Jornalistas&Cia 1489

Edição 1.489 - pág. 62 Jornalistas&Cia é um informativo semanal produzido pela Jornalistas Editora Ltda. • Diretor: Eduardo Ribeiro ([email protected] – 11-99689-2230) • Editor executivo: Wilson Baroncelli ([email protected] – 11-99689-2133) • Editor assistente: Fernando Soares ([email protected] – 11-97290-0777) • Repórter: Victor Felix ([email protected] – 11-99216-9827) • Estagiária: Hellen Souza ([email protected]) • Editora regional RJ: Cristina Vaz de Carvalho 21-99915-1295 ([email protected]) • Editora regional DF: Kátia Morais, 61-98126-5903 ([email protected]) • Diagramação e programação visual: Paulo Sant’Ana (pr-santana@ uol.com.br – 11-99183-2001) • Diretor de Novos Negócios: Vinícius Ribeiro ([email protected] – 11-99244-6655) • Departamento Comercial: Silvio Ribeiro (silvio@ jornalistasecia.com.br – 19-97120-6693) • Assinaturas: Armando Martellotti ([email protected] – 11-95451-2539) Foi na metade do mês de setembro de 2004. A viagem para levar o esquife do velho amigo Guilherme Degani (Gordo) de São Paulo a Ribeirão Claro, nas barrancas do Paranapanema, duraria uma eternidade. Sem trocadilhos. Não seria a minha primeira. Alguns anos antes fui “escolhido” como cicerone para levar o esquife de tia Alice até Florínea, também nas margens do riozão. Somando as duas, 800 quilômetros e cerca de 15 horas de estrada. A diferença é que a viagem com o Gordo foi uma das experiências mais impactantes que já tive, mesmo tendo passado por tantas outras situações inusitadas... Ainda estávamos no hospital São Camilo − José Paulo de Andrade, Salomão Ésper, o desembargador Egidio Giacóia e eu, entre tantos outros amigos −, quando Pasqual, o irmão dele, chamou-me a um canto e pediu-me: você pode ir no carro da funerária para ensinar ao motorista o caminho até Ribeirão Claro? Fui. Essa incrível epopeia mereceu três capítulos do livro O esquife do caudilho, mas deixo aqui dois aperitivos do “diálogo” final de uma velha e boa amizade.    n A história desta semana é de Daniel Pereira ([email protected]), um dos colaboradores fixos deste J&Cia (veja Tuitão do Daniel, na pág. 41). Ele faz referência a um episódio que relata em seu livro O esquife do caudilho. Daniel Pereira Meus esquifes íntimos Guilherme Degani Eliseu Gosmati “(...) O Gordo havia inchado. Estava com mais de 180 quilos. O carro funerário não era nada convencional e foi preciso improvisar, colocando o caixão atravessado. De tal forma que o banco do passageiro, ao lado do motorista, precisou ser puxado para a frente. E lá fui, meio arqueado, 400 quilômetros até Ribeirão Claro, acordadíssimo, madrugada afora... A cabeça do amigo dentro do esquife estava voltada para a frente e o bico do caixão repousava praticamente sobre o encosto do banco em que eu viajava. Assim, sem que tivéssemos combinado, pela primeira vez na nossa longa amizade estávamos no mais genuíno, abstêmico e provisório silêncio têteà-tête que já havíamos tido. (...)” (Pág. 219)    “(...) Mas aí é que a gente se engana. Há muitas outras formas de diálogo entre comunicadores por natureza. Portanto, tínhamos quase toda a eternidade para aparar arestas e colocar a conversa em dia. No hospital pouco nos falamos. Então, aquela podia ser a saideira. Assim, mesmo em profundo silêncio, como eu nunca vira, o Gordo contava coisas absolutamente inéditas, e entre essas finalmente criou coragem para revelar o que aconteceu naquele dia em que não apareceu para apresentar o concurso de bandas e fanfarras em Águas de Lindoia. (...)” (Pág. 220)    PS: O esquife do caudilho foi relançado, em segunda edição revisada e atualizada, na primeira quinzena de dezembro de 2023, em Assis (SP).

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