Jornalistas&Cia 1514

Edição 1.514 - pág. 32 ANOS Luiz Cláudio Cunha Geraldo Magela/Agência Senado O vespertino do Grupo Folha, a Folha da Tarde, era a ponta avançada do extremismo radical da empresa, o portavoz oficioso da repressão política. Até 1968 era um jornal de esquerda, mais inquieto, que concorria diretamente com o irmão mais novo do Estadão, o Jornal da Tarde. No comando da redação estava um jornalista egresso da Última Hora janguista, Jorge Miranda Jordão, que tinha sob seu comando alguns jornalistas ligados à ALN, grupo da luta armada liderada por Carlos Marighella. O advento do AI-5 virou o fio do jornal. Houve uma limpeza na redação e, a partir de julho de 1969, a Folha da Tarde converteu-se num diário que o jornalista Cláudio Abramo resumiu numa palavra: “Sórdido”. O dono do Grupo Folha, Octávio Frias de Oliveira, trocou o esquerdista Jordão por Antônio Aggio Jr., um jornalista especializado em cobertura policial. Um redator da editoria de Mundo cumpria dupla jornada: trabalhava à tarde no n Continuamos a reproduzir − em capítulos, por causa do tamanho − texto que Luiz Cláudio Cunha ([email protected]) publicou no Observatório da Imprensa em homenagem a Vladimir Herzog, cuja morte nos porões da ditadura completa 50 anos em setembro próximo. As outras partes estão em J&Cia 1.509, 1.510, 1.511, 1.512 e 1.513. Cunha era chefe da sucursal de Veja em Porto Alegre e tinha 24 anos em dezembro de 1975, quando recebeu de Audálio Dantas, então presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a tarefa de coordenar a coleta de assinaturas no Sul para o manifesto contra o IPM do “suicídio” de Herzog. u Autor de Operação Condor: O sequestro dos uruguaios, Cunha trabalhou em diversos outros veículos, como os jornais O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, Correio Braziliense, Zero Hora, Diário da Indústria e Comércio, e as revistas IstoÉ, Afinal e Playboy. Naqueles tempos em que mataram Vlado (parte 6) A redação de policiais Octávio Frias: a perua da Folha, queimada pela guerrilha, e o vespertino que virou porta-voz da repressão Arquivo Folha da Tarde Internacional n O Centro Knight promoverá de 2 a 29 de junho um curso avançado online, em inglês, para criação de mapas interativos e personalizáveis a partir de ferramentas gratuitas e de código aberto. As aulas serão ministradas por John Keefe, editor de dados do The New York Times. O investimento é de U$ 95. Inscrições abertas.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==