Jornalistas&Cia 1510

Edição 1.510 - pág. 10 ANOS Em um cenário global desafiado pela desinformação e pela urgência de uma comunicação mais diversa e democrática, a jornalista e pesquisadora Marcelle Chagas afirma-se como uma das principais lideranças brasileiras no debate internacional sobre mídia, inovação e justiça racial. Mestre em Comunicação pela UFF, com MBA em Comunicação Online e Marketing Digital, Marcelle atua no enfrentamento da desinformação a partir de territórios periféricos e metodologias participativas. Seu trabalho ganhou projeção com a criação da Rede de Jornalistas Pretos pela Diversidade na Comunicação (Rede JP), que fortalece a atuação de profissionais negros no jornalismo e redesenha os ecossistemas informacionais por meio de formação, articulação e incidência política. Sob sua liderança, a Rede JP conectou mais de 1.000 jornalistas no Brasil e no exterior, realizou três conferências internacionais com profissionais da diáspora africana, lançou o Manual de Boas Práticas Antirracistas para a Comunicação Digital e criou a Red de Periodistas Afrolatinos, em parceria com o El País América Futura. A atuação transnacional da rede já articula vozes de países como França, Uruguai, Burundi, EUA, Colômbia e Brasil. Reconhecida como Mozilla Tech & Society Fellow e integrante da Columbia Leadership Network (Universidade de Columbia), Marcelle também é alumni da Clinton Foundation, onde foi nomeada Changemaker. Seu impacto Branded content Marcelle Chagas impulsiona a Rede de Jornalistas Pretos e consolida sua liderança internacional na comunicação internacional é fruto de um projeto coletivo, que nasceu com um propósito claro: impulsionar a diversidade na comunicação e criar espaços reais de pertencimento e transformação. Marcelle lidera também o Observatório de Gênero, Raça e Territorialidade na Ciência (GERATE), que mapeia a circulação de informação e desinformação em favelas e periferias e influencia políticas públicas baseadas em epistemologias locais. Durante a pandemia, o trabalho do GERATE expôs os impactos das fake news sobre as populações vulnerabilizadas, consolidando Marcelle como uma referência em justiça informacional. Ela também é uma das criadoras da Articulação pela Mídia Negra, iniciativa que incide na formulação de políticas públicas de comunicação com foco em equidade racial. Em 2025, ela lança o Comunihub, uma plataforma digital de conexão entre comunicadores, pesquisadores e projetos voltados à diversidade e combate à desinformação. A ferramenta reunirá bancos de dados, oportunidades e redes colaborativas para quem trabalha com comunicação transformadora. Marcelle é coorganizadora do Prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira, faz parte do Comitê de Ética do Sindicato dos Jornalistas do RJ e integra o Grupo de Pesquisa em Comunicação Antirracista do Intercom. Já foi finalista do Troféu Mulher Imprensa (2022) e do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Sustentabilidade (2011). Em 2024, a Rede JP foi finalista do Prêmio Defensorar, da Defensoria Pública do RJ. Seu compromisso é claro: redesenhar o ecossistema de informação com justiça cognitiva, a partir da base. “Não se trata apenas de ocupar espaços − mas de transformar estruturas. Mesmo com tantos avanços, o mercado segue alheio ao investimento na população negra. Por isso, a Rede tem buscado alianças com organizações que tratam a diversidade como pilar estrutural”, afirma Marcelle. Marcelle Chagas

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