#diversifica

No 1 – Pág. 4 Iniciar o Subjetividades com a temática LGBTQIA+ tem um significado especial. De todos os grupos abordados nesta primeira fase do hub #diversifica, este chama a atenção pela complexidade e pluralidade de seu público, mesmo não sendo, em números gerais, o mais amplo. Basta lembrar que a evolução da sociedade, bem como das discussões sobre sexualidade e identidade de gênero, abriu horizontes para que pessoas pudessem ressignificar suas histórias, vivências, experiências e desejos. O próprio movimento GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), que ganhou força entre as décadas de 1990 e início dos anos 2000, evoluiu para LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgênero) e depois disso não parou mais de aglutinar novas siglas e demandas. Um exemplo dessa evolução é o nosso primeiro convidado, Caê Vasconcelos, que por anos se entendeu como uma mulher lésbica, mas que só no último ano da faculdade de Jornalismo, durante a produção de seu Trabalho de Conclusão de Curso, começou a se identificar como um homem trans. “Se eu tivesse o conhecimento do que era ser uma pessoa trans, certamente teria feito essa transição mais cedo”, explica. Tudo faz parte de um grande aprendizado e descobrimento, que vem transformando vidas. Infelizmente, são pessoas que ainda encontram muita dificuldade para serem compreendidas, simplesmente por não se encaixarem no padrão cis-heteronormativo. Com isso, sofrem para serem aceitos em família, encontrarem espaço no mercado de trabalho ou serem retratados de maneira respeitosa na mídia. Como agente transformador, cabe também ao jornalismo compor um espaço amplificador dessas vozes tantas vezes abafadas. Mas até essa inclusão, que também ocorre de maneira diferente dependendo da letra da sigla que essas pessoas representam, precisa ser feita com responsabilidade e acolhimento, e não apenas para se enquadrar em movimentos empresariais da moda. Nas páginas a seguir conheceremos alguns exemplos de como diversificar equipes e narrativas de maneira inclusiva, permitindo a esses profissionais desempenharem seu papel de maneira plena, como qualquer outro profissional de uma redação. LGBTQIA+, com Caê Vasconcelos Quem é Caê Vasconcelos? Aos 31 anos, Caê Vasconcelos vem se destacando como uma das principais vozes entre profissionais transgêneros na abordagem da diversidade e dos direitos humanos no jornalismo brasileiro. “Cria da Vila Nova Cachoeirinha” – periferia da Zona Norte de São Paulo –, como ele mesmo gosta de destacar, começou a carreira equilibrando alguns trabalhos em agências de comunicação, além de colaborações voluntárias para veículos independentes especializados na cobertura de Direitos Humanos, entre eles a Agência Mural de Jornalismo das Periferias e a Ponte Jornalismo. Orgulha-se de ser uma das primeiras pessoas de sua família a chegar à faculdade, onde se formou em 2017 com ajuda do ProUni, programa de bolsas de estudo para jovens de Uma aula de pluralidade (basta querer aprender) Apoio temático:

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