Jornalistas&Cia 1430

Edição 1.430 página 28 conitnuação - Rio de Janeiro n Flávio Augusto Falcão Neto, ou simplesmente Falcão, morreu em 1º/10, aos 63 anos, de infarto, enquanto dormia. A cremação ocorreu no dia seguinte, no Crematório da Penitência, no Caju. Deixa viúva a também jornalista e roteirista Letícia Helena e três filhos. u Por 27 anos, Falcão trabalhou nos jornais O Globo, Jornal dos Sports, Extra, O Dia e na revista Placar. Coordenou a comunicação social do Ministério Público do Estado do Rio. u Profissional versátil, dedicou- -se aos roteiros, e a RioFilme elenca oito títulos assinados por ele. Venceu, em 2020, o concurso Novos Roteiros da OEI (Organização de Estados Ibero-americanos). Fez cursos de sommelier e de gastronomia; na música, era exímio flautista; além de adepto da meditação. Apesar de ficar mais conhecido como jornalista esportivo, levou todos esses interesses para as pautas que propunha aos seus comandados ou das quais participava. u Denise Ribeiro, que foi editora do Extra, diz que “Falcão tinha uma generosidade para ensinar aos mais novos e, ao mesmo tempo, um texto corretíssimo. Uma segurança trabalhar com ele. Perdemos o profissional e eu perdi um grande amigo”. u A repórter Clarissa Monteagudo completa: “O generoso chefe das matérias domingueiras, maestro dos fechamentos do pescoção do Jornal Extra, partiu para o outro plano. [...] Alma de artista, sempre fugia do lugar comum e me incentivava, com humor e inteligência, a caminhar por terrenos antes impensáveis pro jornal popular. E fazia sucesso. [...] Pra falar das modas de verão do Rio olhando pras Zonas Norte e Oeste. Dos fundadores da Feira de São Cristóvão em cordel e dos primeiros moradores da favela da Rocinha. Vivi minhas primeiras andanças pela espiritualidade nas matérias de domingo abençoada pelo Falcão. E se a pauta tinha música ele amava. Como as canções angolanas que me abriram a história da comunidade africana na Maré”. Registro-RJ Morreram Falcão, jornalista dos sete instrumentos, e Alexandra Bertola, mãe dos gatos Flávio Augusto Falcão Tuitão do Plínio Por Plínio Vicente (pvsilva42@ gmail.com), especial para J&Cia (*) Plínio Vicente é editor de Opinião, Economia e Mundo do diário Roraima em tempo, em Boa Vista, para onde se mudou em 1984. Foi chefe de Reportagem do Estadão e dedica-se a ensinar aos focas a arte de escrever histórias em apenas 700 caracteres, incluindo os espaços. Órfão, criado para ser escravo de um fazendeiro sem alma nos confins da ilha do Marajó, Terêncio decidiu que aquilo não era vida para ele e resolveu cair no mundo. Usou as poucas economias que tinha, comprou passagem, embarcou num batelão, arranjou-se entre as cargas e veio subindo rios. Primeiro o Amazonas, depois o Negro e por fim o Branco. Desembarcou em Boa Vista, procurou emprego e dias depois já estava lidando com gado no norte do território. Apaideguado, seu tamanho descomunal inspirava medo nas pessoas. Até que certo dia um marruá desgarrou-se e quando já ia invadir o pátio da escola o ilhéu atracou-se com o touro e derrubou o bicho no chão. Virou herói e amor da professora Rosalina. Apaideguado − [De a-2 + paid’égua + -ado1.] − Adjetivo − 1. Bras. Pop. De proporções desconformes; muito grande; 2. (...) (Aurélio) O toureiro de marruá n Alexandra Bertola morreu em 1º/10, aos 82 anos, de septicemia. Ela foi internada no Hospital Pasteur, para onde foi levada pelos sobrinhos, depois de apresentar falência dos órgãos devido ao Alzheimer. Nos últimos meses, esteve internada no Centro Residencial Geriátrico La Residence. Era solteira e não deixou filhos. Depois de aposentada, vivia para os seus gatos, no Leblon. O sepultamento ocorreu no cemitério São Francisco de Paula, no Catumbi. u Alexandra teve presença marcante em suas passagens por Jornal do Brasil e O Globo. Um dos trabalhos de que mais gostava era a organização das crônicas de Antônio Maria para a editora Paz e Terra. u Com a notícia de sua morte, grupos nas redes sociais começaram a contar causos das redações sobre sua personalidade combativa. Porém, um dos mais marcantes deve-se a Célia Abend, que foi sua colega numa agência de comunicação: u “Alexandra foi contratada para fazer a assessoria de imprensa da passagem do Michael Jackson pelo Rio e Salvador, em 1993. No Rio, tudo certo, imprensa mundial acompanhou, todos aqui se lembram. Já em Salvador, Alexandra recebe orientação da empresa que cuidava do cantor no Brasil para informar à imprensa que ele chegaria ao aeroporto no voo X, horário Y. Mas a repórter que havia dentro dela a fez desconfiar da informação. Decidiu investigar e descobriu que era uma informação mentirosa, para despistar os jornalistas, pois Michael Jackson não queria ser abordado por repórteres, fotógrafos e cinegrafistas quando chegasse à capital baiana. Pois a brava Alexandra avisou a todo mundo sobre o horário e data corretos. A imprensa cobriu, ela foi demitida. Mas sempre contou com orgulho essa história.” Alexandra Bertola

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