguraram a comunicação, ampliando o alcance com múltiplas plataformas e conteúdos personalizados. Rádios brasileiras podem explorar influenciadores para atrair novas audiências, modernizar formatos e diversificar receitas, mas precisam equilibrar inovação com ética jornalística. Leia a íntegra no Portal dos Jornalistas. Você pode ler e ouvir este e outros conteúdos na íntegra no RadioFrequencia, um blog que teve início como uma coluna semanal na newsletter Jornalistas&Cia para tratar sobre temas da rádio e mídia sonora. As entrevistas também podem ser ouvidas em formato de podcast neste link.
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