Jornalistas&Cia 1520

Edição 1.520 - pág. 2 ANOS ANOS 30SEMANAS em Ano 20 – Edições 968 a 1.019 (out/2014 a out/2015) No ano em que celebrou seu 20º aniversário, Jornalistas&Cia reuniu jovens jornalistas participantes do programa Repórter do Futuro, da Oboré, para entender como a nova geração enxergava o jornalismo da década seguinte. Era um período de grande incerteza. A imprensa, que havia acabado de passar meses no fogo cruzado dos protestos iniciados em junho de 2013, voltava a mergulhar em mais uma profunda crise em seu modelo de negócios, com demissões em massa e fechamento de publicações. Segundo um levantamento do Volt Data Lab (ed. 1005), mais de mil jornalistas haviam sido demitidos em cerca de 50 redações desde 2012. Apenas naqueles 12 meses, J&Cia noticiou “passaralhos” nas redações de Folha de S.Paulo (ed. 973 e 995), Diário de Pernambuco (ed. 992), Estadão (ed. 994 e 995), Veja BH e DF (ed. 996), CartaCapital (ed. 998), Band Minas (ed. 999), iG (ed. 1000), R7 (ed. 1007), O Tempo (ed. 1010), RedeTV (ed. 1011), O Dia (ed. 1013), Gazeta do Povo (ed. 1013) e Infoglobo, atingindo os jornais O Globo, Extra e Expresso (ed. 982 e 1015). Em alguns casos, os cortes resultaram inclusive no fim de publicações tradicionais, como os jornais Diário do Comércio de São Paulo (ed. 973) e Brasil Econômico (ed. 1008 e 1009), em suas versões impressas, e das revistas Gula (ed. 985) e IstoÉ Gente (ed. 989). Mas a mesma crise que abalava a mídia tradicional também trazia a semente de um novo jornalismo, com novas abordagens, plataformas, enfoques, modelos de negócios e, sobretudo, novos pensamentos. O assunto foi inclusive tema de um artigo J&Cia Ano 20: o Jornalismo entre a crise e as oportunidades na visão dos “repórteres do futuro” produzido pela jornalista estadunidense Kiratiana Freelon, publicado no Observatório da Imprensa e repercutido na edição 1005, que destacou o nascimento de diversas startups de jornalismo independente no País e atribuiu esse movimento à crise na mídia tradicional. Dentre as novidades que davam uma oxigenada no mercado, algumas ainda tinham por trás grupos de mídia tradicionais, como os casos do site M de Mulher, da Editora Abril (ed. 972), e da revista Auto Fácil, da Editora Escala (ed. 1001). Mas, pela primeira vez na história dos 20 anos de J&Cia, a maioria dos lançamentos foi de projetos comandados por jornalistas, como O Antagonista, de Diogo Mainardi e Mario Sabino (ed. 981); do Marco Zero, de Recife, que nasceu com a proposta de ser um espaço para desenvolver um jornalismo independente, colaborativo e sem fins lucrativos (ed. 1005); e da agência de checagem Aos Fatos, de Tai Nalon e Rômulo Collopy (ed. 1007). Mas, em termos de abertura de novos postos de trabalho, nenhum lançamento foi igual ao do portal Metrópoles, projeto bancado pelo empresário e ex-senador Luiz Estevão. A plataforma nasceu em Brasília com uma estrutura composta por quase 100 funcionários, metade deles jornalistas (ed. 1003, 1014 e 1017). Foi nesse contexto que os nove “repórteres do futuro”, sob a batuta do incansável Sergio Gomes, da Oboré, foram as estrelas do Especial Dia do Jornalista (ed. 994). Dentre os participantes, alguns nomes já começavam a se destacar no mercado, entre eles Victor Ferreira, que integrava o time do Profissão Repórter, de Caco Barcellos. Reunião da equipe de J&Cia com os “Repórteres do Futuro” Reputação é resultado e vice-versa

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