Jornalistas&Cia 1529

Edição 1.529 - pág. 13 ANOS n O World Congress of Science & Factual Producers (WCSFP 2025), congresso internacional focado em documentários e produções de mídia sobre ciência e história, será sediado pela primeira vez em uma cidade da América do Sul. A 33ª edição do evento será realizada no Rio de Janeiro, 8 a 11 de dezembro. O congresso está sendo organizado pela Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro, com o apoio do Instituto Serrapilheira. u O evento reunirá especialistas e produtores de todo o mundo para debater as últimas tendências e tecnologias que podem ajudar a contar histórias focadas em ciência, história e outros assuntos essenciais, e como levar este conteúdo para o grande público. Ao longo dos quatro dias, serão abordados temas como Inteligência Artificial, Economia Criativa e plataformas digitais. u Inscreva-se aqui. Rio de Janeiro é a primeira cidade da América do Sul a sediar o World Congress of Science & Factual Producers Kyle Loftus/Unsplash Credenciamento gratuito até 12/9 n Estão abertas até sexta-feira (12/9) as inscrições para o Global Career Accelerator, programa de desenvolvimento de talentos que visa a auxiliar profissionais em início de carreira com credenciais gratuitas para o congresso. Os selecionados terão ainda acesso a oportunidades de networking, mentorias personalizadas e descontos para as edições de 2026 e 2027. u Confira mais informações e inscreva-se no programa aqui. Você falou sobre isso no debate da ESPM sobre Jornalismo Investigativo. Mas, por favor, discorra mais sobre como enxerga o uso dessa tecnologia e como ela afeta (positivamente ou não) o mercado da comunicação. Marcelo − Um pressuposto fundamental a lembrar quando se trata de tecnologia é a primeira lei de Kransberg: a tecnologia não é por si boa e nem má − e tampouco é neutra. Ela sempre altera o ambiente de acordo com os objetivos de quem a usa. A inteligência artificial generativa facilita demais a agilização de trabalhos auxiliares ao jornalismo, como revisão, geração de sugestões de títulos, extração de nomes citados em textos etc. Ela é uma evolução da lógica, que melhorou a tradução digital, que trabalha fundamentalmente com a forma do texto. Para trabalhar com informação, é preciso checar bem, pois é imprevisível onde vai aparecer um erro. Acho temerário usar IA generativa para trabalhar com fatos sem checar profundamente o relatório. O certo é que sempre vai aparecer algum erro. Mas a tecnologia também facilita muito a simulação de linguagem para fins enganosos, em escala, e pode facilitar a vida de quem tem mais preocupação com custo do que com a veracidade, o que potencialmente significa cortes de pessoal. Em outras ocupações, como a de programadores, tem sido observada uma situação de alta demanda por profissionais especializados e cada vez menor demanda por iniciantes. Na comunicação pode acontecer a mesma coisa. Mas, se o mercado dos principiantes for muito desidratado, como eles se tornarão profissionais mais experientes daqui a dez anos? No final, tudo depende das decisões que forem tomadas. Elas podem ser boas. J&Cia − Com base em suas análises do mercado de trabalho desses últimos 30 anos, podemos ficar esperançosos com o futuro ou receosos com o que vem por aí? O saldo é mais positivo, negativo ou neutro? Marcelo − O cenário que aparece é de queda no mercado mais tradicional. Ao mesmo tempo, existe um crescimento pujante de um mercado semiprofissionalizado que vem se profissionalizando, com ocupações em torno dele. Quem está lendo esta entrevista provavelmente já exerce ou é colega de alguém que exerce uma atividade que não existia quando decidimos entrar na profissão. Esse futuro está sendo construído, e cada tijolo está em nossas mãos. Nacionais

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