Jornalistas&Cia 1529

Edição 1.529 - pág. 10 ANOS Últimas n A newsletter semanal Cartas Marcadas, do Intercept Brasil, denunciou nesta semana uma série de restrições que os jornalistas estão enfrentando para atuar na cobertura da Câmara dos Deputados. O texto, produzido pelo editor Paulo Motoryn e pelo repórter Thalys Alcântara, trouxe detalhes de como o deputado federal Hugo Motta, está criando barreiras físicas para limitar o trabalho de jornalistas e blindar sua atuação como presidente da Câmara dos Deputados. u No final de agosto o parlamentar já havia criado um corredor exclusivo com cavaletes para que caminhasse isolado dos jornalistas, além de montar um cercadinho para distanciá-los da cobertura de reuniões. As medidas rompem o direito de os jornalistas circularem livremente dentro da Câmara, impedindo que a imprensa questione os parlamentares sobre as pautas da casa. u A limitação teria ocorrido depois que Motta foi questionado pelo repórter Maniel Marçal, do Metrópoles, sobre um esquema de “rachadinhas” que funcionaria dentro de seu gabinete. O deputado ignorou as perguntas do repórter, que chegou a ser empurrado com truculência por seguranças para longe do parlamentar. u Na semana passada, uma barreira de seguranças também foi criada para impedir que a imprensa se aproximasse – e perguntasse, por exemplo, sobre o avanço da pauta da anistia. u Ainda sobre a Cartas Marcadas, a newsletter lançada há menos de três meses já enfrenta seu primeiro processo de censura. Por decisão do juiz Felipe Agrizzi Ferraço, da 2ª Vara Cível da Comarca de Imbituba, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, a plataforma foi obrigada a remover o conteúdo de sua edição de 12 de agosto. “A reportagem censurada envolve pessoas que ocupam cargos como servidores públicos na elite do funcionalismo público federal”, explica Paulo Motoryn. “Ela foi feita como manda o jornalismo: com base em documentos oficiais, dados públicos, apuração em campo e entrevistas – inclusive com a pessoa que pediu a censura à justiça”. Imprensa enfrenta restrições na cobertura na Câmara dos Deputados n Foi lançada em 9/9 a primeira parte da série A mão invisível das Big Techs. Ao longo de nove meses, 17 organizações de jornalismo, lideradas pela Agência Pública e pelo Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP), investigaram e produziram reportagens sobre as estratégias de influência das chamadas Big Techs na política de 13 países. u A investigação colaborativa e transfronteiriça conseguiu identificar quase três mil ações de lobby envolvendo o setor realizadas em parlamentos e governos de todo o mundo, incluindo o Brasil, onde foi responsável por barrar o PL das Fake News. u Além da Pública, participaram pelo Brasil ICL Notícias e Núcleo, que se juntaram às organizações Crikey (Austrália), Cuestión Pública (Colômbia), Daily Maverick (África do Sul), El Diario AR (Argentina), El Surti (Paraguai), Factum (El Salvador), Investigative Journalism Foundation – IJF (Canadá), LaBot (Chile), LightHouse Reports (Internacional), N+Focus (México), Primicias (Equador), Tech Policy Press (EUA) e Tempo (Indonésia). O projeto tem o apoio da Repórteres Sem Fronteiras e da equipe jurídica El Veinte, e identidade visual da La Fábrica Memética. Projeto colaborativo reuniu 17 organizações para investigar o poder das Big Techs

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