Edição 1.514 - pág. 9 ANOS Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia Parceiro de conteúdo Esta semana em MediaTalks Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. Designer do iPhone une-se à OpenAI para criar geração de dispositivos pensados para inteligência artificial. Leia mais Google lança globalmente IA que responde direto na busca − e acende alerta sobre o futuro do jornalismo online. Leia mais Processado por indígenas da Amazônia, New York Times nega que matéria sobre impacto da Internet seja difamatória. Leia mais Um novo livro sobre o ex-presidente dos Estados Unidos Joe Biden está gerando forte repercussão no país ao revelar não apenas bastidores do governo, mas também possíveis esforços coordenados entre a Casa Branca e familiares para ocultar problemas de saúde do líder democrata. Intitulado Original Sin: President Biden’s Decline, Its Cover-Up, and His Disastrous Choice to Run Again (Pecado original: o declínio do presidente Biden, sua ocultação e sua desastrosa escolha de concorrer novamente, em tradução livre), a obra traz à tona relatos de declínio cognitivo e físico, reforçados por episódios como a dificuldade de Biden em reconhecer o ator George Clooney durante um evento. Mais do que isso, o livro sugere que parte da grande imprensa norteamericana pode ter suavizado ou ignorado os sinais de alerta, num possível esforço para evitar um mal maior: a reeleição de Donald Trump. Conivência ou cautela? O papel da imprensa sob escrutínio Escrito pelos jornalistas Jake Tapper (CNN) e Alex Thompson (Axios), o livro é resultado de uma apuração que ouviu mais de 200 fontes e atualmente figura entre os mais vendidos nos EUA. Após o recente anúncio de que Biden enfrenta um câncer de próstata agressivo, as revelações ganharam nova gravidade. Críticos apontam que os indícios de comprometimento de saúde já estavam presentes há tempos, mas teriam sido abafados ou subestimados tanto pela comunicação oficial quanto por veículos de imprensa influentes. A suspeita é de que houve um tipo de “pacto de silêncio” entre governo e jornalistas, em nome da estabilidade política. A repercussão tem sido intensa. Enquanto apoiadores de Biden acusam os autores de oportunismo, opositores questionam como o estado de saúde do ex-presidente passou despercebido por tanto tempo − inclusive durante a campanha eleitoral. Divisão política e dilemas éticos no jornalismo A neta de Biden, Naomi, reagiu duramente, chamando o livro de “lixo político fantasioso”. Já Donald Trump aproveitou para criticar duramente a cobertura da imprensa, insinuando conivência deliberada. A polêmica reacende discussões sobre os limites entre privacidade, responsabilidade pública e o dever da imprensa em escrutinar lideranças políticas. Para críticos, a mídia teria falhado em um de seus papéis centrais: investigar com rigor e informar com transparência. Pecado original coloca sob holofotes uma questão incômoda: até que ponto a imprensa pode − ou deve − proteger a imagem de um líder em nome da democracia? Leia em MediaTalks as 10 principais revelações do livro. O que a Casa Branca e a mídia sabiam? Livro de jornalistas da CNN e do Axios expõe bastidores sobre saúde de Biden
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