#diversifica

No 1 – Pág. 11 É inegável o crescimento, nos últimos anos, do interesse em pautas relacionadas a diversidade. Além de ser uma cobrança natural, resultante da evolução da própria sociedade, números mostram que empresas que olham com mais cuidado para essa questão também estão obtendo melhores resultados em sua operação. Dar voz e espaço a grupos minorizados, porém, não é tão simples. Não basta abrir as portas ou fazer programas para captar talentos, muito menos explorar a pauta em períodos comemorativos. É necessário olhar com responsabilidade e entender as necessidades e demandas de cada grupo. Nesta jornada, porém, ainda há pouco lugar no “bonde da diversidade” para as pessoas com deficiência. É o que acredita o editor da Folha de S.Paulo Jairo Marques, convidado do especial Subjetividades para falar sobre o tema. Para ele, o Brasil não enxerga com a devida atenção e respeito seus mais de 40 milhões de pessoas com deficiência. E no jornalismo a realidade não é muito diferente. Além da falta de vagas nas redações, é muito comum que pautas que retratem pessoas com deficiência ainda sejammuito carregadas de preconceito e pontos de vista pejorativos. Confira a seguir as principais demandas e sugestões para abordar de maneira mais preparada, no Jornalismo, a questão das pessoas com deficiência. Sem espaço no “bonde da diversidade” Pessoas com deficiência, com Jairo Marques Quem é Jairo Marques? O sorriso fácil, o jeito suave de falar e a atenção com que trata todos à sua volta fazem com que Jairo Marques seja uma daquelas pessoas difíceis de se esquecer. Mais difícil ainda é imaginar alguém que queira isso, principalmente após alguns minutos de conversa, em que mesmo que ele seja a estrela principal, você é quem se sentirá sob os holofotes. Cadeirante desde a infância em decorrência da poliomielite, Jairo Marques é sul-matogrossense de Três Lagoas e formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) em 1998. Logo no ano seguinte ingressou na 27ª turma do Programa de Treinamento da Folha de S.Paulo, e de lá não mais saiu. No jornal, já atuou como repórter, repórter especial, colunista, blogueiro e hoje, além de um pouco de tudo isso, também é editor de uma nova seção chamada Vida Pública, que debate questões relacionadas ao serviço e às políticas públicas. Também foi professor de Texto Jornalístico, Crítica de Mídia e Prática de Redação na Universidade Metodista, e desde 2018 auxilia a equipe de roteiristas das revistinhas da Turma da Mônica com sugestões para histórias que debatam inclusão, diversidade e a realidade das pessoas com deficiência. Sua paixão por pessoas e por ouvir suas histórias faz dele um exemplo de como o jornalismo pode e deve ser mais humano

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