Edição 1.515 - pág. 7 ANOS da Associação Nacional de Jornais (ANJ). Na plateia, executivos de jornalismo e da comunicação corporativa, além de estudantes de jornalismo da ESPM. Destaque para a diferença de gerações na plateia, o que mostra que a luta contra a desinformação é um tema de interesse para todos, desde os comunicadores mais experientes, com anos de redação, até os jovens estudantes, que ainda vão ingressar no mercado do jornalismo. Ao abrir o evento, Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia, declarou: “O jornalismo como pilar da vida democrática tem sido alvo de desconfiança e ataques. Mas também é verdade que nunca foi mais importante fazer jornalismo com J maiúsculo, com ética e compromisso com a verdade. Além de combater a mentira, nosso papel é inspirar confiança e credibilidade junto ao público. Os colegas convidados hoje vivem isso diariamente, com a missão de trabalhar e informar com veracidade”. “A ideia é debater como a desinformação afeta o nosso trabalho, nossas carreiras, nossos negócios”, afirmou o mediador Hélio Gama Neto. “Importante também refletir como os jornalistas podem e devem enfrentar essas fake news, como buscar o jornalismo verdadeiro e ético que nos é tão precioso. A ONU considera a desinformação como o mal do século, pois ela gera dúvidas, incertezas, enfraquece a democracia e divide sociedades”. Educação x informação Logo no início do debate, Marília trouxe dados da edição 2024 do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), que evidenciam a relação entre a educação e a capacidade (ou falta de) de interpretar textos e notícias. O estudo, iniciado em novembro de 2024 e finalizado em fevereiro deste ano, mostrou que, nos últimos seis anos, houve pouca ou quase nenhuma melhoria no índice de alfabetização do Brasil. “Mas para além desse panorama trágico, é importante prestar atenção aos dados referentes ao uso das redes sociais”, alertou Marília. “Entre analfabetos funcionais, 86% usam whatsapp, 72% usam facebook e 31% usam instagram. E desses analfabetos funcionais, 92% enviam mensagens escritas e 84% compartilham textos enviados por outros usuários. Aí vemos o alcance das fake news: os analfabetos funcionais não conseguem interpretar notícias, texto, não conseguem saber a diferença entre opinião e noticiário, não sabem exatamente o que estão lendo, não conseguem interpretar. O que eles recebem, passam para a frente sem nenhum tipo de checagem, até porque checagem exige conhecimento, não se faz de qualquer jeito, coisa que o jornalista está acostumado a fazer sempre, e isso nos diferencia da informação que é simplesmente passada para a frente”. Marília Assef
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