Jornalistas&Cia 1505

Edição 1.505 - pág. 4 ANOS Últimas Este era só o início de uma espiral de descontrole de Pimenta Neves, que no final daquele mesmo mês pediu demissão do cargo. A informação, inclusive, foi publicada em uma Edição Extra (245A), que circulou em 28 de julho, horas após o anúncio. Pressionado pela família Mesquita, o jornalista decidiu permanecer temporariamente à frente da publicação, mas deixou claro que gostaria de iniciar uma transição para deixar a casa nos meses seguintes (ed. 246). Não deu tempo! Em 23 de agosto circulava a edição 249 ostentando a manchete “Trágico Desfecho”, em que detalhava a morte de Sandra três dias antes, aos 32 anos, assassinada por Pimenta Neves com dois tiros em um haras em Ibiúna, no interior de São Paulo. Os desdobramentos do caso seguiram repercutindo nas semanas seguintes (ed. 250), inclusive quando uma nova edição extra (253A), publicada em 22 de setembro, confirmou a nomeação de Sandro Vaia como novo diretor de Redação do Estadão. Ano 5 – Edições 203 a 254 (set/1999 a out/2000) Sandra Gomide Pimenta Neves n As repórteres Gabriela Biló e Thaísa Oliveira, da Folha de S.Paulo, estão desde a semana passada recebendo ataques e ameaças nas redes sociais em decorrência do trabalho de cobertura feito por elas sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. u Gabriela, repórter fotográfica da Folha, e Thaísa, que atua em Brasília, produziram reportagens sobre os presos após os atentados. Os ataques tiveram início após um perfil no X (ex-Twitter) insinuar que as duas profissionais seriam as responsáveis pela prisão de Débora dos Santos Rodrigues, mulher que pichou a estátua A Justiça com a frase “Perdeu, mané”. O caso está sendo julgado pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e Débora, se condenada, pode pegar 14 anos de prisão. u Diversos perfis em diferentes redes sociais enviaram às jornalistas ataques e ameaças, incluindo de violência física e de morte. Familiares de Gabriela e Thaísa também foram ameaçados. Os ataques incluem ainda vazamento de informações pessoais das profissionais. Além disso, os perfis afirmam que as jornalistas enviaram dados pessoais sobre a autora da pichação ao STF, o que é mentira. u Gabriela e Thaísa registraram Boletim de Ocorrência e o departamento jurídico da Folha está acompanhando o caso. Entidades defensoras da liberdade de imprensa como Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (Arfoc) e Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiaram o caso. Repórteres da Folha são vítimas de ataques e ameaças por cobertura do 8 de janeiro Joédson Alves/Agência Brasil

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