Edição 1.507 - pág. 16 ANOS DIA do Jor na lis ta ESPECIAL ser estrutura independente do Estado, que traga informações sobre que está acontecendo e ofereça debate para discutir a sociedade. E para isso é preciso estar inserido nas big techs, porque, caso contrário, estaria descumprindo seus próprios ideais”. Para o cofundador do Meio, o mais importante é descobrir e estudar como fazer o jornalismo coexistir com redes sociais e com as tecnologias, sem se tornar refém delas. E isso vale para as big techs, os algoritmos, e também a inteligência artificial. Sobre o assunto, Doria disse acreditar que “é inevitável que essas tecnologias passem a fazer parte do nosso cotidiano. Já dependemos muito, o tempo todo, desses mecanismos digitais. É inevitável que o algoritmo humano se funda com o algoritmo digital. O algoritmo digital é fruto da criação humana, é nosso ‘filho.’ Mas o importante é saber conciliar os dois mundos, fazer nossa profissão persistir, sobreviver, coexistir com essas tecnologias”. Quando questionado sobre como fazer valer os ideais do jornalismo de incentivar a crítica e o pensamento, Doria respondeu que, no caso do jornalismo político, o essencial é trabalhar sempre com o objetivo de manter viva a democracia. “Os jornalismos político e de economia são muito importantes, pois ajudam as pessoas a pensarem em quem vão votar”, refletiu Doria. “Mas, acredito que, com todo o tipo de jornalismo, as pessoas pensem que bom jornalismo é aquele que fala bem do político ou daquele assunto de que eu gosto e mal do que eu não gosto, e isso é errado; é preciso questionar tudo e todos, sem quaisquer vieses”.
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