#diversifica

No 1 – Pág. 35 o que somos. O Brasil é muito rico. Commuitas culturas. Se já se acostumou com tantas que vivem totalmente integradas, acho que é possível, sim, as pessoas se acostumarem com a cultura indígena”. Commais de 300 etnias no Brasil, cada uma com diferentes costumes e níveis de integração na sociedade em geral, é impossível traçar um perfil único capaz de resumir e padronizar a relação com os povos indígenas. Para Luciene, algumas dicas básicas já ajudariam a desmistificar a população indígena, além de tornaremmais harmônica a relação no ambiente de trabalho, e correta a cobertura da imprensa sobre o tema: ■Utilize o termo indígena, e não “índio”, para se referir aos povos originários; ■O termo “tribo” também é errado. Prefira termos como “etnia” ou “comunidade” para se referir a um povo; ■Por conta de algumas experiências ruins no passado, algumas comunidades não aceitam pessoas de fora. Informese antes e procure indígenas que possam intermediar o contato ou até mesmo produzir o conteúdo para você. “Tem todo um processo de chegada, um protocolo que eles têm de comunicação, mas em algumas comunidades só conversam se for com outros indígenas. ‘É parente?’, eles perguntam, e só assim liberam o acesso”; ■Cuidado ao divulgar o nome das lideranças locais. Por causa de seus trabalhos, muitos vivem ameaçados e não têm nenhum aparato de segurança por parte das autoridades; ■Só no Brasil, são 305 etnias, commais de 270 dialetos diferentes, cada uma com seus costumes. Entender essa diversidade é essencial para evitar estereótipos e generalizações. “Mesmo eu, que sou indígena, procuro entender primeiro onde estou indo e quais são os costumes daquela comunidade. O que ofende aquela cultura, aquele povo? Em algumas comunidades, por exemplo, você não conversa com as pessoas que te recebem, precisa ir direto falar com o cacique. Depois ele pode te autorizar a falar com os demais”; ■Ao contratar um profissional indígena, procure entender quais costumes são mais importantes e que estarão presentes no seu dia a dia. “É importante para contextualizar e deixar todo mundo o mais confortável possível. São culturas diferentes, com grandes contrastes, portanto, tentar entender é muito importante quando tratamos de inclusão”; ■Trate com a maior naturalidade possível. “Nós somos pessoas que têm costumes diferentes e não bichos exóticos”; ■Muitos indígenas cresceram em contextos muito diferentes e não compartilham necessariamente do mesmo conhecimento que os não indígenas. Em vez de falar, ouça, converse, entenda, acolha e, quando necessário, ensine. “Nós temos muita capacidade e se você quiser me ensinar algo que não sei vou ser muito aberta, vou ser muito receptiva”; “São algumas dicas importantes para obter o respeito de muitos povos. E o resultado é muito gratificante, porque cobram e querem ver o conteúdo que está sendo publicado sobre eles. Ficam de olho em tudo”. Das redes sociais para as redações Mesmo com o trabalho da Rede de Jovens Comunicadores da Coiab, ainda são poucos os indígenas que estão encontrando alguma oportunidade no jornalismo, ou enxergam a carreira como uma opção profissional. Dentro da própria Rede, muitos aproveitam as redes sociais para iniciar seus trabalhos como comunicadores, afastando suas narrativas do jornalismo e das mídias mais tradicionais. Animação Grandes Guerreiros e Guerreiras

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