Edição 1.507 - pág. 15 ANOS DIA do Jor na lis ta ESPECIAL estabeleceu que audiência é sinônimo de qualidade. Para a sobrevivência financeira do jornalismo, de fato, é importante, mas mesmo assim é preciso buscar algo desafiador que mova a audiência e não apenas sacie, entorpeça a audiência”. Pedro Doria definiu a imprensa como a “instituição que fornece informações sobre o que acontece no Estado e que abre espaço de debate sobre o que acontece na sociedade. Não existe democracia sem jornalismo, e tal jornalismo deve ser independente do Estado”. Para o cofundador do Meio, a situação do jornalismo hoje é fruto do encontro de uma série de crises diferentes, que vão desde econômicas até políticas e sociais, passando inclusive pelas citadas crises da crítica e do pensamento. Ele se aprofundou no chamado algoritmo Eugenio Bucci e Antonio Rocha Roberto Braga Barbieri/ESPM das plataformas digitais, e como esse algoritmo dita o conteúdo que aparece e é consumido pelas pessoas: “O algoritmo sabe o que vai agradar às pessoas. Se você consome vídeos sobre gatinhos, ou adora ler sobre política, sobre Lula ou Bolsonaro, o algoritmo vai recomendar vídeos baseandose no que você assistiu anteriormente e no que você pesquisa nas plataformas. E, nesse sentido, o jornalismo acaba sendo prejudicado, pois, dependendo do conteúdo produzido, ele pode não ser muito recomendado para determinadas pessoas, e, portanto, um conteúdo de qualidade, bemapurado, pode não chegar para boa parte da sociedade. Pode não inseminar, utilizando o termo que os colegas levantaram, uma parcela da população”. Ao mesmo tempo, Doria reconheceu que, com a evolução tecnológica, todo mundo está conectado, a população inteira está presente nas redes sociais. Portanto, para atingir a função social do jornalismo de inseminar as informações, de chegar ao povo, é preciso que os veículos também estejam presentes nas grandes plataformas: “Jornalismo deve
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