Jornalistas&Cia 1429

Edição 1.429 página 23 Imprensa, para dar guarida e cuidar dos interesses dessa massa de profissionais que tinha debandado das redações em direção a um novo mundo profissional. O movimento, também presente em outras regiões do País, culminou com a realização de inúmeros encontros regionais de assessores e do 1º Encontro Nacional dos Jornalistas de Assessoria de Imprensa – Enjai, em 1984, em Brasília. Ou seja, os jornalistas entraram para valer nesse mercado, arregaçaram as mangas, empunharam suas armas e foram à luta defender seu quinhão nesse universo, sob visíveis protestos das lideranças mais ativas dos colegas da área de relações públicas. O estranhamento foi tamanho que ante a criação, pelos RPs, da Associação Brasileira das Empresas de Relações Públicas (Aberp), os jornalistas, sem deixar por menos, criaram a Associação Nacional das Empresas de Comunicação Empresarial – Anece, com o seguinte detalhe: não aceitavam em seus quadros empresas dirigidas por relações públicas. O início do entendimento deu-se por volta de 1986, no lançamento do Manual de Assessoria de Imprensa da Fenaj, no Congresso Nacional, em Brasília, em que dividiram o palco, fumando uma espécie de cachimbo da paz, os então presidentes da própria Fenaj, Audálio Dantas, e do Conferp, Vera Giangrande. Vera endossou, com sua presença no evento e mesmo formalmente, o documento produzido pelos jornalistas, sinalizando claramente – com a sabedoria que lhe era peculiar – que o mercado era grande o suficiente para absorver todos os profissionais. E que o ideal era que atuassem de forma integrada e em cooperação e não de modo beligerante. Passados quase 40 anos daquela data histórica, hoje o segmento das agências e mesmo as áreas internas de comunicação já não se importam com a formação específica dos profissionais, buscando muito mais a pluralidade, a diversidade e o talento do que diplomas específicos. Resulta daí que hoje há profissionais de inúmeras especialidades fazendo comunicação corporativa, sob a forte influência dessa escola jornalística que se apossou da atividade, legando um saber e um fazer praticamente únicos no mundo. Oficialmente, vale dizer, o mercado de relações públicas é de acesso exclusivo aos profissionais formados na área e uma das principais funções do Sistema Conferp/Conrerp é exatamente a de fazer cumprir a lei, inclusive mediante multas para os que a desrespeitem. Mas as organizações nunca aceitaram essa espécie de reserva de mercado, optando, no caso de serem acionadas e multadas, por alterar o perfil de atuação da área e a denominação dos cargos, para se verem livres de tal imposição. O assunto é polêmico e mesmo entre os RPs há divisão entre os que defendem o estrito cumprimento da lei e os que defendem uma flexibilização da atividade, para permitir que profissionais de outras origens possam exercer atividades dentro do espectro de RP, ainda que com exigência de algum curso complementar para habilitar os interessados. A pauta, algo bem jornalístico, continua atual. Acreditamos que a comunicação é uma poderosa ferramenta para difundir nossos valores e engajar pessoas em torno de um mesmo propósito: a criação de um futuro melhor para as próximas gerações. br.dow.com Informação transforma pessoas e pessoas podem transformar o mundo

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