Jornalistas&Cia 1529

Edição 1.529 - pág. 4 ANOS Ano 29 – Edições 1.429 a 1.479 (set/2023 a set/2024) dos jornais mais tradicionais de Porto Alegre, tiveram seus parques gráficos completamente alagados e liberaram seus paywalls para permitir a toda população o acesso aos seus conteúdos. Mesmo os jornais que seguiam imprimindo, ainda que parcialmente, suas edições enfrentavam enormes dificuldades de distribuição dos exemplares, em razão da obstrução ou destruição de mais de 150 pontos nas rodovias gaúchas. Paralelamente, o Sindicato dos Jornalistas do RS criou uma campanha nacional para ajudar os jornalistas gaúchos atingidos pelas enchentes, enquanto a Ajor ofereceu apoio psicológico para suas associadas (ed. 1461). Jornalismo no banco dos réus O 29º ano de J&Cia também deu grande destaque para as intensas disputas no âmbito jurídico envolvendo jornalistas, publicações e a própria legislação que rege e protege o setor. Um dos destaques foi o reconhecimento, pelo STF, após anos de muita luta, da existência de assédio judicial contra jornalistas e veículos de imprensa. Sede do Correio do Povo alagada O julgamento foi realizado em razão de ações apresentadas por Abraji e ABI, e a decisão, tomada de forma unânime, considerou inconstitucional o uso de múltiplas ações judiciais para intimidar ou dificultar o exercício da imprensa. Segundo a tese do ministro Luiz Roberto Barroso, presidente do STF, uma vez caracterizada essa prática as ações poderiam ser reunidas no mesmo foro. (ed. 1429, 1432 e 1463). Em outro caso que afetava o setor como um todo, STF julgou e aprovou a tese inicial sobre a responsabilização de jornais pelos crimes de injúria, difamação ou calúnia em declarações feitas por entrevistados. A Abraji foi uma das entidades que recorreu da decisão, que ganhou novos capítulos nos meses seguintes (ed. 1436, 1439 e 1453). Além desses dois julgamentos, algumas aberrações jurídicas atingiram publicações e profissionais no exercício de suas profissões. Em um dos casos, a Justiça do Distrito Federal determinou a retirada de dois conteúdos da Agência Pública que repercutiam acusações que a ex-esposa de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, fez contra ele. Com isso, foram retirados do ar um episódio do podcast Pauta Pública e a coluna de Marina Amaral, diretoraexecutiva da Pública, publicada em 24 de junho de 2023 (ed. 1444). Mas o caso que mais chamou a atenção envolveu a catarinense Schirlei Alves, condenada pela justiça de Santa Catarina a um ano de prisão em regime aberto e a pagar R$ 400 mil a Caso Mari Ferrer evidenciou o machismo e a misoginia do sistema judiciário brasileiro

RkJQdWJsaXNoZXIy MTIyNTAwNg==