Edição 1.491 - pág. 2 Últimas n A Polícia Civil de Santa Catarina está exigindo que o Intercept Brasil revele as fontes da reportagem sobre o caso Mari Ferrer, assinada pela repórter Schirlei Alves em 2020. O texto denunciou humilhações sofridas no tribunal pela influencer Mariana Ferrer, que declarou ter sido vítima de estupro em 2018. u As exigências da polícia fazem parte de um inquérito para apurar o suposto vazamento de informações do processo judicial do caso Mari Ferrer. O Intercept Brasil classificou a investigação como “escandalosa” e negou as exigências da polícia, afirmando que elas “violam nossos direitos constitucionais”. O veículo destacou que o sigilo de fonte é um direito garantido pela Constituição para profissionais da imprensa: “O Estado brasileiro e seus agentes não podem compelir jornalistas a entregar seus instrumentos de trabalho, sob pena, além da mais completa nulidade destas provas, de eventual responsabilidade por excessos que cometer, na forma da lei. (…) Esforços de relativização do sigilo de fonte são reminiscências de um inverno autoritário de tristíssima memória”. u Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou as exigências da polícia e reafirmou que o sigilo de fonte é um direito constitucional do jornalismo. Vale lembrar que Schirlei Alves, autora da reportagem, enfrenta diversos processos judiciais em decorrência de seu trabalho. A jornalista chegou a ser condenada a um ano de prisão em regime aberto e R$ 400 mil de multa por difamação após a publicação da reportagem. Em abril deste ano, relatoras da ONU ligadas aos diretos das mulheres enviaram uma carta ao Estado brasileiro na qual pedem a anulação de processos contra a repórter. n O Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor) iniciou o processo de coleta de dados para a 7ª edição do Atlas da Notícia, projeto que mapeia o jornalismo local e identifica os desertos de notícias no Brasil. O resultado do censo será divulgado em julho de 2025. Nesta edição, o foco será em novos meios de comunicação surgidos em municípios até então considerados desertos de notícias; na atualização da base de dados; e no acompanhamento do fechamento de veículos de comunicação impressos e digitais. u O censo é conduzido por um coordenador de pesquisa em cada região brasileira: Jéssica Botelho (Norte), Angela Werdemberg (Centrooeste), Mariama Correia (Nordeste), Dubes Sônego Júnior (Sudeste) e Marcelo Crispim da Fontoura (Sul). Os coordenadores vão comandar o trabalho de estudantes de comunicação e voluntários que se oferecem para colaborar com a coleta de dados. Interessados em contribuir com o Atlas da Notícia podem se inscrever neste formulário. Polícia de Santa Catarina exige que Intercept revele fontes de reportagem sobre caso Mari Ferrer Entidades repudiam exigências e reafirmam direito de sigilo da fonte Tingey Injury Law Firm/Unsplash Projor inicia coleta de dados para 7º Atlas da Notícia
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