Jornalistas&Cia 1515

Edição 1.515 - pág. 16 ANOS ao mesmo tempo, tomamos muita porrada. As pessoas questionavam ‘por que estão publicando isso? A cidade está aterrorizada!’. É preciso, muitas vezes, sair do discurso e entrar na praticidade, no compromisso com a verdade. O imediatismo é o inimigo, fechamentos, a ânsia de ter que fechar a edição, o que entra e o que não entra, isso muitas vezes prejudica a apuração, o jornalismo de qualidade, bem-feito, com verdade”. Um dos caminhos apontados por Ana para aumentar a consciência e fortalecer o jornalismo sobre o problema das fake news é começar nas “bases”, incentivando os estagiários e jovens jornalistas que estão ingressando no mercado a checarem, apurarem informações, com afinco, com profundidade, com ética e verdade: “Muitos jovens querem trabalhar direto em TV. Um problema que sinto é que, por ser uma profissão desgastante, que exige uma dedicação maior, abrir mão de finais de semana, os jovens perdem interesse em fazer parte de um grupo como esse. Impresso é mais difícil ainda. Jovens querem aparecer na frente das câmeras, querem o sucesso imediato. Nós, os mais experientes, sabemos que isso demora, que é uma estrada longa. Mas para eles essas são condições nada atraentes, que acabam afastando o interesse pela profissão”. Também nesse contexto, Marília complementou que os jovens precisam ter paciência, aproveitar e desfrutar do processo do aprendizado, para terem uma formação e uma base mais sólida mais à frente: “Sinto que hoje os jovens são muito imediatistas, querem tudo já, para ontem. Mas a vida não funciona assim. O jornalista precisa de treino, precisamos treinar o estudante a como fazer apuração de notícias, como ir atrás delas. E a paciência é uma palavra-chave nesse contexto, de todas as partes, da empresa, do veículo, dos veteranos e dos estagiários. É essencial colocar isso na cabeça do jovem, que ele precisa participar de todo esse processo de aprendizado dentro de uma redação, largando o imediatismo”.

RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==