Especial Manchete ANOS “Ao contrário da antiga Manchete, que fechava na terça de Carnaval e chegava às bancas logo a seguir, ainda no calor da hora, a próxima edição vai circular quase duas semanas após o fim da folia. Não é o que o público quer. Acho que só os sambistas e carnavalescos vão se interessar”, diz Roberto Muggiati, que comandou a redação da revista por mais de duas décadas. Pautas frias à parte, ele considera viável a proposta de Salles, que, como destaca, vem contribuindo há tempos para a sobrevida da publicação. O empresário, observa Muggiati, prestou grande apoio à Nova Bloch, cuja redação, instalada na rua Conde de Lages, no Centro do Rio de Janeiro, produzia também três outros títulos da editora: Desfile, Ele Ela e Pais e Filhos. “A nova Manchete é um projeto que se presta a one shot, visando a publicidade. Eu, se fosse o editor, imaginaria, por exemplo, uma edição especial sobre a COP30, em Belém, que deve angariar muitos anúncios de empresas interessadas em se mostrar sustentáveis e a favor do meio ambiente”, diz. Jornalista há 70 anos (ver box), dos quais mais de 30 dedicados à Manchete, Muggiati é a principal testemunha viva da história da revista que levou às cordas e depois à lona O Cruzeiro (1928-1975), dos Diários Associados, império midiático criado por Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892-1968), o Chatô. A semanal começou a ser ofertada pelos jornaleiros, a Cr$ 5 o exemplar, na quarta- -feira 23 de abril de 1952, três dias antes da data assinalada na capa, sob a batuta de três integrantes de uma família de imigrantes ucranianos que chegara ao Brasil 20 anos antes: o diretor-presidente Adolpho Bloch (1908-1995) e seu irmãos Arnaldo e Boris, diretores da Bloch Editores. O título foi sugestão de um ilustre e ilustrado primo do trio: o médico, jornalista, dramaturgo, compositor, poeta e escritor Pedro Bloch (1914-2004). “Pedro lembrou na edição especial de 45 anos como ocorreu o ‘batizado’. Ao saber que Adolpho tinha por referência a francesa Paris Match e ainda buscava um nome, ele.teve um estalo: ‘E, como quem resolve um problema de combinações de letras, me sai na hora: Marcos Salles Roberto Muggiati
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