Jornalistas&Cia 1412

Edição 1.411 página 4 Desde que a transformação digital impactou o jornalismo tradicional, a grande discussão tem girado em torno de como encontrar um modelo de negócio que remunere a atividade, tornando viável a sobrevivência dos títulos. Enquanto as grandes casas editoras brasileiras enfrentavam o desafio, os nativos digitais foram surgindo e praticamente respondendo a essa questão de maneira natural: conheça seu público e você encontrará o caminho. O que parece uma fórmula fácil não tem nada de simplista e chega a pedir até mesmo o envolvimento de profissionais que, ainda agora, só são vistos por grande parte do jornalismo como público leitor: cientistas e analistas de dados. Tudo porque não apenas o modelo comercial, mas principalmente formato e conteúdo jornalístico dependem intrinsecamente de responder à necessidade e à demanda do público por informação. Embora nenhum editor arrisque essa afirmação tão categoricamente, talvez seja esse o grande trunfo dos nativos digitais: eles já nasceram buscando o público, ao contrário dos veículos tradicionais, onde o formato, a linguagem, a cobertura, o design eram determinados pela editora e o leitor é quem buscava o meio de se informar. Nessa relação, o leitor elegia um veículo, assinava por períodos longos (um ano ou mais) e estava resolvido seu acesso à informação – na outra mão, as casas editoras garantiam um faturamento cativo, complementado por anúncios, principalmente classificados. O mundo digital inverteu essa lógica e extinguiu as zonas de conforto ao eliminar as barreiras de acesso à mídia. Hoje, 84,3% da população brasileira estão na internet (Fonte: Meltwater, empresa global de monitoramento de audiência online). Cada usuário é um produtor e um disseminador de conteúdo em potencial. Segundo Por Maysa Penna (*) ESPECIAL DIA DA IMPRENSA Jornalismo Digital Cada um precisa encontrar um formato próprio, que viabilize a sua existência (*) Maysa S. Penna, jornalista e publicitária, construiu sua carreira no jornalismo econômico e na comunicação corporativa praticamente em partes iguais, além de ter atuado em propaganda como redatora de criação. Integrou o grupo de empresários de comunicação que fundou a Abracom e foi a primeira presidente do Conselho de Ética da Entidade. Atualmente se dedica à produção de conteúdos para plataformas jornalísticas e redes sociais.

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