Edição 1.497 - pág. 5 n Ausente há seis anos do mercado editorial, Flávio Pestana, um dos “pais” do Valor Econômico (ver box), está em contagem regressiva para oficializar a sua reestreia no setor. Estruturado por ele em conjunto com José Roberto Maluf, presidente da Fundação Padre Anchieta, e o publisher Agostinho Turbian, o portal Brazil Economy, de acesso gratuito, prepara-se para ir ao ar em 10 de fevereiro. Apesar do manjado recurso a um título em inglês – expediente adotado por nove em cada dez sites de economia –, o projeto promete oxigenar o noticiário da área, hoje congestionado por temas macroeconômicos e pitacos de economistas-chefes de instituições financeiras, abrindo espaço para o jornalismo de negócios com reportagens de fôlego, caprichadas e exclusivas. u “O nosso lema é: menos Faria Lima, mais empresas. Vamos apresentar diariamente histórias saborosas, bem escritas e inéditas do mundo corporativo”, diz Pestana. “Muitas das cerca de 20 mil companhias brasileiras com faturamento anual superior a R$ 300 milhões estão realizando coisas relevantes, mas ninguém, até agora, lhes dedicava a devida atenção”. u Sócio há algum tempo da Odgers Berndtson Brasil, especializada em recrutamento de executivos, e da holding de serviços financeiros OBB Capital, Pestana começou a rabiscar o Brazil Economy há cerca de um ano. Ele percebeu à época o espaço inexplorado na praça para um veículo de economia que deixasse de lado o “mais do mesmo” do hardnews – o sobe e desce da bolsa, reuniões do Copom, resultados de empresas de capital aberto etc. – e apostasse numa cobertura selecionada. “A bola estava quicando na pequena área. “Menos Faria Lima, mais empresas”: receita do Brazil Economy, de Flávio Pestana (*) Por Dario Palhares, especial para J&Cia/Portal dos Jornalistas No segundo semestre do ano passado, conversei a respeito com o Agostinho e o Maluf, que abraçaram a proposta”, diz ele. u O negócio começou a sair do papel na reta final de 2024. Com traquejo de sobra como head hunter, Pestana cuidou pessoalmente da contratação da equipe editorial da casa. Para preencher o cargo de editor-chefe, entrevistou vários jornalistas indicados por seus muitos amigos e conhecidos na imprensa. A escolha recaiu sobre o redator-chefe da Isto É Dinheiro Hugo Cilo (ex-UOL e Diário do Grande ABC), que trabalhava há quase 17 anos na semanal da Editora Três. u “Nossa conversa durou pouco, pois a empatia foi mútua”, diz Pestana, que garantiu ao jornalista uma fatia do empreendimento. “Precisávamos de um editor-chefe que vestisse a nossa camisa, que tratasse a empresa como sua. Por isso, demos uma participação societária ao Hugo”. u Instalada, por ironia, na avenida Brigadeiro Faria Lima, corredor paulistano que se tornou a “meca” dos incensados economistas-chefes, pelos quais Pestana não demonstra maior interesse jornalístico, a redação do Brazil Economy conta, de início, com apenas mais dois nomes. Ambos também são egressos da IstoÉ Dinheiro: o editor de negócios e tecnologia Beto Silva (ex-O Estado de S. Paulo, Diário do Grande ABC, Câmara dos Deputados e Prefeitura de São Caetano do Sul) e a editora de finanças e economia Paula Cristina (ex-DCI). Nas últimas semanas, a dupla vem se dedicando, assim como Cilo, à formação de um estoque de “matérias de gaveta”, ou seja, reportagens exclusivas, com “prazos de validade” mais dilatados, para abastecer as cinco editorias do portal – empresas, finanças, agronegócio, tecnologia e lifestyle – desde o lançamento. u “Ao facilitar conversas, trocas de ideias e discussões de pautas pela redação, o trabalho presencial contribui para a formação da cultura empresarial, que é de fundamental importância para uma Maluf, Pestana e Turbian Beto, Paula e Hugo Nacionais
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