Edição 1.525 - pág. 4 ANOS ANOS 30SEMANAS em Ano 25 – Edições 1.222 a 1.275 (set/2019 a set/2020) Reputação é resultado e vice-versa Jornalistas&Cia comemorou, em setembro de 2020, seu 25º aniversário, um grande feito que deveria ter sido marcado por alegria e celebração, mas infelizmente não foi isso que aconteceu. Foi um período em que registramos algumas das notícias mais tristes e desanimadoras para o mercado da comunicação, que via aumentar o número de ataques à imprensa e de propagação de fake news – incentivadas, em sua maioria, pelo Governo Bolsonaro –, e que então também enfrentava um novo inimigo: a pandemia de Covid-19. Com frequência quase semanal, registramos os ataques do então presidente Jair Bolsonaro, fossem eles de cunho xenófobo, como quando disse “essa japonesa que eu não sei o que faz no Brasil”, referindo-se a Thais Oyama, autora do livro Tormenta – O governo Bolsonaro: Crises, intrigas e segredo (Ed. 1240); misógino, como “ela queria dar o furo contra mim”, falando sobre a repórter Patrícia Campos Mello; além de pedir para jornalistas calarem a boca em diversas coletivas no Palácio da Alvorada (ed. 1255). Também apareceram nas páginas de J&Cia casos de agressão física cometidos por seus apoiadores, como o do repórter fotográfico Dida Sampaio, que levou socos e chutes durante cobertura de um ato bolsonarista em frente ao Palácio do Planalto (ed. 1255). Mas um dos casos mais emblemáticos ocorreu justamente em meio à pandemia de Covid-19. Em J&Cia Ano 25: a imprensa resiste e contra-ataca julho de 2020, ao anunciar que estava com a doença, o então presidente reuniu jornalistas para uma coletiva de imprensa e retirou a máscara de proteção durante o encontro, colocando em risco a saúde dos profissionais (Ed. 1264). A Associação Brasileira de Imprensa chegou a apresentar uma notícia-crime contra ele no Supremo Tribunal Federal. Um levantamento da Abraji, publicado na edição 1251, indicava que cerca de 70% dos ataques à imprensa em 2020 vieram de agentes públicos. Duas edições depois (1253), J&Cia destacou um estudo da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) sobre violações da liberdade de imprensa no Brasil, analisando a postura do presidente Jair Bolsonaro com a imprensa nacional. Os dados mostraram que Bolsonaro direcionou 32 ataques à imprensa nos primeiros três meses do ano, o equivalente a um ataque a cada três dias. Um vírus mortal também para jornalistas Outro assunto que (infelizmente) foi muito destacado ao longo do 25º ano de J&Cia foi a pandemia de Covid-19 e como as redações se adaptaram ao isolamento social, trabalho e coberturas à distância, demissões e às incertezas de um vírus à época ainda desconhecido. A primeira vez que o termo “Covid-19” apareceu nas páginas de J&Cia foi na edição 1245, de 27 de fevereiro a 3 de março de 2020, dias antes da Organização Mundial da Saúde (OMS) elevar a doença à condição de pandemia. Em decorrência do isolamento social, Bolsonaro Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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