Jornalistas&Cia 1412

Edição 1.409 página 15 ESPECIAL DIA DA IMPRENSA Jornalismo Digital “Precisamos rediscutir nossos formatos”, afirma Marcelo Rech. “As maneiras que usamos para transmitir informação ainda são muito tradicionais, muito do mundo analógico. Temos de usar novas linguagens, mais fluídas, mais amigáveis”. O que não significa abrir mão da profundidade, mas sim ter uma densidade informativa maior em um espaço menor. “Nosso trabalho é transformar o assunto importante em interessante e o interessante em importante. Quanto mais os editores trabalharem menos o leitor terá de trabalhar para ser informado. Esse é o desafio da cadeia de produção jornalística. Mas não estamos conseguindo fazer isso ainda”, acredita ele. O jornalismo continua o mesmo – já os jornalistas... A busca de novos formatos e linguagens para se conectar com o público não significa necessariamente que o jornalismo, compreendido em seu processo de produção, vá mudar. Para Octávio Costa, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), “o furo continua existindo. O trabalho do repórter de ir atrás de uma informação exclusiva não se altera em função da plataforma digital. Mas é evidente que no digital a rotina é outra. O discurso do presidente é transmitido ao vivo, esta é a informação de rotina, não é a informação especial, a exclusiva, o furo”. O fato de muitos novos produtores de conteúdo estarem brigando pelo espaço jornalístico no mundo digital pode significar apenas a multiplicação de marcas na difusão do que Costa chama de informação de rotina, “aquela que todo mundo dá junto”. Segundo Metzel, “o fazer jornalismo, as técnicas, continuam muito parecidas. É lógico que você tem muitas novidades, mas o trabalho e a ética continuam os mesmos”. A competição entre os jornalísticos está no furo, na informação exclusiva, na qualidade da contextualização, na credibilidade do colunista, entre outros. E isto é jornalismo na sua mais pura essência. De fato, hoje não é necessário acessar um veículo jornalístico para obter informações como tabela do campeonato de futebol ou previsão do tempo: o Google oferece essa informação ao se entrar na plataforma. Mas é nos veículos jornalísticos que estão os debates sobre a partida, as reflexões sobre o aquecimento global e seus impactos, a explicação para o patamar dos juros (o valor das taxas está na barra inferior do Windows). Outro concorrente são os portais das corporações, empresas e organizações, que trazem informação Octávio Costa

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