Edição 1.528 - pág. 9 ANOS Nacionais n Luís Fernando Verissimo morreu em 30/8, aos 88 anos, em Porto Alegre, sua cidade natal. Ele estava internado há cerca de três semanas no hospital Moinhos de Vento, com uma pneumonia, e o quadro se agravou. Enfrentava sérios problemas de saúde, como o mal de Parkinson e cardiopatias, desde 2021, quando sofrera um AVC. O corpo foi velado no mesmo dia, em cerimônia aberta ao público na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Mais tarde, o sepultamento, restrito à família, ocorreu no cemitério São Miguel e Almas. Verissimo deixa viúva e três filhos. u Filho do escritor Érico Verissimo, mudou-se aos 16 anos, com a família, para os Estados Unidos, onde o pai trabalhou como professor na Universidade da Califórnia. Lá desenvolveu o amor pelo jazz, tornandose mais tarde saxofonista. Ele próprio descreveu seu início de carreira, numa entrevista para a revista Época: “Comecei a escrever tarde, com mais de 30 anos. Até então só tinha feito traduções do inglês e não tinha a menor intenção de ser jornalista ou escritor. Quando me deram um espaço assinado no jornal, eu, por assim dizer, me descobri. (...) O resto, os contos e os romances são decorrências do trabalho como cronista”. Assim, manteve colunas e tiras em O Estado de S. Paulo, O Globo, Veja e Zero Hora. u Sua versatilidade para transitar, com muita qualidade, entre a crônica, o romance, os quadrinhos e os livros infanto-juvenis, fez dele um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea, como definiu Felipe Souza, da CNN. Veríssimo teve mais de 70 livros publicados e 5,6 milhões de exemplares vendidos. Foi ainda roteirista de programas de sucesso para a Globo. Torcedor apaixonado do Internacional de Porto Alegre, com frequência escrevia sobre futebol em suas colunas diárias de jornais e em livros. “Sou um gigolô das palavras. Vivo à custa delas. E tenho com elas a exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas”, resumiu ele, com o costumeiro humor. (Ver Memórias da Redação, na pág. 34) n O Amazônia Vox lançou um banco gratuito de fontes com foco na Amazônia. O projeto, apoiado pelo Instituto Serrapilheira, tem mais de 1.200 nomes cadastrados, contendo perfis e contatos de especialistas, pesquisadores e vozes locais. A ideia é ampliar a visibilidade do trabalho de profissionais que veem de perto os problemas socioambientais da região, além de valorizar o conhecimento produzido na Amazônia. u O banco pode ser acessado gratuitamente. A ferramenta permite a consulta por fontes por meio de filtros como nome, cidade e área de atuação e conhecimento. O objetivo é facilitar a conexão entre jornalistas e especialistas em áreas como meio ambiente e biodiversidade, história, cultura e saúde, além de representantes da sociedade civil, lideranças indígenas, entre outros. A plataforma também permite a inscrição autônoma de pesquisadores, instituições e coletivos locais. A equipe do Amazônia Vox avalia e autoriza a inclusão na base do site. u Acesse o banco de fontes aqui. Morre Luís Fernando Verissimo, do texto e traço com olhar atento e fina ironia “A morte é uma sacanagem. Sou cada vez mais contra”, dizia Luís Fernando Veríssimo Bruno Veiga/Divulgação Banco gratuito de fontes sobre a Amazônia reúne mais de 1.200 especialistas e vozes locais Dylan Shaw/Unsplash
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