Jornalistas&Cia 1515

Edição 1.515 - 4 a 10 de junho de 2025 ANOS J&Cia Especial do Dia da Imprensa circulará em 4/6 Conteúdo reproduzirá o debate Fake News: O Jornalismo sob o impacto da desinformação – Como dimensionar o tamanho dessa batalha e os riscos para a democracia, realizado em São Paulo na última semana. Pág. 4 Fake news e seus antídotos Especial do Dia da Imprensa mostra as principais reflexões do encontro que J&Cia realizou sobre o tema em 26 de maio, na ESPM Tech, em São Paulo. Pág. 3 +Admirados Jornalistas Negros e Negras 2025 já está na agenda Premiação será realizada no dia 10 de novembro no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. Pág. 22 Rodrigo Müzell vai para o conselho do Fórum Mundial de Editores Gerente-executivo de Jornalismo Digital do Grupo RBS foi escolhido como novo representante do Brasil no conselho da entidade. Pág. 48 Fernando Bosio

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Edição 1.515 - pág. 3 ANOS Um mergulho nas fake news e os antídotos do jornalismo contra elas Encontro que debateu o tema, realizado na ESPM Tech, faz parte das celebrações dos 30 anos deste J&Cia A vida não tem sido fácil para o jornalismo e muito menos para os jornalistas. Enfrentando múltiplas batalhas, com ataques que chegam de várias frentes, como inteligência artificial, fuga da publicidade, equipes diminutas, perda da primazia da intermediação das fontes de informação, o jornalismo tem como seu inimigo mais incisivo e desafiador as fake news, fenômeno tão antigo quanto a civilização, mas que ganhou neste século um impulso tão avassalador e abrangente que as combater passou a ser não só uma questão de ordem para o jornalismo, como um desafio hercúleo e de difícil execução pela sociedade defensora dos chamados valores civilizatórios. Não sem razão, Jornalistas&Cia reservou sua edição especial do Dia da Imprensa para dar voz e vez ao estratégico encontro que realizou no último dia 26 de maio na ESPM Tech, em São Paulo, para debater o tema, tendo como protagonistas três experientes jornalistas brasileiros, reconhecidos pela trajetória que ostentam: Ana Dubeux, do Correio Braziliense, Marília Assef, da TV Cultura, e Sergio Lírio, da CartaCapital, com moderação de Hélio Gama Neto, da ANJ – Associação Nacional dos Jornais, entidade que, ao lado de ABI, Abraji, Ajor, Aner e Projor, apoia a iniciativa desde a primeira edição. Euripedes Alcântara, diretor de Redação do jornal O Estado de S. Paulo, que estaria no encontro, não pôde participar, em função de um pequeno problema de saúde. Boa leitura! Os editores Reputação é resultado e vice-versa

Semear a informação para colher uma sociedade melhor para todos A Cargill ocupa uma função central na cadeia de suprimentos ao conectar quem produz alimentos com consumidores em todo o mundo. Nessa jornada para a construção de uma cadeia de fornecimento cada vez mais resiliente e acessível, nós reconhecemos e celebramos a missão dos profissionais do jornalismo que se dedicam à informação de qualidade e à transparência. cargill.com.br 60Anos Cargill Brasil, há 60 anos nutrindo o mundo.

Edição 1.515 - pág. 5 ANOS Este especial de Jornalistas&Cia em homenagem ao Dia da Imprensa não poderia deixar de abordar um tema que se tornou um dos maiores desafios da profissão nos últimos anos: fake news. Considerada o “mal do século” pela Organização das Nações Unidas (ONU), a desinformação trouxe inúmeras adversidades para o trabalho jornalístico de qualidade no mundo inteiro. Portanto, é mais do que essencial debater o papel da imprensa no combate à propagação dessas mentiras, pensar em como o bom jornalismo, comprometido com a verdade e feito com apuração criteriosa, pode ajudar a acabar com este mal que define eleições, move povos e até, em casos extremos, muda e acaba com vidas. Foi justamente esta a temática discutida no terceiro encontro do ciclo O presente e o futuro do jornalismo – Insights, realizado por este J&Cia em 26/5, em São Paulo, em parceria com a ESPM. O evento, que teve como tema principal Fake News: O Jornalismo sob o impacto da desinformação – Como dimensionar o tamanho dessa batalha e os riscos para a democracia, reuniu lideranças de tradicionais veículos da imprensa brasileira para refletir sobre os riscos e o combate às fake news no ecossistema do jornalismo. Participaram Ana Dubeux, diretora de Redação do Correio Braziliense; Marília Assef, diretora de Jornalismo na TV Cultura; e Sergio Lirio, redator-chefe da CartaCapital. A mediação foi de Hélio Gama Neto, diretor-executivo Os limites da liberdade de expressão, Educação Midiática e o papel da imprensa no combate às fake news: O presente e o futuro do jornalismo em jogo Por Victor Félix Helio, Marília, Ana e Sergio

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Edição 1.515 - pág. 7 ANOS da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Na plateia, executivos de jornalismo e da comunicação corporativa, além de estudantes de jornalismo da ESPM. Destaque para a diferença de gerações na plateia, o que mostra que a luta contra a desinformação é um tema de interesse para todos, desde os comunicadores mais experientes, com anos de redação, até os jovens estudantes, que ainda vão ingressar no mercado do jornalismo. Ao abrir o evento, Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia, declarou: “O jornalismo como pilar da vida democrática tem sido alvo de desconfiança e ataques. Mas também é verdade que nunca foi mais importante fazer jornalismo com J maiúsculo, com ética e compromisso com a verdade. Além de combater a mentira, nosso papel é inspirar confiança e credibilidade junto ao público. Os colegas convidados hoje vivem isso diariamente, com a missão de trabalhar e informar com veracidade”. “A ideia é debater como a desinformação afeta o nosso trabalho, nossas carreiras, nossos negócios”, afirmou o mediador Hélio Gama Neto. “Importante também refletir como os jornalistas podem e devem enfrentar essas fake news, como buscar o jornalismo verdadeiro e ético que nos é tão precioso. A ONU considera a desinformação como o mal do século, pois ela gera dúvidas, incertezas, enfraquece a democracia e divide sociedades”. Educação x informação Logo no início do debate, Marília trouxe dados da edição 2024 do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), que evidenciam a relação entre a educação e a capacidade (ou falta de) de interpretar textos e notícias. O estudo, iniciado em novembro de 2024 e finalizado em fevereiro deste ano, mostrou que, nos últimos seis anos, houve pouca ou quase nenhuma melhoria no índice de alfabetização do Brasil. “Mas para além desse panorama trágico, é importante prestar atenção aos dados referentes ao uso das redes sociais”, alertou Marília. “Entre analfabetos funcionais, 86% usam whatsapp, 72% usam facebook e 31% usam instagram. E desses analfabetos funcionais, 92% enviam mensagens escritas e 84% compartilham textos enviados por outros usuários. Aí vemos o alcance das fake news: os analfabetos funcionais não conseguem interpretar notícias, texto, não conseguem saber a diferença entre opinião e noticiário, não sabem exatamente o que estão lendo, não conseguem interpretar. O que eles recebem, passam para a frente sem nenhum tipo de checagem, até porque checagem exige conhecimento, não se faz de qualquer jeito, coisa que o jornalista está acostumado a fazer sempre, e isso nos diferencia da informação que é simplesmente passada para a frente”. Marília Assef

Edição 1.515 - pág. 8 ANOS A diretora de Jornalismo da TV Cultura também chamou atenção para dados referentes à leitura: “Somente 10% da população brasileira são considerados proficientes na leitura, na escrita e na matemática. E 17% que concluíram ensino médio são considerados analfabetos funcionais. E apenas 24% dos que atingiram nível superior podem ser considerados proficientes. Olha o tamanho do buraco de desinformação que enfrentamos! Não lidamos apenas com a questão do analfabetismo, mas também com pessoas que não conseguem ler, e isso só piora nossa luta contra as fake news”. Para Marília, é essencial refletir sobre esses dados do Inaf e o que o jornalismo pode fazer para ajudar a reverter esse quadro, melhorar a compreensão de notícias por parte da população. A diretora da TV Cultura destacou a importância da checagem de fatos durante a pandemia de Covid-19: “A checagem feita pelos jornalistas, aprofundada e baseada em fatos, fortaleceu-se muito durante a pandemia. Todos nós aqui lembramos dos absurdos e das mentiras sobre o coronavírus e sobre as vacinas que eram compartilhados desenfreadamente nas redes sociais. E o jornalismo teve um papel muito importante no sentido de combater essas mentiras. Mas, na minha opinião, considerando o pós-pandemia, não conseguimos muitos impactos quando olhamos os índices de vacinados no País, ainda baixos. É uma inversão absurda de qualidade de vida. Não estamos conseguindo transmitir a verdade, ou seja, que a vacina salva vidas, é importante”. A importância da autocrítica Helio Gama destacou que, diferentemente de muitos influenciadores, que produzem conteúdos muitas vezes duvidosos, sem qualquer compromisso com a verdade, os jornalistas, quando erram, corrigem tais erros, admitem, vão atrás de apurar melhor os fatos: “Jornalismo comete erros, fato. Mas o jornalismo corrige erros, admite, vai atrás. Em contrapartida, outros criadores de conteúdo não fazem isso, não corrigem. Essas pessoas que produzem conteúdo em massa nas redes sociais não têm esse cuidado. E isso mostra um pouco do porquê o jornalismo é o principal antídoto para a desinformação, e porque ele precisa ser financiado e existir”. Nesse sentido, Sergio Lirio refletiu sobre a importância de os jornalistas fazerem diariamente uma autocrítica. Para o redator-chefe da CartaCapital, o jornalismo é, ao mesmo tempo, a principal solução para combater as fake news, mas também um sistema que acaba, mesmo que indiretamente, contribuindo para a propagação da desinformação. “Fake news é muito mais complexo. O Helio Gama Neto

Edição 1.515 - pág. 9 ANOS maior problema é o grande sistema de desinformação para o qual o jornalismo, infelizmente, acaba contribuindo, com nossas imprecisões, por dar espaço a falas antidemocráticas, a busca incessante pelo impacto, pelo clique, deixando de lado um pouco a precisão”, disse Sergio. “Quando vemos que todo mundo, todos os outros veículos estão dando determinada notícia, imediatamente pensamos que precisamos dar também, o mais rápido possível, e esquecemos que é preciso checar, e a checagem não é algo simples e rápido de ser feito, deve ser criteriosa, profunda. Existe a pressão pela audiência, mas precisamos priorizar a checagem acima da rapidez e da audiência. Além disso, claro, quando erramos, admitidos e corrigimos o erro, mas na minha opinião fazemos o trabalho de correção com muito menos frequência do que deveríamos fazer”. Sergio usou como exemplo a Fox News, que apesar de ser um veículo tradicional e renomado, durante a pandemia propagou muitas mentiras e foi, nas palavras dele, um veículo de apoio a Trump de forma muito explícita. O redator-chefe da CartaCapital reiterou, mais uma vez, que o jornalista deve sempre ser imparcial e ouvir os dois lados, mas ao mesmo tempo não pode nunca abrir espaço para falas antidemocráticas, para pessoas cujas crenças e ideologias ferem a democracia. Para ele, não há condições de essas pessoas terem espaço em veículos, grandes ou pequenos: “Não há liberdade de expressão capaz de defender gente propagadora de mentiras, que hoje ocupa colunas em veículos importantes. Pluralidade é importante, claro, mas é importante colocar limites nessa pluralidade, principalmente quando pensamos em desinformação. Não se pode dar voz a narrativas falsas, teorias da conspiração, discursos de ódio. Pluralidade pode e deve ser exercida de diversas formas”. Ele também fez uma reflexão sobre as agências de checagem. Para Sergio, de fato, o trabalho de checagem de fatos é muito importante e essencial, mas é triste que elas devam existir, já que a checagem de informações é (ou deveria ser) um dos princípios básicos do jornalismo. E o fato de elas existirem mostra que os jornalistas não estão fazendo o trabalho de checagem como deveriam: “E, infelizmente, se olharmos para os impactos que as checagens dessas agências realizam, eles não são tão grandes assim. Fora que, assim como qualquer veículo jornalístico, essas agências também erram, o que abre margem para críticas, descrença no trabalho, entre outros. É isso que as pessoas precisam entender: o jornalismo é feito por humanos, e nós erramos também, todo mundo erra. Jornalismo é muito subjetivo, cada equipe, cada redação, define em conjunto as notícias que darão na edição, quais serão os destaques, e até mesmo as manchetes Sergio Lirio

Edição 1.515 - pág. 10 ANOS utilizadas, as palavras escritas, tudo é subjetivo e varia de veículo para veículo”. “Precisamos ser honestos. Para além do combate às fake news, estamos hoje em um combate pela preservação da civilização, e nunca devemos perder essa perspectiva”, declarou. “O buraco é mais embaixo. Segundo pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os brasileiros são os que têm mais dificuldade em diferenciar uma notícia verdadeira de uma falsa. E pior ainda: 85% dos entrevistados dizem se informar por redes sociais. Para efeito de comparação, em países como Japão e Alemanha, esse índice cai para cerca de 30%. Somos um país que é um grande laboratório das redes sociais”. Queda de interesse e regulamentação das redes sociais Outro ponto importante apontado por Sergio, e que está diretamente ligado à propagação de fake news, é a queda de interesse nos textos jornalísticos por parte dos leitores: “As pessoas leem só até o segundo parágrafo, e olhe lá. Depois, há queda de, imagino, perto de 70%

Edição 1.515 - pág. 11 ANOS de leitores. E só chegam até o final do texto cerca de 10%. É algo também para pensarmos. Se nossos textos conseguissem prender mais a atenção dos leitores, talvez conseguíssemos mostrar com maior êxito que o que as pessoas estão lendo seja a verdade, apurada e ética, diferentemente das besteiras recebidas no whatsapp ou em outra plataforma”. Além disso, há a questão da regulamentação das redes sociais, que se torna um grande paradoxo. Ao mesmo tempo em que pode ajudar o jornalismo no sentido do alcance da audiência e cliques, acaba prejudicando a imprensa ao permitir a propagação de fake news e informações distorcidas. “Muitas vezes somos mal interpretados. Muitos sites distorcem o que veículos tradicionais publicam”, disse Sergio. “É um princípio básico: qualquer Piotr Cichosz/Unsplash

Edição 1.515 - pág. 12 ANOS Anglo American empresa do mundo real deve se submeter às leis econômicas e jurídicas de um país. Por que as redes sociais não se submeteriam também? Usando uma metáfora, me parece que as redes sociais não são praça pública, e sim uma praça de alimentação, onde os poderosos e ricos decidem a organização das coisas”. Sergio levantou ainda a questão da ausência de uma lei voltada especificamente à imprensa e ao trabalho jornalístico: “A lei da imprensa, criada na ditadura e que foi derrubada − e obviamente deveria mesmo ser derrubada −, deixou uma lacuna, pois desde então os jornalistas não têm nenhum mecanismo forte e preciso de defesa judicial. O resultado é a grande quantidade de ataques e perseguição judicial ao trabalho jornalístico. Somos constantemente processados porque políticos e grandes empresas, citados em matérias, ‘não gostaram do que foi publicado’. E muitas vezes perdemos na justiça, somos condenados, nossas reportagens são censuradas e nosso trabalho colocado em xeque, apenas por trazermos informação para a sociedade”. • Desde 2022, 100% da energia elétrica utilizada é proveniente de fontes renováveis. • Redução de emissão de carbono até se tornar globalmente neutra em carbono. • Preservação de 32 mil hectares de florestas, entre Cerrado e Mata Atlântica. • Recuperação de nascentes da Bacia do Rio Santo Antônio, em Minas Gerais. • Compromisso com o Programa Araguaia, objetivando conter a erosão e melhorar o fluxo d’água do Rio Araguaia. Mais de 32 mil hectares de floresta preservada no Brasil Porque cuidar do meio ambiente é o nosso compromisso com o futuro. Foto: NITRO Histórias Visuais Proteger o meio ambiente é um exemplo do compromisso da Anglo American com a sustentabilidade, refletindo o cuidado e o respeito com a natureza. Conheça alguns dos projetos em prol do meio ambiente que estão transformando o futuro:

Edição 1.515 - pág. 13 ANOS Como combater a desinformação? Ana Dubeux refletiu sobre o papel dos próprios jornalistas no combate à desinformação. Muita coisa já está sendo feita, checagem de fatos, apurações criteriosas, correções, mas como ir além? Como cortar o mal pela raiz? “A gente precisa sentar e olhar organizações como o Instituto Palavra Aberta, que têm projetos decentes de combate à desinformação e apoiá-los”, disse a executiva do Correio Braziliense. “Além disso, é essencial também fazermos projetos de educação midiática para combater essas mentiras. Acho que essa é uma palavrachave: educação midiática. É importante também termos a humildade de admitir que é preciso que, enquanto imprensa, façamos mais nessa luta contra as fake news. Estive num evento do Palavra Aberta que para mim funcionou como um divisor de águas. Pensava, equivocadamente, que discussões que estávamos tendo eram suficientes. Mas não, o buraco é muito mais embaixo”. Ana destacou a necessidade de projetos e programas detalhados, que se aprofundem na discussão sobre como São as histórias que contam quem somos. 50 anos de histórias que cruzam o Brasil. Somos um ponto de encontro compartilhado pelo país inteiro. E a comunicação levou mais longe o que construímos de perto.

Edição 1.515 - pág. 14 ANOS combater e impedir a propagação da desinformação: “É preciso abrir um fórum mais detalhista e profundo, para combater o avanço dessas mentiras. A situação hoje é muito pior. O que temos feito como imprensa? Reconhecemos (ainda pouco) os erros, mas mais importante é termos consciência e nos posicionarmos. As pessoas, em especial os jovens e idosos, consomem muitas bobagens. As pessoas não sabem o que fazer com o que consomem. Leem e não entendem. E nós, por outro lado, temos essa falha de buscar sempre e incessantemente a audiência, correr para subir. Às vezes não há nada para postar, nada apurado, mas todo mundo está dando, e acabamos pensando ser vital dar também. A regra, infelizmente, é sair na frente, escandalizar e ganhar cliques, e isso prejudica muito essa luta contra Ana Dubeux Cenários mudam. E a Imagem Corporativa também.

Edição 1.515 - pág. 15 ANOS a desinformação. É preciso usar como metas a verdade e a credibilidade. Tudo isso é um convite, um alerta, para ouvirmos mais a turma especializada em educação midiática”. Para exemplificar o impacto de um trabalho jornalístico bem apurado, baseado em fatos, Ana falou sobre um projeto do Correio Braziliense sobre violência no trânsito que gerou muitas mudanças em Brasília e, acima de tudo, conscientizou a população sobre a gravidade do problema: “No início dos anos 1990, o Correio fez um trabalho, um case, sobre violência no trânsito. Naquele momento, os dados sobre mortos, sobre violência, eram alarmantes. Passamos a estampar nas capas os números de mortes, para chocar mesmo, fazer as pessoas conversarem, debaterem, como uma forma de conscientizá-las da grave a situação. Fizemos parcerias e uma campanha muito legal, ganhamos prêmios. E por quê? Porque paramos, mergulhamos nisso, apuramos, fomos atrás, foi um trabalho árduo e incessante de apuração e checagem. E essa campanha gerou frutos, como as faixas de trânsito, que passaram a ser mais usadas, além de ter conseguido também realizar cursos para educar sobre essa violência. E, No caminho da informação, a imprensa guia. No Brasil e no mundo, o trabalho da imprensa move conversas, amplia perspectivas e conecta pessoas ao que realmente importa. Neste Dia da Imprensa, a Uber reconhece e agradece o compromisso diário de quem escolhe informar com responsabilidade. Obrigada por contar as histórias que movem o mundo.

Edição 1.515 - pág. 16 ANOS ao mesmo tempo, tomamos muita porrada. As pessoas questionavam ‘por que estão publicando isso? A cidade está aterrorizada!’. É preciso, muitas vezes, sair do discurso e entrar na praticidade, no compromisso com a verdade. O imediatismo é o inimigo, fechamentos, a ânsia de ter que fechar a edição, o que entra e o que não entra, isso muitas vezes prejudica a apuração, o jornalismo de qualidade, bem-feito, com verdade”. Um dos caminhos apontados por Ana para aumentar a consciência e fortalecer o jornalismo sobre o problema das fake news é começar nas “bases”, incentivando os estagiários e jovens jornalistas que estão ingressando no mercado a checarem, apurarem informações, com afinco, com profundidade, com ética e verdade: “Muitos jovens querem trabalhar direto em TV. Um problema que sinto é que, por ser uma profissão desgastante, que exige uma dedicação maior, abrir mão de finais de semana, os jovens perdem interesse em fazer parte de um grupo como esse. Impresso é mais difícil ainda. Jovens querem aparecer na frente das câmeras, querem o sucesso imediato. Nós, os mais experientes, sabemos que isso demora, que é uma estrada longa. Mas para eles essas são condições nada atraentes, que acabam afastando o interesse pela profissão”. Também nesse contexto, Marília complementou que os jovens precisam ter paciência, aproveitar e desfrutar do processo do aprendizado, para terem uma formação e uma base mais sólida mais à frente: “Sinto que hoje os jovens são muito imediatistas, querem tudo já, para ontem. Mas a vida não funciona assim. O jornalista precisa de treino, precisamos treinar o estudante a como fazer apuração de notícias, como ir atrás delas. E a paciência é uma palavra-chave nesse contexto, de todas as partes, da empresa, do veículo, dos veteranos e dos estagiários. É essencial colocar isso na cabeça do jovem, que ele precisa participar de todo esse processo de aprendizado dentro de uma redação, largando o imediatismo”.

Edição 1.515 - pág. 17 ANOS Financiamento e problemas editoriais Ao serem questionados sobre como combater fake news quando elas muitas vezes são tratadas como políticas de estado, com origem em fontes oficiais, os debatedores ressaltaram a importância de questionar e apurar as informações antes de as publicar. E não deixaram passar a oportunidade de enfatizar o quanto é essencial que a sociedade, as empresas, os governos, apoiem e financiem o jornalismo de qualidade. Marília usou como exemplo a grande quantidade de desinformação que circulava durante o Governo Bolsonaro: “É difícil combater fake news quando elas vêm de fontes oficiais. Na época do Bolsonaro, por exemplo, precisávamos desmentir todo santo dia. Pensávamos: será que vale repercutir o que ele falou? Foi um período muito difícil no sentido de combater desinformação. Todo dia pensávamos: será que vale a pena dar voz a isso? Mas, por outro lado, é notícia, ele falou aquilo, então precisávamos mostrar, de forma crítica, e rebatendo com especialistas, cientistas etc. Infelizmente isso é da natureza de nosso trabalho e o que penso é que temos de lidar com isso sempre com franqueza”. Sergio complementou: “Esse comportamento é uma grande armadilha que muitos governos e empresas nos colocam: Todo dia achar alguma coisa nova para desviar a atenção da mídia. Governo Bolsonaro fez isso, o Trump faz isso. Ou seja, todo dia eles compartilhavam milhares de assuntos escandalosos, falavam bobagens inacreditáveis para desviar o foco da mídia, fazendo com que ela se dividisse e focasse em vários assuntos, atitudes, falas deles, e nenhum com a profundidade que os assuntos mereciam, ou até para desviar a atenção de outros temas que de fato Eu sou uma das feras da Printer Press e quero agradecer a você por nos indicar para a 2ª fase do TOP MEGA BRASIL 2025. VOTE AQUI

Edição 1.515 - pág. 18 ANOS Simpar mereciam a nossa atenção e espaço em nossas publicações”. Os debatedores conversaram ainda sobre o financiamento do jornalismo de qualidade, e como, muitas vezes, o conteúdo editorial entra em confronto com interesses empresariais e de patrocinadores. Ana declarou que é um problema que envolve não só os jornalistas, mas também quem consome as notícias: “A questão de patrocínio é complicada. Ao mesmo tempo que os veículos precisam de dinheiro, precisam sobreviver − até porque é muito difícil fazer jornalismo de qualidade, com apurações profundas, sem verba −, precisamos tomar muito cuidado com o espaço que damos a empresas nocivas, que apoiam e/ou divulgam fake news ou que prejudicam de alguma forma a população. Por outro lado, é preciso estimular as pessoas a terem consciência sobre onde eles estão buscando informações, pensar ‘onde estou indo, acessando, para me informar? Será que nesse site tem patrocínio de empresas duvidosas, que espalham mentiras?’ São algumas questões muito importantes para os próprios leitores pensarem”. A questão financeira também atinge a entrada de jovens jornalistas no mercado. Para a diretora do Correio Braziliense, a falta de financiamento e o fechamento de publicações renomadas decorrentes dessa perda de verba acabam desincentivando as novas gerações interessadas no jornalismo: “Como vamos atrair os jovens sem dinheiro, sem qualquer tipo de atrativo, para que venham trabalhar conosco? Como vamos elaborar e realizar cursos preparatórios de qualidade para eles, se não temos dinheiro? Não quero de forma alguma desanimar os presentes aqui neste importante evento, mas é um ponto para refletirmos, e a cada dia fica mais difícil”. Sergio foi além: “Acredito que nós, como imprensa, estamos muito presos a interesses empresariais. No caso do jornalismo ambiental, por exemplo, existe o greenwashing, entre vários outros fatores. A cobertura de clima, de grandes catástrofes cresceu significativamente nos últimos anos, e isso é ótimo. Mas nós ainda não medimos os impactos de fato. Tivemos várias tragédias recentemente, envolvendo empresas e marcas gigantescas, casos de Mariana e Brumadinho com a Vale, por exemplo. Nós não damos a devida importância ao que está por trás dessas grandes empresas. Gosto de brincar dizendo que o jornalismo é leão contra empresas públicas e ‘gatinho’ contra as grandes empresas privadas. É preciso questionar, mostrar o que está por trás, independentemente de patrocínios, de interesses financeiros. Devemos sempre pensar: o que podemos fazer para apoiar, ajudar, financiar jornalismo do setor privado sem interesses pessoais interferirem no conteúdo? Essa é uma grande questão”. Nesse contexto, Marília comentou sobre o caso específico da TV Cultura: “As pessoas precisam entender que a Cultura é uma TV pública e não uma TV governamental. Só que, em que pese essa característica, temos uma dependência imensa

Edição 1.515 - pág. 19 ANOS de verbas do governo e, com isso, quando elas são cortadas, como está acontecendo, nossa vida fica muito difícil. Passamos a sobreviver a duras penas. Vejam, o governo paga os CLTs, ou seja, cerca de 700 pessoas, mas nós somos quase 1.300 funcionários, pois trabalhamos também para a TV Câmara, TV Assembleia, vários produtos que dão retorno financeiro.eSó que esse ano houve corte da verba de custeio e com isso está difícil pagar contas básicas de limpeza, de luz. E como consequência, foi necessário descontinuar programas muito bons, por falta de verba”. “Outro problema também é o desprestígio por parte de agências de publicidade, patrocinadores”, complementou. “O Roda Viva, por exemplo, programa do qual fui uma das criadoras. Tem um super prestígio, imenso reconhecimento do mercado e das pessoas que dele participam. Mas esse interesse não é visto do mesmo jeito por agências publicitárias, que não consideram o programa em suas campanhas. E muitas vezes até vetam. Como fazer então para conseguir dinheiro? Esse é outro problema de difícil solução”. Assista a íntegra do debate no canal do Portal dos Jornalistas no YouTube. “A série de debates sobre o futuro do jornalismo, que o J&Cia está promovendo para comemorar os seus 30 anos, está sendo de fundamental importância para a imprensa fazer uma reflexão sobre os seus rumos e principais tendências. Esse último evento, que discutiu as fake news e a desinformação que grassa na mídia em geral, foi um dos mais relevantes debates no País, que levantou o tema que pode afetar todas as relações da nossa sociedade e no limite, abalar os pilares civilizatórios e a própria democracia brasileira, como foi consenso entre os debatedores. Evento de alto nível e com grande alcance nas principais redações do País. Todos os que trabalham com comunicação deveriam assistir.” − Jorge Görgen, jornalista, consultor e conselheiro em temas de reputação empresarial. “Achei o debate muito interessante, pois o tema é de extrema importância para o mundo de uma forma geral. Sabemos que a desinformação tem trazido diversos prejuízos à sociedade e, necessariamente, é preciso discuti-las nas diversas instâncias. E educação midiática é um dos caminhos para combater as desinformações que, hoje no Brasil, é disseminada em grande volume pelas redes sociais e, principalmente, pelo whatsapp. Acredito que não apenas o governo, mas organizações da sociedade civil, professores e jornalistas devem se unir, cada vez mais, para propor ações que procurem diminuir os prejuízos que as desinformações causam.” − Maria Elisabete Antonioli, coordenadora do curso de Jornalismo da ESPM. E quem assistiu, o que pensa? Jorge Görgen Maria Elisabete Antonioli

Edição 1.515 - pág. 20 ANOS Sobre os participantes Ana Dubeux está há mais de 27 anos no Correio Braziliense, onde é diretora de Redação. Natural de Recife, formou-se em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco. Em 1987, ainda muito jovem, mudou-se para Brasília. Atuou como repórter do Jornal de Brasília por seis anos. No final de 1997, assinou com o Correio Braziliense. Em sua trajetória na publicação, atuou como repórter, subeditora, editora executiva, chefe de Reportagem e colunista, até chegar ao cargo atual. Venceu prêmios como o Ayrton Senna na categoria Destaque Editor e o Esso na categoria Primeira Página. Recebeu no ano passado o título de Cidadã Honorária de Brasília. Marília Assef é diretora de Jornalismo na TV Cultura desde 2023, em sua terceira passagem pela emissora. Uma das criadoras do programa Roda Viva, formou-se em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero. Trabalhou na TV Globo nos anos 1980. Em 1989, foi para o Departamento de Jornalismo da TV Cultura. Posteriormente, dirigiu o Departamento de Jornalismo da RedeTV. Retornou à Cultura em 2010, onde atuou, por dois anos, como chefe de Redação. E em 2019, assinou mais uma vez com o canal, trabalhando como coordenadora Geral de Jornalismo. Em 2023, assumiu a direção de Jornalismo da emissora. Sergio Lirio está há 25 anos na CartaCapital. Formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo. Foi repórter de economia da Folha de S.Paulo. Trabalhou também na IstoÉ Dinheiro, como repórter de Finanças e subeditor da sucursal de Brasília. Chegou à CartaCapital em 2000, onde atuou como subeditor de Economia, editor de Política e secretário de Redação. Em 2007, assumiu o posto de redatorchefe da publicação. Hélio Gama Neto é diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Formado em Jornalismo pela PUCRS, foi repórter e editor-assistente da Agência Estado. Foi diretor-editor nos jornais Peleia e Oi e nas revistas Análi$e e Distribuição. Trabalhou também na Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul. Atualmente, além do trabalho na ANJ, é repórter, editor, consultor e assessor em comunicação do Conexão Comunicação.

Edição 1.515 - pág. 21 ANOS ANOS 30SEMANAS em Ano 15 – Edições 713 a 763 (out/2009 a set/2010) Uma grande reformulação no portal iG, com dezenas de contratações e a chegada de profissionais de peso para a sua equipe foi assunto recorrente, quase que semanal, ao longo do 15º ano de Jornalistas&Cia. O portal, que pouco antes contratara o diretor-geral Eduardo Oinegue para comandar uma profunda reformulação em seu projeto editorial, contou com investimento pesado para a montagem de uma superestrutura jornalística. Entre os primeiros nomes confirmados nessa nova fase estavam os de Tales Faria, que deixou o JB e o Rio para chefiar a Redação do iG em Brasília (ed. 713), e Cristiane Barbieri, que, após rápida passagem pelo então recém-lançado Brasil Econômico, aceitou o desafio de assumir o posto de editora executiva de Economia (ed. 714). Em cerca de seis meses foram quase 100 contratações, entre equipes fixa e temporária, neste caso para as coberturas de grandes eventos como Copa do Mundo e Eleições. Destaque para as chegadas de profissionais como Ana Lúcia Ribeiro, Viviane Zandonadi, Juliana Bianchi, Deborah Bresser, André Vieira, Érika Klingl, Fred Raposo, Lucas Ferraz, Matheus Leitão, Sheila Machado, Rodrigo de Almeida, Beatriz Amorim, Sabrina Lorenzi, Valmir Moratelli, Cláudio Gradilone, Cadão Volpato e Gustavo Gantois (ed. 716, 718, 720, 722, 723, 730, 732, 748 e 757). Investimento de um lado, crise de outro. Se no ano anterior o fim da Gazeta Mercantil foi a grande baixa para o jornalismo brasileiro, desta vez quem dava adeus, pelo menos em sua versão impressa, era o centenário Jornal do Brasil, que assim como a GZM era comandado pelo empresário Nelson Tanure. Em junho de 2010 Tanure comunicou ao mercado que deixaria a área de mídia e com isso encerraria o contrato de arrendamento da marca com a família Nascimento Brito, dona do jornal, algo similar ao que havia feito com a Gazeta no ano anterior. Neste caso, porém, a publicação permaneceu ativa em sua versão online e a última edição impressa circulou em 31 de agosto. Como protesto ao novo rumo do jornal, o icônico repórter fotográfico Evandro Teixeira pediu demissão quatro dias antes do fim do jornal, onde havia trabalhado por 47 anos (ed. 750, 752, 758, 759 e 760). Foi também um período intenso pelos lados do Grupo Traffic, de J. Hawilla, em São Paulo. Além de seguir ampliando sua rede Bom Dia de jornais, com os lançamentos das versões Oeste Grande SP, Itatiba, São José dos Campos e Taubaté (ed. 715, 716, 719 e 763), o grupo surpreendeu o mercado ao adquirir, no final de 2009, o Diário de S.Paulo, do Grupo Globo (ed. 715). J&Cia Ano 15: iG monta superestrutura e Jornal do Brasil dá adeus ao impresso Última edição do Jornal do Brasil circulou em 31 de agosto de 2010

Edição 1.515 - pág. 22 ANOS Ano 14 – Edições 662 a 712 (out/2008 a set/2009) Sob nova gestão, o jornal trouxe Leão Serva para ser seu novo diretor de Redação e investiu pesado nos meses seguintes em reforços para a equipe, no lançamento de um novo site e na criação de um novo projeto gráfico e editorial (ed. 716, 717, 721, 723, 728, 733, 751 e 752). Entre os lançamentos do período, destaque para a internacionalização de algumas marcas brasileiras, com destaque para a chegada de Exame a Angola (ed. 725), o licenciamento de títulos da Trip para uma editora alemã (ed. 732) e a estreia da TV Brasil Internacional na África (ed. 745). Na direção inversa, a Duetto trouxe ao Brasil a revista Lonely Planet, sob direção de Ronny Hein (ed. 715), e a Ejesa, em parceria com o jornal espanhol Marca, lançou em São Paulo o esportivo Marca Campeão (ed. 755 e 756). Pelo mercado, foi um período frutífero para as agências de comunicação, que apesar da crise global cresceram 19,5% em 2009 e registraram faturamento superior R$ 1,2 bilhão (ed. 721). Porém, houve retração entre os jornais impressos, que viram sua circulação cair 6,9% no mesmo período (ed. 729). E as novidades também foram intensas aqui pelos lados de Jornalistas&Cia, que além de um especial produzido por Nora Gonzalez sobre os dez anos do assassinato de Sandra Gomide por Pimenta Neves (ed. 757, 757A e 758), celebrou seus 15 anos com o Grande Baile da Imprensa e uma edição especial destacando o trabalho dos mais premiados repórteres de nosso tempo (ed. 760, 761, 762 e 763A). Esse especial, inclusive, deu início ao processo de lançamento, no ano seguinte, do Ranking dos +Premiados da Imprensa Brasileira, mas isso é assunto para outra edição... Últimas n Iniciativa conjunta deste J&Cia com os portais Neo Mondo e 1Papo Reto e com a Rede JP (Jornalistas Pretos) de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação, a edição 2025, a terceira da série histórica, do prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira será realizada no dia 10 de novembro e terá como palco o Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. u A cessão do espaço para a premiação, que nos dois anos anteriores foi realizada respectivamente na Unibes Cultural, no bairro do Sumaré, e no Itaú Cultural, na av. Paulista, foi uma iniciativa do vereador Eliseu Gabriel. u Nas próximas semanas os organizadores anunciarão o calendário completo da premiação, incluindo as datas em que ocorrerão os dois turnos de votação, e as marcas que estarão apoiando a iniciativa. Mais informações com Oscar Luiz, pelo 11- 98234-4344. Edição 2025 do prêmio +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira já tem data e local definidos

Edição 1.515 - pág. 23 ANOS n Flow News, projeto de notícias do Grupo Flow, anunciou na semana passada o fim de suas atividades. Em comunicado publicado em 30/5, a equipe do telejornal, que estava há dois anos no ar, explicou que o projeto terá um novo formato, ao lado dos outros produtos do grupo. u Diz o comunicado: “Ao longo de dois anos, o Flow News discutiu notícias com responsabilidade, pluralidade, bom humor e, claro, sempre carregando o jeito Flow. Tivemos programas incríveis, com grandes comunicadores que compartilhavam o mesmo propósito. Foram mais de 1.200 episódios, 278 mil inscritos e mais de 45 milhões de visualizações no YouTube. Até mesmo promovemos o primeiro debate totalmente online com os candidatos à prefeitura de São Paulo, em um formato inédito e inovador. Fizemos história! Agora, é hora de encerrar um ciclo para iniciar algo novo. O Flow News ganhará um novo formato dentro do Grupo Flow, então fique de olho”. u Faziam parte do Flow News profissionais como Carlos Tramontina, Gloria Vanique, André Marinho, Carol Moreira, Marcela Rahal e Paulo Cruz. Criado em 2023, o projeto tinha como objetivo ser o canal de notícias do Grupo Flow, informando com “abordagem plural, bem-humorada e com estilo informal”. Últimas Flow News encerra atividades depois de dois anos no ar n Luís Augusto Carneiro da Costa, conhecido como Luisinho Costa, radialista da Rádio Comunitária Guarany FM, foi assassinado a tiros em 27/5, em Abaetetuba, no Pará, no seu local de trabalho, enquanto apresentava um programa ao vivo. Os tiros puderam ser ouvidos em tempo real por quem acompanhava a transmissão. A vítima morreu no local. u Segundo a Polícia do Pará, dois homens encapuzados entraram nas dependências da Guarany FM e perguntaram por Luís Costa. Em seguida, ao encontrarem o radialista, um deles atirou várias vezes na cabeça de Luís. Recentemente, a polícia prendeu um dos homens que admitiu o crime e contou que teve desavenças com Luís relacionadas à organização de eventos na região. u Com mais de duas décadas de atuação como radialista na Guarany FM, Luisinho Costa era também DJ, produtor de eventos e empresário. Ficou conhecido por divulgar grandes eventos de Abaetetuba, contribuindo para o crescimento de festas e atrações na região. É um dos fundadores do bloco carnavalesco Me Namora. Casado desde 1998, deixa a esposa e uma filha. RSF pede proteção aos jornalistas da região Amazônica n Entidades defensoras do jornalismo lamentaram o assassinato de Luisinho Costa. A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) declarou que o crime ocorreu em um contexto de diversos ataques e violações à liberdade de imprensa na região amazônica. A entidade, que pediu que as autoridades brasileiras garantam a proteção dos jornalistas que atuam na região, destacou o relatório Amazônia: Jornalismo em Chamas, publicado em setembro de 2023. u Segundo a RSF, o relatório evidencia a “crescente hostilidade enfrentada por jornalistas que cobrem temas locais, como conflitos fundiários, corrupção e crimes ambientais − incluindo ameaças de morte, agressões físicas, ataques armados e assédio judicial”. Nacionais Radialista é executado a tiros no Pará; RSF pede proteção aos jornalistas da região Amazônica Luisinho Costa Redes sociais

Edição 1.515 - pág. 24 ANOS Nacionais n A revista Placar anunciou uma série de novidades que incluem o relançamento de sua assinatura impressa, uma nova plataforma digital com acervo exclusivo de edições de anos anteriores, e o Clube Placar, programa de benefícios físicos e digitais. As novidades fazem parte de uma nova fase da publicação, que se reposiciona como hub de conteúdo sobre futebol. u O Clube Placar é um projeto que oferece aos leitores diferentes planos de assinatura com benefícios. O plano Arquibancada dá acesso à revista digital do mês e a um acervo inédito com mais de 40 edições publicadas entre 2018 e 2025, por R$ 14,90 mensais. Já o plano Cadeira Cativa, que custa R$ 29,90 ao mês, oferece os mesmos benefícios do plano Arquibancada, com a inclusão da versão impressa da revista, que será entregue na casa do assinante. As novidades estão valendo desde abril, a partir da edição de número 1.523, cuja capa destacou Raphinha, do Barcelona e da seleção brasileira. Com retorno de assinaturas impressas e acervo exclusivo, Placar reposiciona-se como hub de conteúdo sobre futebol AGRO Patrocínio n Está em fase final de planejamento o Show do Agro, novo talk show sobre agronegócio que irá ao ar pela RedeTV e pelas plataformas de YouTube, Instagram, TikTok e Kwai. O projeto, ainda guardado a sete chaves, terá episódios semanais de 30 minutos na televisão e versões estendidas nas plataformas digitais. E mais... n Está aberto o credenciamento de imprensa para a Feicorte 2025, que será realizada na cidade de Presidente Prudente (SP), de 17 a 21 de junho. Na inscrição, é necessário selecionar a opção Imprensa no campo “Cargo / Profissão”. n Na próxima terça-feira (10/6) a Rede de Jornalistas Agro – Agrojor promove às 10h debate para seus associados sobre o tema Narrativas que conectam: o papel do jornalista na comunicação corporativa, com análise do Anuário da Comunicação Corporativa. Participam Eduardo Ribeiro, diretor da Mega Brasil e deste J&Cia, e Felipe Fonseca, gerente de Comunicação Externa Global na Cargill, com mediação de Ana Sampaio, diretora da Culture Comunicação e da Agrojor. O evento será online, via Zoom, com link de acesso enviado por e-mail aos associados. n A Attuale Comunicação, de Mariele Previdi, assumiu nas últimas semanas os atendimentos da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), da Mesa Global da Soja Responsável (RTRS, na sigla em inglês) e da empresa global de serviços financeiros StoneX. Para dar suporte ao atendimento, chega à equipe da agência Valéria Campos, que atuou por 12 anos como repórter e editora da revista Feed & Food. Attuale conquista novas contas e reforça equipe Valéria Campos RedeTV prepara lançamento de talk show semanal

Edição 1.515 - pág. 25 ANOS Por Luciana Gurgel, especial para o J&Cia Parceiro de conteúdo Esta semana em MediaTalks Para receber as notícias de MediaTalks em sua caixa postal ou se deixou de receber nossos comunicados, envie-nos um e-mail para incluir ou reativar seu endereço. PBS, maior rede de TV educativa dos EUA, é mais uma a processar governo Trump por cortes de verba na mídia de serviço público. Leia mais A Meta vai oferecer uma ferramenta capaz de automatizar completamente a criação e segmentação de anúncios com inteligência artificial até o final de 2026, permitindo que marcas forneçam apenas uma foto do produto e um orçamento para a IA gerar o anúncio completo, incluindo imagem, vídeo e texto. A revelação foi feita em 2/6 pelo Wall Street Journal (WSJ) e não foi confirmada imediatamente pela empresa, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp. Mas declarações recentes de seu CEO, Mark Zuckerberg, apontam para a personalização de conteúdo pago usando IA. Caso a Meta avance nesse projeto, ele pode representar uma mudança estrutural no modelo tradicional de publicidade. Assim como os veículos de mídia perderam receita e mergulharam em uma crise profunda de sustentabilidade financeira quando plataformas digitais começaram a vender anúncios diretamente para anunciantes, agências de publicidade podem enfrentar um impacto similar. Com a Meta oferecendo um sistema no qual a própria IA cria campanhas sob demanda, grandes grupos publicitários podem ver sua relevância reduzida, já que os anunciantes terão acesso direto à tecnologia sem necessidade de intermediários. Além da automatizar a criação, o sistema da Meta permitirá que os anunciantes personalizem anúncios em tempo real com base em fatores como geolocalização. Isso significa que um mesmo anúncio pode ser exibido de formas diferentes dependendo da localização do usuário, em paisagens associadas ao lugar em que a pessoa estiver. No mesmo dia 2, o grupo Publicis fechou com queda de 3,64% no valor de suas ações. O WPP recuou em 1,3%, e o Omnicom perdeu 2,93%. Mas essa dinâmica pode não ser tão simples na vida real. Grandes anunciantes dificilmente abrirão mão da estrutura de uma agência, enquanto os menores poderão sentir-se mais inclinados a voar sozinhos, afetando as pequenas empresas de propaganda. Já agências de comunicação poderão ter mais recursos para oferecer criação de anúncios aos clientes em campanhas institucionais. Leia a matéria completa em MediaTalks. WSJ revela que Meta vai oferecer recurso de criação de anúncios com IA diretamente a marcas: o que pode acontecer com o mercado de agências? Vietnã censura edição da The Economist com líder político na capa e impede venda nas bancas. Leia mais Dia Mundial do Meio Ambiente: como o Papa Leão XIV pode usar a comunicação no combate à crise climática. Leia mais Jornalistas nicaraguenses exilados pedem nacionalidade espanhola após proibição de renovar passaportes: “morte civil”. Leia mais

Edição 1.515 - pág. 26 ANOS Vaivém das redações Édria Caroline n O apresentador Rafael Ihara (contato. [email protected]) está de saída do Times Brasil CNBC. Ele atuou até março como âncora do telejornal Agora, focado na cobertura de economia e finanças nacionais e internacionais, e desde então vinha trabalhando em um novo projeto na emissora. u Antes do canal, Rafael foi repórter do Grupo Globo por seis anos. Trabalhou também na FSB Holding como editorchefe da Bússola Exame, plataforma de produção de conteúdo sobre economia, negócios e reputação, e é diretor-geral e fundador da plataforma Oriente Educação. u Outro que também deixou a emissora foi o editor de texto Airton Salles Jr., que fechou com a BandNews TV para atuar na edição de textos da emissora. Antes, trabalhou como repórter, apresentador e editor em SBT, Grupo RBS e TV TEM (afiliada da Globo em Itapetininga, no interior de São Paulo). u E quem começou por lá como produtora é Beatriz Inoue. Ela estava há quatro anos no Grupo Flow, onde desde o começo de 2023 era produtora executiva dos programas Flow News, Portas Abertas, Tramonta News e Bom Dia Flow. u Também Natalia Manginelli começou na Times Brasil | CNBC como coordenadora de Digital e Notícias. Ela estava há três anos e meio no portal Terra, como produtora e conteúdo e apresentadora do programa Sala de TV e do videocast Degusta e antes passou por Estadão, Record TV e Grupo Bandeirantes. Brasília n Tales Faria é novo editor no Correio da Manhã. Chega para trabalhar com Rudolfo Lago, diretor em Brasília, e cuidar da edição online. Hoje calcado no impresso, o digital vai ganhar vídeos – e um estúdio semelhante ao que existe na edição da TV Correio da Manhã em Petrópolis. Minas Gerais n Isabella Gouveia é a nova repórter multimídia do Grupo Itatiaia. Ela vinha atuando há um ano e meio como repórter da Brazilian Traffic Network. Tales Faria Isabella Gouveia São Paulo Rafael Ihara deixa o Times Brasil | CNBC Rafael Ihara Beatriz Inoue Natalia Manginelli E mais... n Promoções na Forbes Brasil: Jasmine Olga, que há quase um ano era subeditora do Forbes Money, assumiu a vaga de editora da plataforma, enquanto Giovanna Simonetti, há quase quatro anos na publicação, passou a sub de Lifestyle. n Giulianna Iodice assumiu a Direção de Redação da revista Versatille. Ela acumula quatro anos e meio na casa, onde ultimamente era editora-chefe, e antes passou pela Forbes Brasil e revista Wish. n Julia Carneiro começou em março na Esquire como editora digital. Com passagens por Glamour, Marie Claire, Boa Forma, Claudia e M de Mulher, ela vinha atuando até o começo do ano como coordenadora de conteúdo na All Set no atendimento aos shoppings Iguatemi, JK Iguatemi e Iguatemi 365. Jasmine Olga Giovanna Simonetti Giulianna Iodice Julia Carneiro

Edição 1.515 - pág. 27 ANOS Vaivém das redações Mudou de emprego? Teve alguma movimentação ou novidade recente em sua redação? Envie a sugestão para nós pelo [email protected]. n Lisa Gomes, que por 12 anos integrou a equipe de reportagem do TV Fama, da RedeTV, foi contratada pelo SBT, onde estreará na próxima semana como repórter do novo Aqui Agora. n Sérgio Quintella deixou a Veja São Paulo, onde trabalhou oito anos, em duas passagens, e começou em O Globo como repórter da sucursal paulista. Ele também passou por Veja, Rádio Estadão e Grupo Bandeirantes. n Sílvia Pacheco Haidar foi promovida a editora de Saúde, Equilíbrio e do projeto Todas na Folha de S.Paulo. Há quase 15 anos no jornal, ela vinha atuando nos últimos dois como editora assistente nas mesmas editorias. Lisa Gomes Sérgio Quintella Sílvia Pacheco Haidar EM AÇÃO A Rede JP é uma rede de jornalistas negros, indígenas e periféricos do Brasil e do exterior focados em tornar a comunicação social mais diversa e representativa em toda a sua estrutura. Atuamos com os pilares de representatividade, educação e oportunidade. Conheça o nosso banco de talentos e acesse as nossas redes: @ RedeJP | Linktree. Construir vínculos e inspirar as pessoas: é para isso que existimos. Faça parte da nossa rede: [email protected] R E D E Esta coluna é de responsabilidade da Jornalistas Pretos – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação Na semana do Dia Nacional da Liberdade de Imprensa (7/6), o Brasil registrou um avanço importante: subiu quase 20 posições no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2025, elaborado pela Repórteres Sem Fronteiras, ocupando agora o 63º lugar entre 180 países. A nota nacional também aumentou, refletindo um ambiente político menos hostil e uma queda nos episódios de violência contra jornalistas. Apesar disso, o país segue enfrentando desafios estruturais, como a concentração midiática, a falta de políticas públicas de fomento à mídia independente e o domínio das big techs sobre a receita publicitária. Leia a reportagem completa. Rede JP Liberdade de imprensa: Brasil sobe no ranking, mas alerta permanece

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