Jornalistas&Cia 1529

Edição 1.529 - pág. 22 ANOS É uma alegria colaborar com o Jornalistas&Cia nesta coluna mensal analisando os dados do mercado de trabalho para jornalistas. Nos próximos meses, vamos observar onde as vagas formais estão crescendo ou fechando no País, com os dados da RAIS e do Caged. Mas, hoje, nosso foco é no que houve com a profissão nos 30 anos de circulação de J&Cia. Em 1995, quando este boletim começou a circular, os vestibulares de jornalismo estavam entre os mais concorridos − eu lembro porque foi quando comecei a estudar. As disciplinas de redação jornalística utilizavam máquinas de escrever, e a internet era acessada quase exclusivamente nas universidades, quase só em modo texto. As opções de carreira da época eram os jornais (revistas eram mais raras fora de São Paulo), rádio e televisão. Assessoria de imprensa era um ramo relativamente novo e pouco entendido. No jornal onde eu era office-boy, havia pestapistas, alguns deles ex-linotipistas, para compor as páginas. Em três anos, tudo estava completamente diferente, numa primeira versão do que se tem hoje. O uso de análise de dados no jornalismo, naquela época, era tido como coisa de ficção científica. Hoje, o Brasil tem uma saudável oferta de cursos, sites especializados em publicar esse tipo de material e até estúdios especializados, como o meu, Lagom Data. Os dados do Ministério do Trabalho mostram que a profissão de jornalista mudou demais. Naquela época, falavase em juvenilização das redações: quase 40% dos empregados como jornalistas tinham menos de 30 anos de idade. Hoje, metade dos profissionais com carteira assinada têm mais de 40 anos. Não é que os ambientes de trabalho estejam menos juvenilizados, porém, isso é provavelmente efeito da raridade que é um jovem recém-formado MERCADO DE TRABALHO O que mudou no mercado de trabalho em 30 anos Por Marcelo Soares (*)

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